24 de abr. de 2015

A LER,DORT,TCC Portuaria



A realidade de trabalho na sociedade pode acarretar tanto benefícios à vida humana
 quanto produzir problemas à saúde do trabalhador, confluindo para o surgimento de patologias de incidência significativa como as lesões por esforços repetitivos LER, recentemente denominadas doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho DORT outranstornos traumáticos cumulativos TCC e doenças musculoesqueléticas.
Esse grupo de doenças se caracteriza pela ocorrência de sintomas como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga que, em geral, ocorre de maneira insidiosa, especialmente em membros superiores, podendo também afetar membros inferiores.
 As doenças se desenvolvem devido às sobrecargas excessivas dos músculos, 
expostos a movimentos repetitivos e esforços localizados, bem como nos casos de trabalho sob vibração de corpo inteiro e de manutenção de membros superiores acima da região do ombro.
 São geralmente originadas por movimentos repetitivos que superam a capacidade de resistência dos componentes do aparelho locomotor, como ossos, tendões,
 ligamentos e músculos, muitas vezes associadas às condições inadequadas de trabalho e a fatores psicossociais.
A ocorrência desse grupo de doenças, esta associada às mudanças operacionais e organizacionais decorrentes da inserção de novas tecnologias , as quais originam alterações na estrutura do trabalho e inserem no processo novos instrumentos, responsáveis por alterações na qualidade de vida e na capacidade produtiva do trabalhador, ocasionando, entre suas consequências, o absenteísmo.
O trabalho desenvolvido nos portos  tem  rotinas com exposição ocupacional heterogênea, esta a rotina expõe os trabalhadores a situações potencialmente geradoras de doenças e agravos à saúde, tais como inadequação dos locais,  materiais perigosos, exposição a ruídos,vibrações das máquinas , temperaturas extremas, contato com substâncias químicas, inadequação das ferramentas de trabalho, entre outras, que são determinantes do processo saúde/doença desses trabalhadores.
A também as exposições ergonômicas e psicossociais, como postura inadequada, trabalho intenso, realizado em turnos, envolvendo atividades e movimentos repetitivos, desempenhado sob pressão psicológica e com exigência de formação, aprendizagem e adaptação, de maneira acelerada, que podem determinar o surgimento das patologias musculoesqueléticas.

Essas doenças entre os TPAs foram apresentadas em outros estudos que destacaram o peso da carga a ser locomovida e manipulada, no interior de porões e conveses das embarcações, como possíveis causas para esses grupos de agravos. Além disso, o grupo de doenças musculoesqueléticas foi o mais autorreferido pelos.
 As doenças osteomusculares acometem os trabalhadores portuários, destacando-as enquanto agravo de interesse para a intervenção que vise à melhoria na qualidade de vida dos TPAs.
As atividades laborais desenvolvidas no ambiente portuário exigem o manejo manual de cargas pesadas, para o qual se emprega o esforço físico de vários grupos musculares, além do uso, muitas vezes, de equipamentos de trabalho, como é o caso de veículos, tratores e pás mecânicas, que expõem os trabalhadores às vibrações de corpo inteiro por praticamente todo o turno de trabalho. Tais condições, somadas à realização do trabalho sentado, à falta de exercícios regulares e à manutenção de membros superiores acima da região do ombro contribuem para o desenvolvimento das LER/DORTs.

