A segurança na produção e sua micropolítica são constituídas de
práticas pedagógicas, e não só de ações tecnológicas típicas da construção de
atos, no senso estrito; portanto, toda aposta que visa interferir no campo de
produção tem de reconhecer isso como uma necessidade para a ação.
Propondo uma problematização sobre a educação, a idéia da educação permanente e passando a reconhecer que:
"torna-se crucial o desenvolvimento de recursos tecnológicos de operação do trabalho perfilados pela noção de aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de construir cotidianos eles mesmos como objeto de aprendizagem individual, coletiva e institucional."
Propondo uma problematização sobre a educação, a idéia da educação permanente e passando a reconhecer que:
"torna-se crucial o desenvolvimento de recursos tecnológicos de operação do trabalho perfilados pela noção de aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de construir cotidianos eles mesmos como objeto de aprendizagem individual, coletiva e institucional."
Este desafio nos
permite a construção de uma grande pauta de discussões e reflexões e, até
mesmo, de novas produções teóricas.
Uma delas, refere-se a um
fenômeno bem comum entre nós.
Não é possível sustentarmos mais as quase
exclusivas visões gerenciais que se posicionam sistematicamente pela noção de
que a baixa eficácia é devida à falta de competência dos trabalhadores e que
pode ser corrigida a medida que suprimos, por cursos compensatórios, aquilo que
lhes falta.
Diante desta visão do problema, estes gestores passam a propor cursinhos à exaustão, que consomem recursos imensos e que não vêm gerando efeitos positivos e mudancistas nas práticas destes profissionais.
Diante desta visão do problema, estes gestores passam a propor cursinhos à exaustão, que consomem recursos imensos e que não vêm gerando efeitos positivos e mudancistas nas práticas destes profissionais.
Óbvio que, há treinamentos que
são necessários para a aquisição de certas técnicas de trabalho, mas isso é
pontual e pode ser suprido sem muita dificuldade. O que aponto é a necessidade
de olharmos de outros modos explicativos para esta relação em dobra: educação
em cais e trabalho no cais , na qual é impossível haver separação de termos.
Um
produz o outro.
Com efeitos fundamentais tanto para a construção da competência do trabalhador, quanto para a expressão de seu lugar enquanto sujeito ético-político produtor de cuidado, que impacta o modo de viver de um outro, material e subjetivamente constituído.
Com efeitos fundamentais tanto para a construção da competência do trabalhador, quanto para a expressão de seu lugar enquanto sujeito ético-político produtor de cuidado, que impacta o modo de viver de um outro, material e subjetivamente constituído.
Aliás, estas questões já vêm sendo
objeto de preocupações dos trabalhadores.
Os Pólos de Educação Permanente
vem constituindo uma forma de construir um terreno para a problematização
necessária da mudança do conjunto das práticas dos gestores portuários quanto a suas intervenções no campo da
educação em porto, enquanto pauta nacional.
Como instância da Marinha e SEP,
esses Centros de excelência nacional Portuária não necessariamente respondem de
modo uniforme a esta pauta, pois a instalação de múltiplos atores
loco-regionais lhe dão singularidades que não podem ser desprezadas. Mas o
terreno e o sentido da política estão aí instalados, cabendo aos atores
concretos resolvê-los nos seus modos de produzir. A multiplicidade desta se
expressa também nos Pólos.
O tipo de prática de educação que
deve ser induzida, construída, nos marcos deste debate da educação permanente, com
certo posicionamento necessário em relação ao modo de encarar a construção,
implicadas com a visão em dobra de práticas sociais.
A área da formação, então, não
mais um lugar secundário ou de retaguarda, mas um lugar central. A introdução
desta abordagem retiraria os trabalhadores da condição de "recursos"
para o estatuto de atores sociais das reformas, do trabalho e do ordenamento de práticas."
Quando fala da pedagogia do
processo que possa estar articulado a este novo agir, aponta como dispositivos
analisadores, que pode construir novas lógicas no agir do trabalhador, o
"quadrilátero da formação", apostando que ele pode cumprir este
núcleo do desafio, procurando mostrar a possibilidade auto-analítica desses
componentes.
De modo correto, mostra que todo
processo que esteja comprometido com estas questões da educação permanente tem
de ter a força de gerar no trabalhador, no seu cotidiano de produção ,
transformações da sua prática, o que implicaria força de produzir capacidade de
problematizar a si mesmo no agir, pela geração de problematizações " , que aproximem os serviços nos conceitos da atenção e de qualidade."
E aí está o cerne de um grande
novo desafio: produzir auto-interrogação de si mesmo no agir , colocar-se
ético-politicamente em discussão, no plano individual e coletivo, do trabalho.
Somente a experiência pode gerar autoanálise e autogestão que tenha força em si, ou mesmo, capacidade de gerar
isso com os analisadores da Educação Permanente, que é o modo como estes dispõem do seu trabalho vivo em ato, enquanto
força produtiva do agir.
Parece que estamos diante do
desafio de pensar uma nova pedagogia que se veja como amarrada a intervenção da implicação ético-político por normas editadas verticalmente .
Colocar isto em análise, cobra
dos dispositivos analisadores uma certa amarração com os componentes nucleares
da micropolítica da produção, individual e coletivo. Isto significa que o
analisador tem de ter a potência de expor o trabalho vivo em ato para a própria
auto-análise e pedagogicamente abrir espaços relacionais para poder se falar e
se implicar com isso.
Por isso, a educação permanente
de fato tornar-se um bom desafio, faz-se necessário trabalhar neste caminho , ainda muito em aberto, e que e posto em prática na Costa Leste Americana e nos portos Europeus .
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