A realidade de trabalho na sociedade pode acarretar tanto
benefícios à vida humana
quanto produzir problemas à saúde do trabalhador,
confluindo para o surgimento de patologias de incidência significativa como as
lesões por esforços repetitivos LER, recentemente denominadas doenças
osteomusculares relacionadas ao trabalho DORT outranstornos
traumáticos cumulativos TCC e doenças musculoesqueléticas.
Esse grupo de doenças se caracteriza pela ocorrência de sintomas
como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga que, em geral, ocorre de
maneira insidiosa, especialmente em membros superiores, podendo também afetar
membros inferiores.
As doenças se desenvolvem devido às sobrecargas excessivas
dos músculos,
expostos a movimentos repetitivos e esforços localizados, bem
como nos casos de trabalho sob vibração de corpo inteiro e de manutenção de
membros superiores acima da região do ombro.
São geralmente originadas por
movimentos repetitivos que superam a capacidade de resistência dos componentes
do aparelho locomotor, como ossos, tendões,
ligamentos e músculos, muitas vezes
associadas às condições inadequadas de trabalho e a fatores psicossociais.
A ocorrência desse grupo de doenças, esta associada às mudanças operacionais e organizacionais decorrentes da inserção de
novas tecnologias , as quais originam alterações na estrutura do
trabalho e inserem no processo novos instrumentos, responsáveis por alterações
na qualidade de vida e na capacidade produtiva do trabalhador, ocasionando,
entre suas consequências, o absenteísmo.
O trabalho desenvolvido nos portos
tem rotinas com exposição
ocupacional heterogênea, esta a rotina expõe os trabalhadores a situações potencialmente
geradoras de doenças e agravos à saúde, tais como inadequação dos locais, materiais perigosos, exposição a ruídos,vibrações
das máquinas , temperaturas extremas, contato com substâncias químicas,
inadequação das ferramentas de trabalho, entre outras, que são determinantes do
processo saúde/doença desses trabalhadores.
A também as exposições ergonômicas e psicossociais, como postura
inadequada, trabalho intenso, realizado em turnos, envolvendo atividades e
movimentos repetitivos, desempenhado sob pressão psicológica e com exigência de
formação, aprendizagem e adaptação, de maneira acelerada, que podem determinar
o surgimento das patologias musculoesqueléticas.
Essas doenças entre os TPAs foram apresentadas em outros estudos que destacaram o peso da carga a ser
locomovida e manipulada, no interior de porões e conveses das embarcações, como
possíveis causas para esses grupos de agravos. Além disso, o grupo de doenças
musculoesqueléticas foi o mais autorreferido pelos.
As doenças osteomusculares
acometem os trabalhadores portuários, destacando-as enquanto agravo de
interesse para a intervenção que vise à melhoria na qualidade de vida dos TPAs.
As atividades laborais desenvolvidas no ambiente portuário exigem
o manejo manual de cargas pesadas, para o qual se emprega o esforço físico de
vários grupos musculares, além do uso, muitas vezes, de equipamentos de
trabalho, como é o caso de veículos, tratores e pás mecânicas, que expõem os
trabalhadores às vibrações de corpo inteiro por praticamente todo o turno de
trabalho. Tais condições, somadas à realização do trabalho sentado, à falta de
exercícios regulares e à manutenção de membros superiores acima da região do
ombro contribuem para o desenvolvimento das LER/DORTs.
Os trabalhadores de capatazia, estivadores e vigias de bordo são
os mais afetados por patologias do referido grupo orgânico. Entre as doenças
identificadas, a lombalgia foi a de maior frequência e acometeu trabalhadores
de capatazia e estiva.
Essas características, no trabalho em capatazia, compreendem a
movimentação de mercadorias no cais do porto, feita por maquinários como
empilhadeiras, tratores e veículos automotivos, cabe ressaltar a influência das
vibrações de corpo inteiro na produção de lombalgias, que se acentua com a
diferença na magnitude das vibrações entre os maquinários de trabalho,
caracterizando, conforme o tipo e o tempo de exposição, o desconforto humano e
o possível desencadeamento de doenças osteomusculares.
Situação semelhante ocorre com os estivadores .
