22 de abr. de 2021

Parabéns guardas portuários, pois, lutaram pela vacina

 A secretaria de saúde adorou atitude absolutamente incompatível com o estado de risco que convivem os estivadores. Pois, se silenciou ao mal do corporativismo ao vacinar brasileiros que não corriam riscos, mas por serem de uma determinada área profissional. Divergindo de vários especialistas de outros países, toma uma atitude conivente que suplanta a questão da suspeição do risco que e subir a bordo de navios onde a Anvisa não testa os tripulantes que atracam nos portos brasileiros.

 A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo SARS-COV2. É caracterizada como um importante problema de saúde pública mundial que tem causado pressão psicológica nos estivadores, devido às incertezas provocadas pelo vírus e os riscos de contaminação a cada período trabalhado. Os estivadores estão expostos à pressão psicológica, alto poder de transmissão do vírus, medo de adoecer, ansiedade e dificuldade na compreensão na perda de familiares e companheiros de trabalho. Mas não foi após a audiência pública com o ministério da saúde que veio a vacina para toda comunidade portuária.

Seguindo o modelo espanhol a Guarda Portuária de Santos e de São Sebastião será vacinada, mas não foi baseado em estudo de grau de risco ou por ser um trabalhador essencial a economia do Brasil foi pela política corporativa desta vez da segurança pública.

Após grande mobilização da categoria, em 06 de abril, os guardas portuários fizeram um protesto na porta do prédio da presidência da Autoridade Portuária reivindicando a vacinação contra a covid-19 para a categoria, um dia após os estivadores reivindicarem o mesmo. Após o protesto, o SINDAPORT ingressou com uma ação na Justiça e encaminhou ofícios para o Governo do Estado e Prefeitura de Santos, solicitando a inclusão dos guardas portuários na vacinação dos profissionais de segurança. Os documentos foram enviados para o governador João Doria, para o secretário estadual de Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn, para o secretário estadual de Segurança Pública general José Camilo Pires de Campos, para o prefeito de Santos Rogério Santos, para o secretário municipal de Assuntos Portuários Julio Eduardo dos Santos e para o secretário municipal de Segurança Sergio Del Bel Júnior.

 Desde o anúncio da vacinação para os profissionais da segurança pública, eles reivindicam o seu direito a integrar o plano de imunização. Eles alegam que estão envolvidos nas ações de vigilância, em contato direto e constante com o público e os trabalhadores portuários, inclusive, estrangeiros.

Como o estado de são Paulo está vacinado os servidores públicos da segurança, os guardas portuários conseguiram o aval do Governo do Estado e são incluídos na vacinação contra Covid-19 para os profissionais da segurança pública.

Os 346 guardas portuários do Estado de São Paulo, que atuam em Santos e São Sebastião, serão vacinados.

De forma não política o estudo de Pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ mapearam, considerando as atividades profissionais, o índice de risco de contaminação dos trabalhadores brasileiros pelo coronavírus. O mapeamento contempla 2.539 ocupações e abrange todo o país. É dividido em 13 grupos ocupacionais, de profissionais da agropecuária e pesca aos do setor de transportes. Esse último, segundo o estudo, concentra uma grande quantidade de profissionais com risco de infecção, a exemplo dos trabalhadores portuários que trabalham a bordo dos navios, cujo índice de risco é superior a 70%. Neste estudo os guardas portuários têm o risco de 56,67.

O estudo em questão segue a mesma metodologia usada pelo New York Times, baseada na O*NET, base de dados do Ministério do Trabalho americano.

E como os gestores portuários brasileiros estão mais preocupados na desestatização dos portos organizados. Em nota, a Santos Port Authority (SPA), a autoridade portuária de Santos, disse que não foi informada oficialmente desta decisão e aguarda manifestação do governo estadual ou da Prefeitura de Santos.

Parabéns aos guardas portuários, pois, lutaram pela vacina. Quem tem boca vai à Roma.

Que venha logo para as demais categorias portuárias.

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