Os  trabalhadores de  capatazia, estivadores e vigias de bordo são os mais afetados por patologias do referido grupo orgânico. Entre as doenças identificadas, a lombalgia foi a de maior frequência e acometeu trabalhadores de capatazia e estiva.
Essas características, no trabalho em capatazia, compreendem a movimentação de mercadorias no cais do porto, feita por maquinários como empilhadeiras, tratores e veículos automotivos, cabe ressaltar a influência das vibrações de corpo inteiro na produção de lombalgias, que se acentua com a diferença na magnitude das vibrações entre os maquinários de trabalho, caracterizando, conforme o tipo e o tempo de exposição, o desconforto humano e o possível desencadeamento de doenças osteomusculares.
Situação semelhante ocorre com os estivadores .
Vêm sendo desenvolvidos estudos que apresentam técnicas para amenizar os sintomas dolorosos da lombalgia, sem a instituição de medidas medicamentosas; entre elas, a realização de exercícios físicos, por meio da ginástica laboral, com vistas à ampliação dos movimentos articulares e melhora dos resultados musculares, além da utilização de técnicas fisioterápicas como a energia muscular e a reeducação dinâmica muscular. 
A partir das ações propostas, pode-se agir antes que a doença se instale, bem como identificar pontos dolorosos antecipadamente, procedendo, assim, a ações de prevenção de doenças.
Apresenta-se, ainda, a produção de instabilidade postural na presença de lombalgia, o que pode causar danos irreversíveis aos trabalhadores que exercem as suas atividades em altura e com risco de queda no mar, como na realização da peação e da despeação, ambas, muitas vezes, executadas sobre cargas e equipamentos. 
Dessa forma, o trabalho dos indivíduos portadores de lombalgia tende a aumentar o risco de acidentes de trabalho e o surgimento de outras patologias ocupacionais relacionadas.
Outra doença em destaque foi a tendinite, tipo de afecção classificada entre as lesões do ombro, que causam efeitos dolorosos intensos e geram limitação de movimentos em diferentes segmentos dos membros afetados, podendo se alterar de acordo com a posição em que é realizado o esforço físico.
Muitas afecções relacionadas às tendinites tendem a afetar a região do ombro, formada pelos músculos supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e deltoide, e seus respectivos tendões, cuja função é a estabilização da movimentação do ombro. 

Na realidade portuária, os fatores elencados são visualizados mais uma vez entre os trabalhadores de capatazia e estiva, por meio dos diagnósticos médicos de tendinite em ombro, cotovelo, antebraço, pulso e tendão de Aquiles, possivelmente originados pelo esforço físico realizado na movimentação de cargas, de forma manual, por tempo prolongado e em locais que inviabilizam o posicionamento adequado do trabalhador. 
Destaca-se que, entre os  vigias de bordo, localizadas em tornozelos e joelhos.
 Demonstra-se, assim, o acometimento de trabalhadores que atuam praticamente na íntegra de sua jornada de trabalho na posição vertical, em atividades de fiscalização de entrada e saída de pessoas a bordo, bem como na movimentação de mercadorias em portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e outros locais da embarcação.
A cervicalgia foi outro destaque ,também reconhecida como síndrome tensional do pescoço ou síndrome dolorosa miofacial, acomete músculos da região escapular e cervical, com a ocorrência de dor intensa na coluna vertebral, podendo afetar a porção cervical, dorsal e lombar.
Observa-se a existência de fatores que predizem o prognóstico dessa doença a faixa etária superior a 40 anos e a presença concomitante de lombalgia e cefaleia, na piora do prognóstico da cervicalgia, em curto prazo de tratamento.
Sob tais condições, o trabalho portuário tem sua produtividade diminuída, e o trabalhador tem sua renda prejudicada, visto que, afastado, não pode concorrer a uma oportunidade de trabalho.
As doenças osteomusculares afetam os trabalhadores nas diferentes atividades do trabalho portuário, destacando-se que as características inerentes ao desenvolvimento das atividades produtivas influenciam no desencadeamento ou no agravamento das condições mórbidas desses trabalhadores, as patologias mais frequentes foram as lombalgias, as tendinites e as cervicalgias, cuja sintomatologia envolvida deve ser prevenida ou amenizada por meio de ações multiprofissionais, interventoras e avaliativas, que colaborem para a melhoria das condições de trabalho e, consequentemente, influenciem de forma positiva na qualidade de vida do trabalhador .

Mas para isso  o trabalhador  tem que se reconhece ou não como sendo portador de doenças musculoesqueléticas.Como isso e possível , com esclarecimento , feiras  palestras, planfetos e seminários . Para conhecimento que podem ser prevenidas por meio de ações interventoras ou promotoras de saúde para a qualidade  de vida do trabalho portuário.

FOnte
Prevalência de doenças musculoesqueléticas entre trabalhadores portuários avulsos



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