29 de out. de 2010

Diretrizes para o setor hidroviario

DIRETRIZES PARA O SETOR HIDROVIÁRIO

Fortalecer a gestão pública no setor hidroviário
Melhorar o nível de serviço do transporte de passageiros
Implantar as eclusas prioritárias
Regulamentar o Licenciamento Ambiental de Intervenções em Hidrovias
Implantar Programa Nacional de Manutenção Hidroviária
Ampliar o conhecimento das condições de navegabilidade
Priorização de trechos de interesse
Apoiar a Marinha no programa de formação de fluviários
Implantar terminais de transbordo e acessos rodoferroviários nas hidrovias
Garantir acesso hidroviário aos portos do Norte
Propor medidas institucionais de fomento à navegação interior
Desoneração de combustíveis e lubrificantes
Efetivação do Operador de Transporte Intermodal - OTM
Política de fomento à renovação
da indústria naval brasileira e importação
Criar Conselhos de Usuários
do Transporte Hidroviário nas bacias hidrográficas
Ampliar a articulação com os Órgãos de Controle
DEFINIÇÃO DE ECLUSAS PRIORITÁRIAS
PROPOSTA PARA O FINANCIAMENTO DE ECLUSAS

O Brasil apresenta um potencial de 63 mil km de rios e lagos/lagoas,
distribuídos em todo o território nacional.
Deste total, mais de 40 mil km são potencialmente navegáveis.
No entanto, ocorre em pouco mais de 13 mil km,
com significativa concentração na Amazônia.
A participação das hidrovias na atual matriz de transporte de cargas é cerca de 4%,
enquanto o rodoviário e de 58%.
Estimativas da ANTAQ apontam que, atualmente,
são transportadas pelas hidrovias brasileiras cerca
de 45 milhões de toneladas de cargas/ano,
enquanto o potencial identificado é 4 vezes maior.
Nesta perspectiva,
a ampliação da navegação no Brasil agregaria benefícios ambientais,
econômicos e sociais.

No que tange aos aspectos ambientais,
o transporte hidroviário possibilita a
redução das emissões de gases poluentes causadores do efeito estufa,
permite uma maior eficiência energética,
em relação carga/potência e 29 vezes superior,
um consumo de combustível 19 vezes menor,
além de emitir 6 vezes menos CO2 e 18 vezes menos NOx.
Em termos econômicos,
possibilita a redução de tarifas e fretes na circulação de pessoas e cargas,
potencializando diversas atividades produtivas.
De forma geral,
a literatura técnica aponta que o frete hidroviário
para fluxos de minérios e granéis agrícolas em longas distâncias
é metade do frete ferroviário e cerca de 1/4 do frete rodoviário.
Além disto, estimativas do Ministério da Agricultura indicam que,
o Brasil desembolsa cerca de R$ 1 bilhão
com frete para escoamento da safra agrícola,
que é transportada em maior proporção
pelo modal rodoviário até os portos das regiões sudeste e sul.

Simulações realizadas em 2007,
no âmbito do Plano Nacional de Logística de Transportes – PNLT,
indicaram que a implantação de alguns corredores hidroviários
como a Hidrovia do Teles Pires-Tapajós e a Hidrovia do Tocantins
apresentaram elevada viabilidade,
com taxas internas de retorno superiores a 18%,
mesmo considerando na análise apenas a redução no custo logístico.
Também contribui para a redução do fluxo de caminhões nas rodovias,
o que diminui os acidentes de trânsito,
reduz os custos hospitalares
e possibilita menores gastos com a manutenção
dos corredores rodoviários já saturados.
Segundo dados do DNIT,
só em 2009 foram registrados 81,3 mil acidentes
envolvendo veículos de carga nas rodovias federais brasileiras e
54% dos acidentes ocorreram nos Estados de Minas Gerais,
Santa Catarina, Paraná,
São Paulo, Goiás e Mato Grosso,
Estados estes que possuem os principais corredores
de movimentação de produtos do agronegócio brasileiro.

Observa-se que o desenvolvimento do transporte hidroviário
no Brasil deve ser considerado como uma questão nacional,
e exige um esforço da sociedade brasileira
no sentido de equacionar os entraves que afligem o setor.

A análise do quadro atual indica
um nível de investimento público aquém
das necessidades de infraestrutura hidroviária,
reduzido percentual de investimento privado
e a existência de diversos obstáculos regulatórios que envolvem
aspectos de licenciamento ambiental,
de mercado e de estrutura organizacional defasada
é o recorrente conflito para garantia do uso múltiplo dos recursos hídricos,
em especial decorrentes da construção de empreendimentos hidrelétricos
sem as obras de transposição desses barramentos.
Apesar de considerar a implantação de usinas hidrelétricas
como essencial para o desenvolvimento sustentável do país,
é fundamental que a expansão hidrelétrica não inviabilize
o desenvolvimento da navegação interior no Brasil.

O Plano Nacional sobre Mudanças no Clima alerta
“para a necessidade de adoção de medidas que garantam
a existência de eclusas em todos os projetos hidrelétricos
a serem implantados em cursos d’água comprovadamente navegáveis”.
Para isso,
é necessário o mapeamento das vias potencialmente navegáveis
e o estabelecimento de normativo que oriente as análises técnicas
com vistas ao fomento à navegação ambientalmente sustentável.
O desenvolvimento do setor hidroviário no Brasil também depende
da definição e da modernização das atuais normas vigentes
que regulamentam aspectos importantes,
tais como o licenciamento ambiental de intervenções hidroviárias,
o transporte multimodal e o papel das agencias.

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