Por Nilo Cerqueira e Maximino Pedro*
Vou me furtar das razões e circunstâncias dessa saída, bem
como da possível estratégia que essa reorganização ministerial visou, para
focar naquilo que realmente interessa, ao meu ver, que é: Como fazer desse
“limão” uma limonada, e das boas?
O Partido Socialista Brasileiro, tem como um de seus
instrumentos de condução estratégica e política um documento, que referenda sua
atuação e visão estratégica política para o Brasil, que é produto oriundo de
seus congressos nacionais: As Teses da Autorreforma do PSB.
Essa é uma contribuição muito valiosa e uma qualificada
matéria-prima que desembocam no Novo
Programa do PSB, possa ser utilizado na elaboração de programas e políticas
públicas, na perspectiva socialista e implementada na ações de estado e
governo.
Em especial, a migração do então Ministro Márcio França, do
ministério dos Portos e Aeroportos, para o recém criado, Ministério do
Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que por
alguns, numa ótica pessimista, pode ter
sido considerado como um demérito ou um péssimo prêmio de consolação, poderá se transmutar numa oportunidade única,
inigualável, e digo isso sem nenhum
sofisma, nem síndrome de Poliana.
Esta percepção que apresento está ancorada especialmente no
conceito de Socialismo Criativo, desenvolvido no PSB e melhor detalhado no
Livro do Novo Programa do PSB e na 5ª Edição do Livro de Teses do partido, no
“Eixo Temático V – Socialismo Criativo, Democracia e o Partido que Queremos”.
Nesse compêndio, foram elencados de forma participativa, construídas em conferências municipais, estaduais e no congresso nacional, pelos quadros do partido e toda a sua militância, proposições de atuação estratégica que consideram o Socialismo Criativo, a rota que levará um desenvolvimento sólido ao Brasil, considerando exatamente os principais beneficiários que o novo ministério prioritariamente atenderá.
Para que tenhamos uma noção da magnitude dessa oportunidade,
nos apoiaremos em alguns dados, que ilustram essa realidade. De acordo com o
SEBRE empresas de micro e pequeno porte
(MPE), aquelas que faturam entre R$ 81 mil e R$ 4,8 milhões por ano, bateram
recorde de abertura no primeiro trimestre de 2023.
Nos três primeiros meses deste ano foram criadas 214.413
micro e pequenas empresas. O número é 9,2% superior ao de 2022, quando foram
abertas 196.328, e 60,8% maior que em 2019, quando foram registradas 113,4 mil
formalizações. Ainda nesse panorama, mais de 93 milhões de brasileiros estão
envolvidos com o empreendedorismo, ou seja 67% da população brasileira. Sem
levar em conta que nesse universo, temos 53% de taxa para potenciais
empreendedores, uma boa margem para crescimento do setor.
O Socialismo Criativo não inclui apenas a Economia Criativa,
mas a inovação no seu sentido mais amplo, a sustentabilidade ambiental e o
empreendedorismo, como uma das novas formas de organização do trabalho, e as
novas formas e metodologias de organização social e política.
Nesse sentido, teremos a chance de ter um diálogo franco,
aberto e propositivo para quase 70% do país com a possibilidade de alavancar a
economia brasileira promovendo condições reais de realizar um empreendedorismo
consciente, capacitado, gerador de renda e desenvolvimento social, cultural e
econômico.
Óbvio que os desafios são grandes e as dificuldades
interpostas serão igualmente desafiadoras, mas açúcar e gelo, no caminho a
gente arranja, mas o que temos agora, é a oportunidade de apertar bem esse
limão, e fazer a melhor limonada possível.
Maximino Pedro é Advogado e Portuário e militante do PSB/SP
- Santos
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