Governo prepara pacote para hidrovias
As “estradas” de água,
As “estradas” de água,
meio de transporte que sempre foi relegado a ultimo plano na matriz logística nacional,
estão prestes a entrar em nova fase.
Nos últimos dez dias,
o Ministério dos Transportes colocou no forno um pacote
de medidas para melhorar as condições das principais hidrovias do país.
Um grupo de estudos integrado por representantes do ministério,
Um grupo de estudos integrado por representantes do ministério,
do DNIT e da Antaq foi montado para formatar um conjunto de ações
que deverão ser realizadas ainda neste ano.
O relatório,
será enviado para a presidente Dilma Rousseff
e para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Ali são indicadas medidas de curto,
médio e longo prazos que vão orientar os investimentos nas hidrovias,
boa parte de um conjunto de obras que vai usar R$ 2,7 bilhões
de orçamento previsto na segunda etapa do PAC 2.
Um dos principais projetos está voltado para dragagem,
sinalização e balizamento da hidrovia do Madeira,
com extensão de 1.115 km.
O custo previsto é de cerca de R$ 120 milhões.
Concluído o serviço,
a capacidade de tráfego de carga no Madeira, que hoje é de 8 milhões de tons,
poderá atingir 20 milhões de tons.
No rio Amazonas, entre as cidades de Itacoatiara e Manaus,
No rio Amazonas, entre as cidades de Itacoatiara e Manaus,
também será feita a retirada da sedimentação ,
em alguns trechos do canal principal do Amazonas,
navios estão sendo obrigados
a aliviar a quantidade de carga para chegar até Manaus.
O mesmo problema será enfrentado no São Francisco,
entre os municípios de Pirapora a Juazeiro,
trecho no norte da Bahia que perdeu essa navegabilidade.
Na hidrovia do Tocantins,
a partir de abril com a entrada em operação comercial da eclusa de Tucuruí,
no Pará.
O projeto prevê que, a montante das eclusas,
sejam realizadas obras de derrocamento e construção de outras eclusas
numa região conhecida como “Pedral do Lourenço”, entre Tucuruí e Marabá.
Com isso, o trecho atual de 790 km de hidrovia
entre Tucuruí e a foz do Tocantins, em Vila do Conde
vai ganhar mais 400 km para navegação.
Hoje o Tocantins transporta cerca de 1 milhão de tonelada de carga por ano.
Com a ampliação da rede, terá potencial para 70 milhões de tons.
A expansão e melhoria da hidrovia Paraná-Tietê,
que tem 2,4 mil km de vias navegáveis, é outra prioridade.
O governo de São Paulo trabalha na ampliação da via em seu trecho,
mas a União quer contratar nos próximos meses uma consultoria
para fazer estudos básicos que preveem a construção de eclusas do lado do Paraná.
Para Alex Oliva,
superintendente de navegação interior da Antaq,
os projetos sinalizam uma mudança de postura do governo
com relação ao potencial logístico dos rios.
“A hidrovia sempre foi vista como o “patinho feio” do transporte,
mas hoje o governo percebeu que tem um belo cisne nas mãos”, diz.
“Nesse processo,
a retomada das obras das eclusas de Tucuruí e sua conclusão
foram fundamentais e serviram para tirar a rolha que travava o setor.”
O Brasil soma aproximadamente 44 mil km de rios,
dos quais 29 mil km são naturalmente navegáveis,
mas só 13 mil são utilizados economicamente.
A maior preocupação do governo e melhorar as condições do que já é utilizado.
No ano passado,
os rios brasileiros transportaram um total de 65 milhões de tons de carga,
quando uma estimativa conservadora do setor
aponta para um potencial superior a 160 milhões de tons de carga por ano.
Embora a principal vocação das hidrovias seja o transporte de commodities,
Embora a principal vocação das hidrovias seja o transporte de commodities,
como grãos, minérios e insumos -fertilizantes e combustíveis, entre outros,
apenas 5% da safra de grãos do país é transportada por elas.
Nos Estados Unidos,
país que é um dos maiores exportadores de grãos do mundo,
os rios transportam 67%.
Paralelamente à melhoria das condições de transporte
nas principais hidrovias
estão em construção 47 portos de pequeno porte.
Desses,
26 estão localizados na Amazônia
e deverão ser concluídos até o fim do ano que vem,
com investimento total de aproximadamente R$ 400 milhões.
Os demais, espalhados em outras regiões do país,
serão entregues até 2014.
O custo médio de uma estação de transbordo de carga
é de aproximadamente R$ 15 milhões.
Trata-se, basicamente, da instalação de uma plataforma flutuante,
um cais e terminais de carga e de passageiros.
No relatório que o Planalto receberá , a lista de obras prioritárias
No relatório que o Planalto receberá , a lista de obras prioritárias
estará acompanhada de uma relação de projetos
que ainda precisam de estudos básicos para implementação.
Já foram reservados pelo governo, segundo o DNI,
R$ 400 milhões que vão financiar esses estudos,
os quais vão apontar a viabilidade econômico-financeira
desses projetos e qual o melhor cronograma de execução.
O prazo para conclusão desses estudos é de três anos.
Fonte Valor Econômico
Fonte Valor Econômico
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