30 de nov. de 2010

Expansão,sustentabilidade e competitividade da ferrovia I

Principais motivos para a não-utilização das ferrovias no Brasil
Questões ambientais
Risco de roubos
Risco de acidentes
Aumento de complexidade de operação
Dificuldade de acesso aos terminais
Baixa freqüência de saídas
Necessidade de investimento
Indisponibilidade de outros equipamentos
Redução da flexibilidade na operação
Baixa confiabilidade
Indisponibilidade de terminais
Problemas com infraestrutura na interface porto X ferrovia
Falta de ramal ferroviário
Baixa velocidade
Problemas no transbordo
Indisponibilidade de vagões
Desinteresse da ferrovia para transportar a mercadoria
Custo total não compensa
Indisponibilidade de rotas

Um dos principais entraves enfrentados pelo modal ferroviário
é a questão da invasão da faixa de domínio,
que é a faixa de terreno em que se localiza
a via férrea e demais instalações da ferrovia.
Diversas comunidades, com o passar dos anos,
se instalaram ao longo das ferrovias e em suas faixas de domínio.
Esse problema é preocupante por dois motivos.
Primeiramente,
porque o número de acidentes aumenta consideravelmente com o tráfego de pessoas.
E,em segundo lugar,
porque isso impacta negativamente o desempenho operacional do modal,
uma vez que os trens têm de reduzir significativamente sua velocidade,
em especial em áreas urbanas,
onde a velocidade média é reduzida de 40 km/h para 5 km/h14,
não só atrasando o transporte da carga,
como também aumentando o desgaste do trem e estimulando o roubo da carga.

Portanto,
é necessário investir em programas de desapropriação e realocação
de comunidades alojadas
de forma irregular ao longo da faixa de domínio das ferrovias,
para assim eliminar os risco de acidentes
e aumentar o desempenho operacional do modal.
Uma solução alternativa para esse problema é, em alguns casos,
a construção de contornos ferroviários nas cidades
e áreas densamente povoadas com predominância de invasões na linha.
Outra questão bastante problemática para o transporte ferroviário
é a questão das passagens de nível (PN),
ou cruzamentos de uma ou mais linhas férreas com rodovias no mesmo nível.
Essa questão acarreta os mesmos problemas
causados pelas invasões das faixas de domínio,
porém com o agravante de atrapalhar o tráfego rodoviário.

Para melhorar as condições nas passagens de nível,
o Governo Federal
precisa direcionar investimentos para obras nesses cruzamentos,
dando prioridade às 2.611 PNs mais críticas,
ainda que sejam registradas mais de 12 mil PNs segundo a ANTF 2009.

Um ponto de bastante relevância também para
o desenvolvimento do setor é a aprovação do novo modelo de concessão,
cuja minuta já foi apresentada em reunião entre agentes do setor,
usuários e membros do governo
na Câmara Temática de Infra-Estrutura e Logística do Agronegócio
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Segundo esse novo modelo,
mais de um operador passará a operar em um mesmo trecho da malha ferroviária,
estimulando a competição no setor,
e contribuindo para a redução dos custos do transporte para os usuários.
Cálculos da ANUT dão conta que esse novo modelo
pode reduzir em até 40% os custos de transporte ferroviário no País.
Por fim, cabe ressaltar,
no que tange ao transporte de passageiros, o Trem de Alta Velocidade (TAV)
posiciona o Brasil junto ao seleto grupo de países com este tipo de transporte.
O projeto já está em andamento,
conforme mostra recente Medida Provisória nº 511 de 05/11/10:
foi autorizada a garantia de financiamento do investimento
no trecho entre RJ e Campinas.
Estima-se que o TAV atingirá velocidade média de 280 km/h
em um trajeto que inclui São Paulo,Campinas, Viracopos,
São José dos Campos, Resende e Rio de Janeiro no Galeão.
O trajeto expresso entre São Paulo e Rio de Janeiro poderá ser
feito em 93 minutos,
conforme estimativa da consultoria Halcrow/Sinergia.
Destaca-se que o TAV
já contempla o Plano de Mobilidade Urbana para a Copa de 2014.

A diminuição de passagens de nível,
a realocação de famílias para fora das faixas de domínio
e/ou a construção de contornos ferroviários
em grandes centros urbanos
deverão possibilitar mais rapidez e eficiência ao transporte ferroviário,
reduzindo seu custo.
O Setor Ferroviário precisa de um novo modelo de concessão
para expandir a malha ferroviária em ao menos 11.800 km,
com o que a participação do modal deverá saltar dos 20,7% atuais
para 35% na matriz brasileira de transportes de carga até 2025.
fonte
Construbusiness2010
9ºCongresso Brasileiro de Construção

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