7 de mar. de 2021

O Risco a bordo na Covid.

 

Em dezembro de 2019, a eclosão da epidemia do covid, instituiu-se alerta internacional de pandemia, em março de 2020. Um ano, atrás. Neste período a fatalidade se deu na primeira onda em profissionais da saúde, terceira idade e pessoas com comorbidades. Na segunda onda percebesse uma redução de idade e os trabalhadores essenciais, se tornaram maioria, e pessoas com comorbidades. Analisando a situação dos casos de Covid-19, observa-se maior coeficiente de incidência nas faixas etárias de maiores de 40 anos.

Os primeiros a serem vacinados foram os trabalhadores da área de saúde: profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e também profissionais de apoio, como cozinheiros e pessoal da limpeza de hospital, motoristas de ambulância, cuidadores de idosos, professores de educação física, podólogos, esteticistas, indígenas e pessoas acima de 60 anos ou mais estão sendo vacinados na primeira fase.

A segunda fase, serão as pessoas com comorbidades, que podem agravar a situação de saúde em caso de uma contaminação de covid-19.

São consideradas morbidades prioritárias: diabete mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer, obesidade, grau III. Nessa fase também serão vacinadas pessoas com deficiência permanente severa.

A terceira fase será voltada para imunizar os trabalhadores da educação, população em situação de rua, membros das forças de segurança e salvamento, trabalhadores do transporte aeroviário, coletivo, portuários, rodoviários de carga e funcionários do sistema prisional e população carcerária.

Se a busca da imunização e vacinar os grupos de maior risco de desenvolvimento de formas graves e os indivíduos com maior risco de infecção. Como que o plano de vacinação não considera o território local. A exemplo de cidades com aeroportos internacionais e portos. Estes estão com o mesmo plano de vacinação de cidades que não possuem portas para o mundo.




Os casos nas cidades portuárias são repetitivos. Mas na mídia não se vê nem se lê matérias sobre funcionários, colaboradores ou prestadores de serviço de tal empresa com covid. Mas os números de contaminados são de milhões, de mortos são de centenas de milhares que são somente brasileiros. Não tem profissão ou empregador.

Um grupo de pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mapeou o risco de contaminação de trabalhadores brasileiros durante a pandemia de coronavírus. Os levantamentos levam em questão as atividades profissionais e o grau de vulnerabilidade diante da covid-19. Segundo o estudo, vigia portuário 76,67 pts , visitador de navios 72,48pts, estivadores 70,85pts, passando por Supervisor de operações portuárias 58,33 pts, trabalhador portuário de capatazia 57,67 pts e Guarda portuário 56,67 pts.

 As reclamações de parte da sociedade que estão em risco constante frente a covid 19. Fez com que o Ministério da Saúde enviasse esclarecimentos ao STF (Supremo Tribunal Federal) para indicar o que motivou a definição da ordem entre os grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19. E que critérios foram esses que levaram a vacinarem esteticistas, podólogos e professores de educação física e pilates. Demostrando um procedimento genérico, sem mostrar uma ordem de preferências dentro de todos os grupos preferenciais. No final da vacinação o Brasil terá um dos maiores contingentes de trabalhadores da saúde no mundo.

 Para o ministério, além do "risco atrelado às condições biológicas e físicas dessas pessoas", elas estão "na dependência do cuidado de terceiros e compartilhamento de ambientes e dormitórios com pessoas em diferentes condições". "Essas características representam risco potencial de disseminação do vírus da covid-19 e surtos da doença em uma população que possui risco aumentado para desenvolver quadros graves."

Seguindo este entendimento. Como se explica a não vacinação dos estivadores, práticos e vigias portuários, pois, os mesmos compartilham o ambiente com estrangeiros que atracaram nos portos. Uma doença que não e originaria das capitais ou dos rincões do interior do pais. O primeiro diagnóstico de covid no Brasil, o paciente havia retornado do norte da Itália. Adentrando aos pais por uma de suas portas com o mundo.


Uma dessas portas são os portos. Cingapura se tornou um dos primeiros países a priorizar a vacinação COVID-19 para os trabalhadores portuários. Por esses trabalhadores irem a bordo de navios e entram em contato com pessoas de fora de Cingapura. As cidades portuárias do Chile seguiram o mesmo procedimento  em seu plano de vacinação. Após repetidos apelos para adicionar os estivadores dos portos de Long Beach e Los Angeles aos grupos prioritários para a vacinação, as secretarias de saúde liberaram o primeiro lote de vacinas para os estivadores e começaram a ser vacinados em 12 de fevereiro.

No Brasil são vários as notificações e relatórios da Anvisa, que contribuem para entender o procedimento de vacinação nas cidades portuárias acima citadas. Navios que são obrigados a desatracar para cumprir quarentena na barra. Essa característica representa um risco potencial de disseminação do vírus da covid-19 e surtos da doença em uma população que convive com os estivadores, práticos e vigias portuários, por exemplo, mas não entram nos portos. Pois, o mesmo entendimento está sendo utilizado para os profissionais que prestam serviço aos trabalhadores da saúde para serem vacinados. O risco de não serem contaminados pelo convívio com pessoas que lidam combatendo a pandemia.

O que vem levando uma crescente insatisfação devido à falta de cobrança dos sindicatos, federações portuárias e dos políticos, eleitos pelos trabalhadores portuários, tanto da esfera municipal, estadual e federal, junto as secretarias de saúde das cidades portuárias, por não estender aos trabalhadores essências dos portos o direto a vacina, por correm risco ao subir a escada de um navio. Ou será que o Covid atua nas cidades portuárias de Cingapura, Chilenas e de Los Angeles e Long Beach contaminado seus trabalhadores, mas nas cidades portuárias brasileiras este padrão não se repete.

Ou "Entretanto, deve-se considerar que tais profissões diferem no grau de risco ocupacional e, portanto, a necessidade de priorização em detrimento de outros estratos populacionais não se aplica de maneira uniforme", diz o ministério.

 O que reforça a cobrança dos estivadores, pelo direto a vacinação, são os corriqueiros afastamentos dos vinculados e as sequenciais perdas nos portos de vidas de trabalhadores, com faixa etária inferior a 50 anos.

E muitos acreditam que as centrais sindicais em lugar de fazer abaixado assinado deveriam ir às compras por vacinas.

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