No Numero ou no Grito

Escalação "no grito" desaparece só para o carteira preta,quase 70 anos após sua implantação no cais santista,mas continua com o bagrinho.

A visão de uma turma de Estivadores reúnidos junto à parede de um armazém no cais,as 15 paras 7 horas da manhã.

Acenando com seus documentos,carteira preta com cartão de cambio,gritam procurando atrair a atenção do Mestre.

O fiscal que vai anunciando os navios atracados,as cargas a serem movimentadas,o contingente de homens para a faina.

"Os Senhores entenderam , alguma duvida .Cambio para o Trabalho"

E ai começa o jogo cada estivador tentando a sua maneira mostar ao mestre que esta ali ,

disposto a produzir .Os escolhidos ou pegos pelos mestres que venceram a batalha da Fe,vão para o cais, sobem a escada do navio designado,visualizam o trabalho e se acertam.

Os demais,guardam seus documentos e voltam para seus destinos:

não haverá trabalho para eles nesse período.

E as 15 para as13 horas da Tarde tudo reinicia novamente,com novos mestres e os trabalhadores que no período anterior voltaram de seus destinos juntamente com aqueles que de manha se engajaram

A tradição chegou mesmo ao fim em Santos ,com investimentos em eletrônica e computação,implantando assim um novo sistema de escalação,em silencio e no ar-condicionado.

Em 2004, com a concessão dos locais para as construções autorizados pela Codesp.

Em março de 2005 o Ogmo,iniciou a construção do posto de escala dos portuários,

no cais do Saboó e serão erguidos os postos na Santa e no Restaurante Portuário.

Com banheiro, posto bancário e lanchonete.

O local não terá vestiário.

Pois nas proximidades existem vestiários construídos pela Codesp.
Projeto que demanda R$ 4 milhões ,que será contemplado com a implantação de um sistema de transporte para levar os trabalhadores até os locais de escolha de trabalho .

O posto de escala do Saboó responderá pela distribuição de serviço para 1.056 portuários,

entre duas turmas dos trabalhadores do bloco e cinco de estivadores.

Na Santa, serão escalados 2.485 portuários, sendo seis turmas da estiva,uma de conferente, uma de consertador de carga,quatro turmas de operários portuários,duas dos guindasteiros e motoristas de empilhadeira,uma da administração portuária, duas dos trabalhadores do bloco e uma turma do vigia portuário.

Após 9 meses de obras, em dezembro de 2005 iniciou a instalação de equipamentos para seu funcionamento, tais como:

Centro de Processamento de Dados, terminais de vídeos,quiosques eletrônicos,

sistema eletrônico de monitoramento de segurança, sanitários e agências bancárias.

No antigo Restaurante Portuário,conhecido como P3 ,funciona Serviço de Medicina Ocupacional, Segurança e Higiene do Trabalho,Treinamento e Habilitação Profissional, Serviço Social.

Após varias reuniões greves e muito diz que me diz .

Numa bela manha de Quinta-feira, 4 de maio de 2006,inicia-se a primeira etapa da escala eletrônica para os estivadores.

A única novidade no sistema foi a inclusão de um escalador funcionário do Ogmo na parede com uma prancheta, papel e caneta ,sua presença de fato só era notada após o fiscal posicionar os mestres ,chamando os números de 1 a 134 um baixo e um alto por vez ,somente para os sócios e os que se enganjavam tinham seus números ticados,mas para o bagrinho continuava a tradição “no grito”,com uma pequena diferença o mestre ao fim da parede passava para o escalador o numero de cada senha enganjada.

Iniciando um controle mas rígido sobre os estivadores.A escala eletrônica para verifica licenças médicas ou de qualquer ordem,se o trabalhador está na ativa ou suspenso só entrou em meados de 2009,mas com os bagres sendo no grito .

Com as verificadores biométricos,como determina o código internacional de segurança nos portos.

Mas somente em 2010 ,precisamente no dia 2 de agosto foi tirada a ultima parede

fora de um ponto de escalação, no período da manha.

Somente a partir das 13 horas do mesmo dia e que somente se escalava em Santos num dos 3 pontos de escalação.

Mas os bagrinhos ainda convivem no Grito com a batalha da Fe que determina o conhecimento e a moral no seu meio profissional.