29 de out. de 2010

Diretrizes para o setor hidroviarioII

Implantar as eclusas prioritárias

As eclusas
são instalações essenciais para o desenvolvimento do setor hidroviário no país,
pois permitem a navegação em trechos de hidrovias barrados
por usinas hidrelétricas ou que apresentem obstáculos naturais à navegação.
Neste sentido, o Ministério dos Transportes estabeleceu
um portfólio composto por 62 eclusas prioritárias
a serem implantadas até o ano de 2026,
conforme resultado dos trabalhos realizados no âmbito do GT Eclusas.
Na atual conjuntura,
para viabilizar a implantação das eclusas prioritárias
é essencial que haja uma regulamentação específica.
Neste sentido, o Ministério dos Transportes
já encaminhou proposta de Substitutivo ao Projeto de Lei no. 3009/1997,
ora em tramitação na Câmara dos Deputados,
apresentando seu posicionamento sobre a matéria.
Na sequência deste trabalho estão descritas
as etapas do trabalho realizado no âmbito do GT Eclusas e seus resultados.
Também são detalhadas as principais diretrizes da proposta
do Ministério dos transportes ao Projeto de Lei no. 3009/1997.

Regulamentar o Licenciamento Ambiental de Intervenções em Hidrovias

Um dos principais entraves para o desenvolvimento das hidrovias
é a dificuldade para aprovação de licenças ambientais,
principalmente pela falta de definição clara
do objeto a ser licenciado e pela falta de entendimento comum
acerca dos conceitos técnicos relacionados ao tema.
Profissionais do setor de licenciamento defendiam
que o licenciamento ambiental de intervenções hidroviárias
deveria abranger a hidrovia como um todo.
O Ministério dos Transportes
defende que o procedimento de licenciamento ambiental deve ser
exigido de forma individual,
abrangendo cada obra ou serviço de engenharia,
porém dentro de uma visão geral da hidrovia.
Com o intuito de solucionar este entrave,
o Ministério dos Transportes tem discutido o problema
com o Ministério do Meio Ambiente e IBAMA,
para chegar a um entendimento acerca de um marco regulatório
para o licenciamento ambiental de intervenções em hidrovias.
A expectativa é consensuar um instrumento normativo
que possa ser encaminhado pelo Presidente da República ainda este ano.

Implantar Programa Nacional de Manutenção Hidroviária

Atualmente,
a navegação franca e segura nas hidrovias brasileiras
é prejudicada pela inexistência de uma estratégia capaz de garantir
a execução dos serviços contínuos de dragagem,
sinalização e balizamento.
Na situação atual,
observa-se que há dificuldades no planejamento prévio
e no conhecimento satisfatório do montante orçamentário necessário
para realizar as obras de manutenção das hidrovias,
de modo que esta atividade é realizada de forma segmentada
e sem continuidade.
Para solucionar este problema,
o Ministério dos Transportes estabeleceu as diretrizes para
a formatação do Programa Nacional de Manutenção Hidroviária
que pretende criar procedimentos que garantam
a manutenção hidroviária ao longo de ciclos de 5 anos,
abrangendo as seguintes atividades:

Licitação de serviços de consultoria para elaborar os projetos de dragagem,
sinalização, balizamento e estudos ambientais;
Licitação das obras de manutenção das hidrovias
dragagem, sinalização, balizamento e outros,
nos mesmos moldes da manutenção rodoviária;
Licitação do serviço de supervisão
durante a realização das intervenções nas hidrovias
e atendimento às condicionantes ambientais estabelecidas;
Fixação de ciclos com duração de 5 anos,
uma vez que a manutenção hidroviária é uma atividade de natureza contínua,
a exemplo da manutenção rodoviária.

Ampliar o conhecimento das condições de navegabilidade

O setor transportes,
notadamente as Administrações Hidroviárias,
ainda necessita de um nível maior de detalhamento
nas informações sobre os rios brasileiros para subsidiar os projetos
de intervenções em hidrovias.
O conhecimento dos níveis históricos de água,
bem como dos dados batimétricos em rios e lagos
permitem a identificação detalhada de pontos críticos e obstáculos à navegação.
Estas informações são de fundamental importância
para a definição da abrangência e do custo de intervenções de dragagem,
derrocamento, balizamento e sinalização.
Neste sentido,
o Ministério dos Transportes tem ampliado
os contatos com a Agência Nacional de Águas – ANA
com o intuito de estabelecer uma rotina para recebimento
e utilização dos dados do Sistema de Informações Hidrológicas,
bem como indicar pontos de interesse para a implantação
de postos de leitura limnimétrica.
Também foram realizados contatos com a Marinha do Brasil
para indicar os trechos prioritários em rios e lagos
que demandam mais urgentemente informações batimétricas.
Vale salientar que no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento
estão previstos investimentos para
a realização de levantamentos batimétricos
a serem conduzidos pelo DNIT e pelas Administrações Hidroviárias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário