Moradores da Ilha Diana, na Área
Continental de Santos, pedem que o Plano Diretor do Município exclua as
atividades portuárias das proximidades do bairro. Eles são contra a implantação
de mais uma instalação de movimentação de cargas na região – no caso, o
Santorini Terminais e Armazéns Gerais, da Empresa Brasileira de Terminais e
Armazéns Gerais(EBT).
Em uma reunião realizada
no dia 16, na sociedade de melhoramentos do bairro, moradores demonstraram
descontentamento com o projeto. O encontro foi proposto pela entidade aos
empresários que pretendem implantar o terminal privado na região.
De acordo com o representante
da comunidade da Ilha Diana, Alexandre Lima, cerca de 50 pessoas participaram
da reunião. No total, o bairro tem 56 famílias. São 205 moradores, a maioria
pescadores. “Pedimos para que eles esclarecessem quais produtos serão
armazenados aqui. Ficamos no vácuo por que não tinham explicado nada. A nossa
crítica tem lógica e fundamento. Vão colocar tanques e precisamos saber o que
terá dentro”, destacou.
“Em um primeiro momento, ficamos sabendo que
teria enxofre e amônia no terminal. A Ilha Diana tem manguezal, queriamos saber
como ficaria o meio ambiente e como estão as licenças”, afirmou o líder
comunitário. Outra crítica dos moradores da Ilha Diana diz respeito aos estudos
que foram elaborados pela EBT para a implantação do terminal. “Acho que pegaram
estudos com mais de dez anos. São várias incoerências”, afirmou Alexandre Lima.
O pedido para a
alteração do Plano Diretor de Santos, que prevê atividades portuárias na Área
Continental, já foi feito oficialmente para a Prefeitura de Santos, segundo
Lima. No entanto, a Administração Municipal ainda não se posicionou sobre o
pleito.
Os trabalhadores portuários estão também preocupados
com o empreendimento mesmo este estar dentro do porto organizado , os problemas vividos
com a Embraport e Saipem são vistos como
terceirização. O Porto de Santos tem 7,7 milhões de metros quadrados nas duas
margens ,o complexo compreende áreas entre a Ponta da Praia e a Alemoa, em seu
lado direito, e da Ilha Barnabé ao Rio Santo Amaro, no esquerdo, de acordo com
a Portaria 94/1995, do Ministério dos Transportes.
A empresa também destacou que todo o projeto está inserido em
uma área reservada para atividades logísticas e portuárias, de acordo com o
Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do Governo do Estado de São Paulo e a
Leide Uso e Ocupação do Solo da Prefeitura de Santos.
A Santorini Terminais e Armazéns Gerais, do
Grupo Empresa Brasileira de Terminais e Armazéns Gerais (EBT), prepara a
implantação de um terminal no Porto de Santos, destinado à movimentação de
granéis e produtos florestais, especialmente celulose. Conforme o projeto, o
empreendimento poderá operar 26 milhões de toneladas anuais, ampliando em 20% a
capacidade de carga do cais santista e aposta nas ferrovias para transportar
mercadorias entre a região e o interior do País.
Investimento
de R$ 480 milhões, o terminal será no bairro Guarapá, na Área Continental de
Santos, na altura do Km 74 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na zona retro
portuária. O embarque e o desembarque de cargas ocorrerão com o auxílio de
dutos e um sistema de correias transportadoras, que vão ligar a instalação até
dois berços da Ilha Barnabé, na Margem Esquerda do Porto.
As
características do terminal e seus impactos no ecossistema da região foram debatidos
em audiência pública no auditório da Faculdade de Direito da UniSantos promovido pelo Consema, onde foi apresentado
do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do projeto. A
atividade integra o processo de licenciamento ambiental do empreendimento, que
tramita na Cetesb.
O
empreendimento contará com quatro instalações retro portuárias: uma para a
movimentação de granéis sólidos vegetais, com oito armazéns, que serão
utilizados principalmente para cargas de exportação. Três serão reservados para
carregamentos de açúcar, outros três para outros tipos de granéis sólidos
vegetais (como soja) e mais dois para granéis sólidos diversos como trigo e eventualmente”, adubos e fertilizantes em
geral ; outra para a operação dos granéis líquidos, caso de óleo diesel,
gasolina, álcoois e acetatos que contará com 28 tanques, capazes de armazenar
86 mil metros cúbicos ; uma terceira para os produtos florestais que contará
com um armazém de 75 mil metros quadrados, podendo receber carga geral não
conteinerizada, como celulose, bobinas de papel, madeira compensada, metais não
metálicos, produtos siderúrgicos e cargas de projeto e serão levados até o cais pela estrada de
acesso à Ilha Barnabé; e um pátio de estacionamento com 130 vagas para
caminhões.
Para o embarque ou o desembarque dos
granéis, as instalações serão ligadas até os berços da Ilha Barnabé por meio de
um sistema de esteiras e tubulações. Serão 15 linhas de dutos para a
movimentação de granéis líquidos e quatro de correias para o material sólido,
todas aéreas. Elas serão montadas sobre uma estrutura metálica, que ficará a
10,5 metros de altura – dessa forma, não irá afetar as vias ferroviárias e
rodoviárias que atravessar. A estrutura terá uma extensão de 3.368 metros e uma
largura de 4,15 metros.
Fonte atribuna
imagem Itamar
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