8 de dez. de 2010

Brasil perde no transporte

Levantamento da CNI
mostra que Brasil perde de seus principais concorrentes internacionais
nesse item e também na logística
O esforço feito pelo governo federal nos últimos anos,
como a criação do Programa de Aceleração do Crescimento PAC,
ainda não foi suficiente para garantir a melhora da infraestrutura brasileira.
Pelo contrário.
O País lidera a lista das piores estruturas de transporte e logística
entre seus concorrentes,
mostra levantamento da Confederação Nacional da Indústria CNI.
O trabalho selecionou 14 países
com características econômico e sociais semelhantes às do Brasil
e que tenham participação no mercado internacional.
Foram avaliados os setores de transportes,
energia e telecomunicações de todas as nações.
No geral,
o País ficou com a terceira pior colocação,
à frente apenas de Colômbia e Argentina.
Mas, no item transportes, ninguém desbancou o Brasil.
"Além da qualidade da infraestrutura,
a grande deficiência do setor é a falta de conexão entre as diversas modalidades",
diz o diretor executivo da CNI, José Augusto Fernandes,
coordenador do estudo sobre competitividade,
que será apresentado quarta-feira a 2 mil empresários,
no Encontro Nacional da Indústria, em São Paulo.
Dentro do setor, a infraestrutura portuária teve a pior classificação.
"Apesar dos avanços,
como a implementação do Programa Nacional de Dragagem,
a gestão de todo complexo portuário é muito complicada
e afeta diretamente a competitividade do País", diz Fernandes.
Segundo ele,
boa parte dos portos nacionais
não tem capacidade para receber grandes navios,
o que seria um grande avanço para reduzir os custos de transportes.
A qualidade da infraestrutura ferroviária
também rendeu uma posição ruim para o Brasil,
que ficou na penúltima colocação.
Nesse caso, explica o executivo da CNI,
o que mais pesou foi o tamanho da malha nacional,
de apenas 28 mil km.
Além disso,
o transporte ferroviário é concentrado em poucos produtos:
só o minério de ferro representa 74% da movimentação total das ferrovias.
A qualidade das rodovias ficou com o 12.º lugar e
o transporte aéreo, em 11.º lugar.
Na opinião do professor da Fundação Dom Cabral Paulo Tarso Resende,
o grande problema é que o Brasil está sempre correndo atrás do prejuízo.
Ele afirma que a expansão dos investimentos
nos últimos anos promoveu alguns avanços na infraestrutura.
"Mas, com o crescimento econômico,
a demanda foi muito maior que o aumento da oferta.
Toda evolução acabou sendo engolida pelo avanço da economia e da demanda",
afirma o professor.
Segundo ele, se os investimentos não tivessem sido elevados,
o País teria parado.
O grande desafio do próximo governo, diz o professor,
será aumentar o volume de recursos
destinados ao setor de infraestrutura logística,
dos atuais 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para,
no mínimo, 4% ao ano.Energia.
Nas áreas de energia e telecomunicações,
o pior resultado,
11.º lugar, ficou com os serviços de internet de banda larga.
O segmento de eletricidade ocupou a 8ª posição.
Desde o racionamento de 2001, o setor tem tido leilões periódicos,
de usinas e de linhas de transmissão.
PIORES POSIÇÕES NO RANKING
Países avaliadosRússia, Canadá, Coreia, África do Sul, Espanha,
Austrália, Chile, México, China, Índia, Polônia,
Colômbia, Argentina e Brasil
Infraestrutura portuária
Ficou em 14º lugar.
Além da precariedade do acesso terrestre,
os portos têm grandes problemas
com a profundidade de seus canais de acesso marítimo.
O Programa Nacional de Dragagem deverá amenizar o problema,
mas muitos terminais
continuarão sem capacidade para receber
a nova geração de navios de grande porte
Infraestrutura ferroviária
Ficou em 13º lugar.
Um dos principais problemas é o tamanho da malha,
de apenas 28 mil km.
Além disso,
o transporte ferroviário está concentrado em poucos produtos.
O principal deles é o minério de ferro
Qualidade das rodovias
Ficou em 12º lugar.
Apenas 11% de toda malha rodoviária nacional é pavimentada.
E boa parte dela ainda está em condições consideradas
ruins, péssimas ou regular .
Fonte: O Estado de S.Paulo

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