10 de nov. de 2010

O Trem-bala Social

Trem-bala trará avanços sociais e econômicos
O Trem de Alta Velocidade projetado para interligar
as regiões metropolitanas do Rio e São Paulo até Campinas
representa uma solução de transporte de alta qualidade e confiabilidade,
com potencial para produzir elevados
benefícios sociais e econômicos .
Essas são as conclusões para justificar a iniciativa da construção do
chamado trem-bala,
empreendimento com preço global orçado em R$ 34,6 bilhões,
que pode ter sua execução iniciada a partir de 2011.

Encaminhado ao Senado a pedido do senador Eduardo Suplicy,
o documento procura esclarecer aspectos sobre o projeto
trazidos à discussão durante a campanha eleitoral,
assim como questões levantadas em estudo
do consultor legislativo Marcos Mendes, do quadro do próprio Senado.
O ministério refuta,
a afirmação do consultor de que os estudos de viabilidade
não justificam adequadamente a opção como resposta
para os congestionamentos e atuais baixas condições de segurança
nos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont
e também nas ligações rodoviárias entre as duas capitais.
De acordo com a exposição,
as regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo
reúnem as condições geográficas e econômicas ideais para o projeto,
a começar pelo tamanho de suas populações ,
19 milhões de habitantes em São Paulo
12 milhões no Rio.
Além disso,
as duas regiões juntas representam mais de 40% PIB brasileiro.
Os dois aspectos somados
população e PIB
tornariam a ligação um caso clássico de adequação aos trens de alta velocidade,
comparável ao melhor exemplo de sucesso desse tipo de empreendimento:
a ligação Tóquio-Osaka, no Japão,
que, no entanto,
contavam com menor número de habitantes
do que as duas metrópoles brasileiras
quando houve a instalação do trem-bala.

O ministério afirma
que os estudos iniciais consideraram diversas opções de transporte
para o corredor entre o Rio e São Paulo.
O diagnóstico é de que já é total utilização da capacidade
da Rodovia Presidente Dutra e das ligações de Campinas a São Paulo,
com aumento significativo no número de acidentes
e da poluição atmosférica devido à emissão de gases pelos veículos.
Com a maior concentração populacional ocorrida ao longo dos tempos
e a conjugação das cidades em torno das capitais,
a tendência seria de aumento contínuo do tempo das viagens.

De acordo com o documento,
as possibilidades de enfrentamento dos problemas
por meio de modais ferroviários e aéreos foram consideradas,
mas os estudos apontaram que a melhor opção seria de fato
a ligação por trem de alta velocidade.
No caso de uma ligação ferroviária por trem de média velocidade,
a conclusão é de que o resultado em termos de custos
seria de aproximadamente de 70% e
a saturação dos serviços ocorreria em poucos anos
Já o projeto seria uma solução projetada para 40 anos.

Quanto aos custos projetados para o empreendimento
o documento sustenta que estão dentro dos padões
de outros trens de alta velocidade no mundo,
sobretudo quando se leva em conta as condições do traçado.
O custo total de R$ 34,6 bilhões
representaria um valor por quilômetro de R$ 60 milhões,
o equivalente a US$ 39,82 milhões com câmbio de R$ 1,70 por dólar.

Sem contar os gastos socioambientais R$ 3,9 milhões,
R$ 30,72 bilhões com construções,
material rodante e outros sistemas,
o que corresponderia a um valor em dólar de US$ 35,36 milhões por km.
De acordo com o estudo,
esse seria um padrão normal
comparado aos valores referenciados na literatura técnica,
que variam de R$ 35 a US$ 70 milhões por quilômetro exceto China.

Com relação à tarifa,
o ministério destaca que o valor-teto seria de R$ 0,49 por km,
valor máximo para o trecho Rio -São Paulo.
Desse modo,
na hipótese de a licitação
ser vencida por empresa que tenha oferecido esse valor,
o maior possível,
um viajante que chegar ao guichê dessa operadora
com uma hora de antecedência vai pagar R$ 199,00
para viajar entre as duas capitais,
para fazer uma viagem de uma hora e meia de duração.

O projeto é complementar aos demais modais de transporte,
razão pela qual haverá demanda
pela ampliação e requalificação dos ramais metroviários e de toda
a rede de transporte urbano .
No caso do Rio,
expansão da rede de metrôs
e revitalização da região portuária são convergentes
com o projeto na estação Barão de Mauá.
Em São Paulo, a conexão será por meio da estação Campo de Marte.

O trem deve também estimular
o desenvolvimento econômico ao longo do seu trajeto,
alem de ganhos econômicos e sociais com a geração de 12 mil empregos
diretos durante as obras
e com o desenvolvimento da indústria
nacional de componentes ferroviários
e outros itens necessários à implantação e operação dos trens.
Além disso,
o projeto prevê tecnologia mais adequada do ponto de vista ambiental
e menos sujeita a fatalidades no tráfego,
ao contrário do que ocorre com as rodovias.
Agência Senado

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