25 de set. de 2023

Chega de BLA BLÀ para o Bagre

 

O autor alemão Karl Marx aborda a concepção de “classes sociais” e os conflitos que estão inerentemente ligados. A luta de classes e a força motriz da história humana, o combustível da mudança do mundo social.

Trazendo este entendimento para a beira de cais e qual os desdobramentos atribuídos a esse importante aspecto social, devemos primeiro entender o que são as classes sociais a que tanto nos referimos. Por mais simples que possa parecer, a ideia de classes sociais é tão ampla e complexa que ainda hoje é difícil encontrar consenso entre os estudiosos do assunto. De maneira geral, as classes sociais podem ser entendidas como sendo um grupo de indivíduos que possuem em comum uma mesma situação econômica, os bagres e o mesmo tipo de acesso aos meios de produção. O desdém do gestor portuário em parceria com os funcionários públicos pesa sobre o bagrinho um impacto negativo a situação econômica em sua trajetória de formação.

A responsabilidade social e o motor das mudanças sociais, reduzindo as diferenças materiais que se instauram no meio social. Os impasses práticos e teóricos que têm afligido os bagrinhos na abordagem da luta do acesso ao registro e não no abandono, da dignidade profissional e social.

 

O debate atual sobre o respeito das autoridades portuárias brasileira com o cadastro do OGMO envolve o conceito de classe e, nesse conceito, a relação entre as determinações econômicas, políticas e ideológicas; as transformações na estrutura portuária contemporânea; a persistência de classes eventual de construção da sociedade da comunidade portuária.

Para Marx e Engels, portanto, as classes imergem na base econômica, quando ela se ergue sobre modos de produção antagônicos, organizados em torno de diferentes modalidades de exploração do trabalho. A exploração não depende da consciência dos explorados.

Acampamentos defronte ao OGMO (Orgão Gestor de Mão de Obra), os trabalhadores avulsos da estiva do porto de Santos, os bagrinhos continuam a sua luta pelo registro.

 A lei de modernização dos portos do início dos anos 90, retirou da Capitania dos portos a passagem dos bagrinhos de trabalhadores eventuais para estivadores, carteira preta. Pós Lei no 8.630/93 a entidade estivadora se torna operador portuário, quem indica e determina os procedimentos da mão de obra portuária através do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO).

Apesar dos constantes pontos de escalação com números em branco, vagas não preenchidas, há cerca de oito anos o OGMO não registra os trabalhadores do cadastro. É essa luta pelo registro que mobilizou os bagrinhos com uma capacidade de luta que vem incentivando outros trabalhadores portuários a saírem em luta por suas reivindicações.

 De início as negociações se deram com a direção do OGMO, que veio arrastando uma conversa de acordo que até agora não saiu. Depois foram a Câmara Municipal de Santos para fazerem o seu protesto e agora irão à Brasília lutando por suas reivindicações.

 


Pois, quando a tradição chegou ao fim em Santos com a atracação da escala eletrônica, implantando-se um novo sistema de escalação, sem gritos e carteiras agitadas no ar. Os bagrinhos, que são atualmente os trabalhadores cadastrados no Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo), reclamam há décadas e esperam que a escalação eletrônica garanta o acesso ao registro.

Da mesma forma como aqui é ressaltado o fardo do trabalho dos bagrinhos é esclarecido como o caráter do ser humano que pode intervir na construção das identidades destes homens. Por sua vez, quem precariza a cultura da estiva são os gestores portuários. Percebe-se a intenção específica da exclusão desta classe trabalhadora. Os “homens-bestas”, como Edgar Wilson, que compõe uma classe subalterna vítima da precariedade que os tornam subcidadãos desprovidos de capital cultural e econômico em qualquer medida significativa. Em outras palavras, na esteira da narrativa literária “como um ato socialmente simbólico, como a resposta ideológica — embora formal e imanente — da modernização portuária”.

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