O Processo do currículo Profissional
A partir das diretrizes curriculares nacionais e das complementações
a elas feitas pelos sistemas, as escolas devem elaborar seus projetos
curriculares próprios, por habilitação ou área, por disciplinas ou módulos,
com
a possibilidade de fazer inclusões, sem prévia autorização,
utilizando até 30%
da carga horária mínima estabelecida pelas diretrizes curriculares.O espaço aberto às escolas para a formulação de seus currículos,com
desenhos particulares, inclusive, abre a possibilidade, na organização curricular, de que os mesmos sejam construídos por disciplinas ou por módulos.
Os módulos
devem agrupar conhecimentos ou complementação de estudos.Dessa forma, a organização curricular garante maior
flexibilidade à educação profissional, permitindo ao aluno cursar um ou mais
módulos, receber certificados de qualificação e retornar, posteriormente, à escola, para novas qualificações.No ingresso ou retorno à escola, o aluno poderá validar a
aprendizagem realizada fora do ambiente escolar, por meio de certificação de
competências. Essas certificações podem ser conferidas por módulos,permitindo a
obtenção das qualificações profissionais a eles correspondentes, bem como para
o conjunto dos módulos que configurem uma habilitação profissional, dando, neste caso, o direito ao diploma de técnico.É importante ressaltar que o nível básico da educação
profissional,ainda que não-formal e, portanto, não sujeito à regulamentação
curricular,deve ter, na formulação de seus currículos, a mesma perspectiva,orientando-se
por competências e habilidades.
A metodologia para a arquitetura curricular é acrescida da dedicação às competências estabelecidas
para a educação básica. A oferta desta deve articular-se ao propósito de elevação da escolaridade dos trabalhadores.
Programas que objetivem a melhoria das condições de inserção
no mercado de
trabalho não podem desconsiderar que a educação básica é condição necessária e essencial de empregabilidade.
Currículos baseados em competências requerem
procedimentos de ensino que se coadunem com a sua formulação.
Nesse sentido, as
diretrizes curriculares, ao descreverem competências e habilidades, estão,naturalmente, delineando metodologias de ensino que se caracterizam pela apropriação e
aplicação de conhecimentos tecnológicos e básicos .
Os conhecimentos científicos e instrumentais advêm das competências e habilidades desenvolvidas na educação
básica.
Os de natureza tecnológica têm, na educação profissional,
o espaço específico para o seu
desenvolvimento pleno, dentro das áreas profissionais.
O processo de ensino, precisa integrar esses conhecimentos,
dar-lhes novos significados, numa permanente interação teoria e prática.
Diante disso, revestem-se de fundamental importância as metodologias
centralizadas na participação ativa dos trabalhadores, no desenvolvimento de
projetos ou de processos produtivos da área
profissional, e envolvendo-se na superação de problemas e desafios que lhe são
peculiares, em situações simuladas ou de realidade virtual e no mundo real do trabalho.
Neste estão
presentes variáveis adicionais , impossíveis de serem reproduzidas e, portanto, vividas
nos ambientes criados para a aprendizagem.
Espaços, recursos e etapas planejadas de prática
profissional supervisionada, dentro da próprio porto e, sempre que possível,
em terminais, neste caso caracterizando-se como estágio curricular, devem, compor os currículos da educação profissional.
Como
componente curricular, a prática profissional, incluindo o estágio, deve ser desenvolvida ao longo do curso, fazendo a ponte
permanente entre teoria e prática.
É indispensável que a instituição escolar assuma a
prática profissional consubstanciada no estágio como componente curricular que,
como tal, requer tratamento pedagógico e não burocrático.
Ele deve, portanto, ser planejado, acompanhado e avaliado por ela.
No planejamento curricular, cada competência ou conjunto
de competências a serem adquiridas pelo educando deve estar relacionado a fases
de prática,
oferecidas aos trabalhadores em situações
reais de trabalho.
Esse planejamento permite, também, que alunos trabalhadores, quando engajados em atividades produtivas claramente relacionadas à área
profissional alvo do curso, tenham, a partir de relatórios comentados e
avaliados, essa efetiva prática profissional reconhecida como estágio.
É importante ressaltar que a prática profissional supervisionada,particularmente
o estágio realizado em empresas,
pode e deve ser um valioso instrumento de
realimentação do processo de planejamento curricular.
Para isso, além de um
planejamento que envolva a participação da(s) empresa(s), faz-se necessária uma
supervisão sistemática dos estágios pela escola, que analise, comente e avalie
as atividades neles desenvolvidas.
Através da discussão desses estágios, envolvendo
alunos,professores e profissionais da área, pode-se avaliar a adequação do currículo
às demandas tecnológicas do mercado de trabalho, bem como as metodologias de
ensino adotadas.
Rápidos ajustes curriculares são, a partir daí, possíveis e
desejáveis,
considerando o espaço de autonomia na organização curricular
aberto
às escolas pela atual legislação educacional.
Avaliar competências e habilidades requer procedimentos metodológicos
nos quais alunos e professores estejam envolvidos e comprometidos.
A avaliação de competências e habilidades requer, também,
dos instrutores, o planejamento de situações e a elaboração
de instrumentos caracterizados e contextualização
de conhecimentos os de
natureza tecnológica.
Metodologias que privilegiem o desenvolvimento de
atividades típicas ou de projetos de trabalho característicos da área
profissional,que incluam a aplicação operatória dos conceitos e princípios
científico tecnológicos nela comumente envolvidos e o conseqüente uso
inteligente das ferramentas técnicas a ela disponíveis, possibilitam,
naturalmente,uma avaliação compatível com a formulação curricular centrada no desenvolvimento
de competências e habilidades.
Durante o curso e ao final deste, essa mesma metodologia
pode permitir que os alunos demonstrem, de forma integrada,todas as competências
e habilidades adquiridas, em projetos que atendam a interesses próprios e que, de preferência, respondam a propostas ou desafios concretamente enfrentados por
empresas ou profissionais da área, identificados através de contatos e
intercâmbios permanentemente alimentados pela instituição escolar.
Comitês organizados de avaliação, compostos de
representantes de empresas e/ou de profissionais dinamicamente engajados no
mercado de trabalho, além de implementar o processo de ensino-aprendizagem,
através
do seu componente de verificação, também podem oferecer insumos atualizados ao
replanejamento curricular, representando um mecanismo local de constante
sintonia com o processo produtivo.
Fonte
CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
Relatos de algumas Experiências Brasileiras
O I T
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