28 de jun. de 2015

Os 2 mundos da Qualificação portuaria

A importância da educação ganha força com  a teoria do capital humano onde investimentos em recursos humanos evitam o sub aproveitamento dos investimentos realizados.
 A questão de educar-se para o trabalho revelou que, 
não pode  ficar alheio aos problemas do emprego, 
nem pode restringir-se a preparar ou capacitar o trabalhador  para apenas uma função. 
O processo educativo tem que, obrigatoriamente, contribuir para o desenvolvimento integral do trabalhador, incentivando e orientado para o aprender a pensar e para o aprender a aprender.
E dar ao ensino da formação profissional  uma educação para o mundo do trabalho, não só técnica, contida no sistema formal, mas que ofereça  expectativas de crescimento profissional ao trabalhador.  
Essa oferta gera comprometimento dos trabalhadores, na concepção e na metodologia educacional de treinamento, com ganho prático na cidadania.
 Quando a capacitação se intensifica por multiplicação de procedimento formal, esse isolamento provoca, entre outros efeitos, o engessamento do currículo técnico para a área em questão.
 Não obstante os problemas resultantes dessa situação, enquanto o paradigma da desqualificação e anti produtividade inflada pelas associações empresarias nos corredores de Brasília desde  1987, a qualificação profissional nos moldes ofertados pelo OIT  surtiu resultados positivos , para a mão de obra própria do terminal de Conteiner, mas não para os trabalhadores do  quadro do Ogmo.
Orgão que tem obrigação de qualificar e capacitar os trabalhadores tradicionais , mas por engano do poder são equipados e gerenciados pelos operadores portuarios .
Bastou a mudança do paradigma tecnológico  e o intercambio internacional para que se percebessem os enganos cometidos. 
As correções de rumo na  formação profissional só serão viáveis quando houver efetiva participação de governo e trabalhadores
Por um lado, discute-se hoje, com muita freqüência, as questões da qualidade do ensino e a necessidade de reformular os currículos para aproximá-los das novas velhas exigências tecnologicas existentes. 
A história brasileira mostra que a qualificação e requalificação no tocante aos programas de capacitação profissional estiveram sempre dissociados de um projeto nacional  de crescimento portuário resultado  de um forte lob empresarial.
Como conseqüência, existe somente dois Ceneps e muitos dos Foruns Permanente de Qualificação deixão a desejar às demandas formuladas pelos investimentos de novos portos e na ampliação dos terminais já existentes  .
 A importância da formação profissional e da qualificação  para o desenvolvimento econômico é inquestionável.
 No entanto, tem efeitos diferenciados sobre os trabalhadores portuários — notadamente existem mais centros de multiplicadores  para a mão de obra própria — do que verbas e treinamento para os  trabalhadores tradicionais ,arrumadores,conferentes ,consertadores ,estivadores e vigias
Para os primeiros,adentrando a área sem experiência  para que sejam ensinadas as habilidades básicas para o desempenho de sua função e possibilitam o aperfeiçoamento contínuo do trabalhador. Para os tradicionais, a questão é qualificar para um conjunto de ocupações dentro do porto como um todo para garantir sobrevivência ocupacional a esse grupo, pois se estivéssemos estudando outro  pais  o fato  de existir dois grupos  ja seria considerada  uma obra de ficção cientifica . 
As instituições de formação profissional têm grande dificuldade de se manterem tecnologicamente atualizadas, pois são  obrigadas a disputar as licitações das escassas verbas para treinamento  mesma aquela compulsoriamente recolhida para esse fim, na qualificação dos  trabalhadores portuários.
 Um grande equivoco burocrático criar o centro de excelência portuária na lei mas não direcionar as verbas que seu porto recolhi pra este fim.  
O objetivo de um bom conteúdo programático é fornecer ao trabalhador um leque de alternativas adequando a formação as necessidades do porto e  que amplie as suas possibilidades de crescimento profissional e simultaneamente, incentivando metodologias de capacitação baseadas na experiência para
desaguar na  qualidade da prestação do serviço.

O problema de uma questão tão complexa como a apresentada, de dois mundos que se juntam na operação mas com visões  tão distantes .
Numa muralha  criada pelos os mesmos que caminham nos corredores do poder chorando dos Custos. 

Um comentário:

  1. Parabéns Simão pelo artigo!
    Realmente, nós que estamos no curso de formação do concurso Ogmo/Estica de Rio Grande - RS, já estamos sentindo que após esse curso, conforme comentam os véspera do Ogmo, levaremos muitos anos para poder ter qualificações em outros cursos.
    Triste realidade!
    Mas, não nos daremos por vencidos e continuaremos nessa batalha!
    Parabéns!

    Silvio Menezes.

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