Venho ignorando os
dias
não importando o que seja
Eu busco que meus sonhos
se tornem reais
Olhando para trás lembrando
mesmo
que por um momento
da primeira
parede
De subir ao navio para
descer ao porão
Tirar as madeiras para o
tratorista
Subir ao convés e dos
sapatos tirar tanto grãos
Ou mesmo da busca pela
ponte
Ou do camarão do suco
De chegar podre e
debaixo do chuveiro relaxar
Para dali a pouco voltar
Mas sorrindo com as
historias do conde do TV
E agora ainda que eu
diga
Subir na parede e ter
seu nome gritado
por vários companheiros
não tem preço
Ainda bem que eu não
sabia
Os gritos eram pelo
serviço não por min.
Como iria saber que isso
iria acabar
Do jeito que tudo
ocorreu
De ouvir que o porto vai
desidratar
Que as ondas levarão o
cais para fora do porto organizado
Mas a Estiva e um
movimento coletivo
O capital retrabalha as
palavras
Assaltam minha profissão
Mas não levam minha
historia
Que tristemente não esta
no vídeo dos 100 anos
Do maior porto do Brasil
Não importando o que
seja
Sempre estarei onde um
navio atracar
Por isso ignoro o edital
do capitão do mato
Deleitando pouco a pouco
o que me resta
Vendo o bagre e sendo
ele
O tubarão se
misturo com a desconfiança
Num porto que nutri a
cidade
Em uma cidade que não se
mistura com o porto
Onde ter um canudo
Vale mais que 10 anos de
experiência
Onde contar uma historia
Sem uma placa no peito
E como na picareta
escrever uma carta pra mainha
Ou tocar os sinos na
sarreta do rio Trombetas.
So quem viveu sabe
E agora ainda que eu
diga
Não importa o que seja.
Eu busco que meus sonhos
se tornem reais
imagem itamar barbosa
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