Atualmente quando ouvimos falar sobre a questão do
emprego e do desemprego, podemos ter certeza que vem seguido da solução que
parece ser unânime no discurso do governo e empresários:
formação, qualificação
e requalificação profissional.
A
educação do trabalhador sempre foi apontando como uma das soluções na propaganda telemidiatica o investimento em
formação e qualificação profissional dos trabalhadores.
Colocando a
responsabilidade da educação, na solução dos problemas sociais, no caso específico
da formação profissional.
O “problema” da formação dos trabalhadores.
O Ministério
da Educação, na elaboração da Lei de Diretrizes e Base que tramitou
desde 1988 e foi aprovada em dezembro de 1996,
Lei nº 9.394, em que o ensino
médio foi separado do ensino técnico profissional, e através inicialmente do PL
1603/96, que se transformou no Decreto nº 2.208/97 e da Portaria nº 646 de 14
de maio de 1997 que mudou a concepção das Escolas Técnicas e Centros Federais
de Educação Tecnológica.
Mas a responsabilidade será da União, dos Estados,
dos
municípios ou da iniciativa privada.
A formação profissional ficaria a cargo de
qual Ministério?
Em 1998*, o MEC apresentou o Plano Nacional de Educação.
Com a
educação tecnológica e formação profissional.
O II Congresso
Nacional de Educação CONED novembro/1997 em Belo Horizonte, Minas Gerais,
com cerca de 5 mil participantes, elaboraram o Plano Nacional de
Educação, que foi entregue ao Congresso Nacional que propunha requalificar a mão-de-obra de forma
imediatista para o mercado de trabalho.
Com a justificativa de melhorar a
qualidade e o acesso à formação profissional, propõe a aplicação do Decreto nº
2.208, fazendo uma ampla reforma no ensino médio regular e no atual sistema
público de Educação Profissional.
O governo e os empresários continuam não só
definindo as políticas de formação e seus recursos, como também desqualificando
um nível de ensino que poderia ser utilizado como referência para se buscar a
formação profissional de qualidade.
O Ministério do Trabalho,
por meio da Secretaria de
Formação e Desenvolvimento Profissional (SEFOR), com recursos do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT),
é órgão responsável pela articulação política de
trabalho e de educação profissional no país.
Para a SEFOR, a superação do
paradigma taylorista/fordista pelo da automação flexível, com suas decorrências
na qualificação e educação da força de trabalho propondo a organização de
Centros de Educação Profissional que justificativa evitar a ‘burocratização’ e a ‘duplicação de
esforços’, constitui uma rede ‘descentralizada porém articulada’ das ETs,
CEFETs, universidades e o sistema S
SENAI, SENAC, SEST-SENAT, SENAR.
Mas devido a velha
mas nova e moderna justificativa ao
processo de globalização econômica, ao aumento da competitividade e às
profundas mudanças na produção decorrentes dos processos tecnológicos, é
necessário o constante aperfeiçoamento dos recursos humanos.
Explicito em a
Educação Básica e Formação Profissional
Uma visão dos empresários,
na VI Reunião do Presidente de Organizações Empresarias
Ibero-Americanos em Salvador, 1993.
Uma das estratégias apontadas por eles é que a
valorização dos recursos humanos deveria estar centrada na elevação de sua
competência. Apresentam-se como os grandes defensores da Educação Básica,
intimamente relacionada a formação profissional.
Afirmaram então que a elevação
do nível de qualificação da força de trabalho depende do sistema educacional
básico.
E que caberia aos empresários, junto com outros segmentos da sociedade,
em especial trabalhadores e governo, criar condições para o acesso universalizado
à escola básica , combatendo a exclusão nas primeiras séries e promovendo a
revisão curricular.
Na verdade, o que os empresários estão propondo são medidas
que o governo já vem concretizando.
Sustentam, a necessidade do trabalhador polivalente e
participativo, desconhecendo a
organização do trabalho, incapaz de manter seus empregos.
Buscando
transformar a escola em mero instrumento
de preparação de mão-de-obra.
O posicionamento com relação à formação profissional,
contra a dualidade da escola, em que uma
destina-se aos filhos do trabalhador e outra aos filhos da elite.
A concepção
de escola unitária vem há algum tempo balizando as discussões dos educadores
mais progressistas, no sentido de apontar uma saída para a histórica dualidade
de nosso sistema de ensino
. A divisão nitidamente estabelecida entre funções
instrumentais e intelectuais é colocada em questão pelo reconhecimento de que
todos desempenham, em certa medida, funções intelectuais e instrumentais no
sistema produtivo e no conjunto das relações sociais, indica que os trabalhadores são capazes de desempenhar sua parte no acordo
social imposto pelas relações de trabalho, pelo cumprimento dos seus deveres, e
ao mesmo tempo capazes de incorporar as mudanças tecnológicas, sem causar
estrangulamento à produção.
Não serve mais uma escola profissionalizante que
seja apenas uma incubadora
de pequenos seres instruídos num ofício, sem idéias, cultura , alma, mas apenas
com olhos infalíveis .
A formação profissional deve ser realizada em seu
conjunto é pensá-la, de natureza científico-tecnológica para todos em todos os
níveis e ramos do ensino.
Buscando um patamar sempre mais complexo da capacidade de
abstração do conjunto da força de trabalho, nas tarefas simples ou complexas no
mundo da produção ou assuma responsabilidades sócio-político-culturais na
organização de seu cotidiano.
O Brasil,
sempre manteve a grande maioria dos
trabalhadores excluídos do acesso à formação científico tecnológica.
O que se
quer e um centro ou escola que de acesso ao conhecimento científico-tecnológico
e não somente ao treinamento necessário
à execução de tarefas ou demandam o domínio de fundamentos para a sua execução.
Imagen Itamar MB
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