10 de jan. de 2016

MAIS UMA MULHER ASSUME A ATIVIDADE NO TRABALHO PORTUÁRIO


O cais apresenta uma divisão sócio-sexual do trabalho e sofreu transformações nesta divisão decorrentes, em grande medida, das metamorfoses geradas pela evolução social  no processo de trabalho.Muito mais voltada ao machismo velado ao estilo brasileiro calado.  Hoje a presença da mulher nos portos é uma realidade. Mas não foi o container o responsável pelo dito sexo frágil vir fazer a vida na beira do cais , no porto do Porto em Portugal no rio Doro eram as portuguesas que embarcam os mais doces vinhos em caixas  para os mais longínquos destinos , ou mesmo em Lisboa onde eram as concertadoras , costurando as sacarias avariadas  . Mas poucas nos dias de hoje  , existem apenas 14 mulheres. Dez em Setúbal e quatro em Sines com experiência profissional  em media de 15 anos. Em Antuérpia , Ghent ,Liverpool ,Rotterdam e Zeeburger  as estivadoras na peação das cargas .
Mas voltando a terra varonil  , um exemplo que desmistifica esta nas estivadoras de  Pernambuco trabalhando na estivagem de sacaria de açúcar de 50 kg e no porto de Manaus na apeação de carga .
Mas há um lado preocupante na área portuária a dos colaboradores. 
Muitas mulheres adentraram como assistente de operação, operadora de gate isso dentro dos portos organizados e foram tendo crescimento profissional  hoje são operadoras de Terminal Tractor, Reach Stacker , RGT ,Porteiner e Conferente  mesmo não possuindo cadastro ou registro em Ogmo .Premissa esse que deixa transparente a não incorporação e manutenção da Convenção 137 e Resolução 145 da OIT Organização Internacional do Trabalho da ONU e da Lei 12815 de 2013 por parte dos Operadores Portuários e da Autoridade Portuária   ,mas se utilizan dos treinamentos do Programa de Desenvolvimento Portuário PDP da OIT para os terminais de container  , onde o mesmo e negado aos trabalhadores portuarios avulsos do Ogmo.

Em Rio Grande, a conferente Eny Perez Lobato, que teve sua admissão em 1980 e, embora tenha completado 80 anos em 2015, ainda tem seu registro ativo no OGMO/RG.A conferente Aidila Maria de Menezes Chaves foi trabalhar na atividade portuária , em 1983  entra para trabalhar  no Porto do Recife.
No porto de Santos,as mulheres no trabalho portuário na década de 90 eram Gabriela Fernandes de Jesus, Maria Antonieta e Karina Royas Marques ambas conferentes de carga e descarga.
Foram as pioneiras,infelizmente Maria Antonieta não esta mas na lingada ,faleceu em serviço no terminal da Cosipa ,quando anotava as mercadorias a serem embarcadas foi atropelada por um caminhão que manobrava de re.
Em 2006 chega a  Força e beleza feminina nos portos capixabas. Com a aprovação no concurso publico  para trabalhador portuario avulso do Ogmo Vitoria de 18 novas TPA’s.
 E é com coragem e força que Eveline Machado afirma que irá trabalhar para continuar a quebrar barreiras. "É um ambiente novo, por isso quero dar o meu melhor para não sofrer nenhum tipo de discriminação e ao mesmo tempo continuar a quebrar as barreiras que irão aparecer", ressalta. Segundo Alba Valéria Santos de Castro. "Num primeiro contato alguns TPA's acharam graça. Acredito por entenderem que o trabalho portuário seja pesado, mas garanto que eles vão se surpreender com a força feminina", finaliza. Renata Leite Marques, estivadora é mãe
 “Se antes eu corria nos trilhos agora ando com mais cautela”, “a gente se adapta mais ao porto do que o porto a gente”.


Em 1980, nascia Kátia Caroline Olsson Perinazzo, a primeira estivadora do porto do Rio Grande, ingressa no processo seletivo de 2013. “Eu tinha uma noção do que seria a atividade, mas fui surpreendida, pois nunca tinha entrado num navio, não podia imaginar o que seria um porão e a escada de acesso”, revelou. “Na Termasa, por exemplo, estava fazendo a atividade muito rápido e o contramestre logo disse: - Calma, Katia. Não precisa ser tão rápido, faça com mais tranquilidade”. Foi uma dica carinhosa, segundo ela. Quando estava varrendo o convés, outro contramestre avisou para não deixar acumular muito grão no local, porque depois fica difícil varrer tudo para o porão, é pra ir fazendo continuamente, aos pouquinhos. 
Fonte boca de ferro 
imagem Mauro lourenço Silva 

Um comentário:

  1. Obrigado Renato pela divulgação do ingresso da nossa colega Estovadora Katia, aqui em Rio Grande - RS!

    Att.

    Silvio Menezes.

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