O autor
alemão Karl Marx aborda a concepção de “classes sociais” e os conflitos que
estão inerentemente ligados. A luta de classes e a força motriz da história
humana, o combustível da mudança do mundo social.
A
responsabilidade social e o motor das mudanças sociais, reduzindo as diferenças
materiais que se instauram no meio social. Os impasses práticos e teóricos que
têm afligido os bagrinhos na abordagem da luta do acesso ao registro e não no
abandono, da dignidade profissional e social.
O debate
atual sobre o respeito das autoridades portuárias brasileira com o cadastro do
OGMO envolve o conceito de classe e, nesse conceito, a relação entre as
determinações econômicas, políticas e ideológicas; as transformações na
estrutura portuária contemporânea; a persistência de classes eventual de
construção da sociedade da comunidade portuária.
Para Marx e
Engels, portanto, as classes imergem na base econômica, quando ela se ergue
sobre modos de produção antagônicos, organizados em torno de diferentes
modalidades de exploração do trabalho. A exploração não depende da consciência
dos explorados.
Acampamentos
defronte ao OGMO (Orgão Gestor de Mão de Obra), os trabalhadores avulsos da
estiva do porto de Santos, os bagrinhos continuam a sua luta pelo registro.
Pois, quando
a tradição chegou ao fim em Santos com a atracação da escala eletrônica,
implantando-se um novo sistema de escalação, sem gritos e carteiras agitadas no
ar. Os bagrinhos, que são atualmente os trabalhadores cadastrados no Órgão
Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo), reclamam há décadas e esperam que a escalação
eletrônica garanta o acesso ao registro.
Da mesma
forma como aqui é ressaltado o fardo do trabalho dos bagrinhos é esclarecido
como o caráter do ser humano que pode intervir na construção das identidades
destes homens. Por sua vez, quem precariza a cultura da estiva são os gestores
portuários. Percebe-se a intenção específica da exclusão desta classe
trabalhadora. Os “homens-bestas”, como Edgar Wilson, que compõe uma classe
subalterna vítima da precariedade que os tornam subcidadãos desprovidos de
capital cultural e econômico em qualquer medida significativa. Em outras
palavras, na esteira da narrativa literária “como um ato socialmente simbólico,
como a resposta ideológica — embora formal e imanente — da modernização
portuária”.
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