Vêm sendo desenvolvidos estudos que apresentam técnicas para
amenizar os sintomas dolorosos da lombalgia, sem a instituição de medidas
medicamentosas; entre elas, a realização de exercícios físicos, por meio da
ginástica laboral, com vistas à ampliação dos movimentos articulares e melhora
dos resultados musculares, além da utilização de técnicas fisioterápicas como a
energia muscular e a reeducação dinâmica muscular.
A partir das ações
propostas, pode-se agir antes que a doença se instale, bem como identificar
pontos dolorosos antecipadamente, procedendo, assim, a ações de prevenção de
doenças.
Apresenta-se, ainda, a produção de instabilidade postural na
presença de lombalgia, o que pode causar danos irreversíveis aos trabalhadores
que exercem as suas atividades em altura e com risco de queda no mar, como na
realização da peação e da despeação, ambas, muitas vezes, executadas sobre
cargas e equipamentos.
Dessa forma, o trabalho dos indivíduos portadores de
lombalgia tende a aumentar o risco de acidentes de trabalho e o surgimento de
outras patologias ocupacionais relacionadas.
Outra doença em destaque foi a tendinite, tipo de afecção
classificada entre as lesões do ombro, que causam efeitos dolorosos intensos e
geram limitação de movimentos em diferentes segmentos dos membros afetados,
podendo se alterar de acordo com a posição em que é realizado o esforço físico.
Muitas afecções relacionadas às tendinites tendem a afetar a região
do ombro, formada pelos músculos supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e
deltoide, e seus respectivos tendões, cuja função é a estabilização da
movimentação do ombro.
Na realidade portuária, os fatores elencados são
visualizados mais uma vez entre os trabalhadores de capatazia e estiva, por
meio dos diagnósticos médicos de tendinite em ombro, cotovelo, antebraço, pulso
e tendão de Aquiles, possivelmente originados pelo esforço físico realizado na
movimentação de cargas, de forma manual, por tempo prolongado e em locais que
inviabilizam o posicionamento adequado do trabalhador.
Destaca-se que, entre os
vigias de bordo, localizadas em
tornozelos e joelhos.
Demonstra-se, assim, o acometimento de trabalhadores que
atuam praticamente na íntegra de sua jornada de trabalho na posição vertical,
em atividades de fiscalização de entrada e saída de pessoas a bordo, bem como
na movimentação de mercadorias em portalós, rampas, porões, conveses,
plataformas e outros locais da embarcação.
A cervicalgia foi outro destaque ,também reconhecida como síndrome
tensional do pescoço ou síndrome dolorosa miofacial, acomete músculos da região
escapular e cervical, com a ocorrência de dor intensa na coluna vertebral,
podendo afetar a porção cervical, dorsal e lombar.
Observa-se a existência de fatores que predizem o prognóstico
dessa doença a faixa etária superior a 40 anos e a presença concomitante de
lombalgia e cefaleia, na piora do prognóstico da cervicalgia, em curto prazo de
tratamento.
Sob tais condições, o trabalho portuário tem sua produtividade
diminuída, e o trabalhador tem sua renda prejudicada, visto que, afastado, não
pode concorrer a uma oportunidade de trabalho.
As doenças osteomusculares afetam os trabalhadores nas diferentes
atividades do trabalho portuário, destacando-se que as características
inerentes ao desenvolvimento das atividades produtivas influenciam no
desencadeamento ou no agravamento das condições mórbidas desses trabalhadores,
as patologias mais frequentes foram as lombalgias, as tendinites e as
cervicalgias, cuja sintomatologia envolvida deve ser prevenida ou amenizada por
meio de ações multiprofissionais, interventoras e avaliativas, que colaborem
para a melhoria das condições de trabalho e, consequentemente, influenciem de
forma positiva na qualidade de vida do trabalhador .
Mas para isso o trabalhador
tem que se reconhece ou não como sendo
portador de doenças musculoesqueléticas.Como isso e possível , com esclarecimento
, feiras palestras, planfetos e seminários
. Para conhecimento que podem ser prevenidas por meio de ações interventoras ou
promotoras de saúde para a qualidade de vida do trabalho portuário.
FOnte
Prevalência de doenças musculoesqueléticas entre trabalhadores portuários avulsos
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