A qualificação profissional, como categoria teórica, só
passou a interessar quando se instalou o debate sobre os rumos que a educação
viria a tomar em função das mudanças que ocorreram no campo do trabalho a
partir de 1974, mas que se fizeram sentir apenas apartir de 1990.
O “Sistema
S”, já havia detectado as mudanças e as pressões para adequar-se nos anos 80, dada sua relação com o setor.
Mostrando
que as instituições ligadas à formação profissional se anteciparam aos educadores,
que focavam os sistemas públicos de ensino, quanto aos estudos sobre a
qualificação profissional.
Aqueles dentre esses educadores que vinham
argumentando em favor de uma educação que proporcionasse uma formação plena e
não apenas técnico-profissional aos trabalhadores foram confrontados com a
perspectiva, na medida em que as
mudanças que vinham ocorrendo no âmbito do trabalho estariam demandando,
diferentemente da empresa fordista, operários não apenas mais bem preparados
tecnicamente, mas também mais bem educados.
A formação profissional e a
formação geral teriam, finalmente, chegado a um ponto de articulação orgânica
que seria não só desejável, mas possível.
O termo utilizado para indicar esse
novo estágio foi
“requalificação profissional”, entendido não como o processo
pelo qual o trabalhador seria qualificado em atividade profissional diferente
da que vinha exercendo, mas como o desenvolvimento de uma qualificação de tipo
mais elevado e complexo, que contemplaria inclusive os saberes já acumulados.
Independentemente de outros desdobramentos, que serão objeto de considerações
posteriores, tal conjuntura teve o condão de provocar nos educadores a
necessidade de conhecer mais de perto os estudos sobre a qualificação
profissional que vinham sendo realizados pela sociologia do trabalho e a de se
defrontarem com o debate sobre tal categoria no âmbito dessa disciplina.
Isso
desencadeou uma vasta produção de estudos bibliográficos, bem como a realização
de inúmeros encontros e seminários, a produção de uma literatura que se
preocupou em examinar as novas formas assumidas pelo capital e as relações
entre estas e os novos processos de trabalho e sua organização, bem como nos
desdobramentos da sociabilidade do trabalhador e às suas qualificações.
A preocupação na formação do trabalhador, se deslocou das
escolas para as empresas, para conhecer as situações de trabalho antes de
acatar ou fazer proposições quanto à educação desse trabalhador. Esse triplo
movimento resultou numa forte aproximação entre educadores, sociólogos do
trabalho e profissionais de outras áreas afins e sindicalistas.
Um
exemplo disto esta na Educação em
Revista 2001, sob a forma de um
“dossiê sobre o campo de estudos de trabalho e
educação no Brasil”. As preocupações, indagações e os desdobramentos de caráter
social e econômico mais amplos e aos de natureza especificamente educacional
decorrentes, das transformações e do trabalho estruturado sob esse prisma e o
envolvimento do país com as políticas de natureza econômica, social e educacional, relacionadas a tais transformações.
As formas de organização do trabalho na constituição do trabalhador,
suposto que a automação e a informatização poriam em xeque o trabalho como
organização social fabril e abstrato.
Em contrapartida, a formação profissional
foi profundamente afetada, dados o questionamento da capacitação para carreiras
e ocupações específicas que vinha sendo desenvolvido e a perspectiva da
formação polivalente que se desenhava como resposta a tal objeção.
A
qualificação profissional, realizada de forma distinta e separada,
permanece, mas com o surgimento da noção
de competência na cena das transformações no campo do trabalho, seja para rever
os enfoques de perspectiva técnica, seja para poder operar a crítica de caráter
filosófico.
O peso atribuído à formação escolar na constituição do trabalhador
para desempenhar-se a contento, segundo os novos paradigmas produtivos
preconizados na relação trabalho/educação.
O perigo nas políticas educacionais atreladas aos
interesses dos setores produtivos, seja pela desresponsabilização do Estado ou
pelas crises econômicas .
Gerando transformações na sociedade e no trabalho por
meio de políticas de emprego e renda, relações trabalhistas e seus
desdobramentos.
A ação sindical ante a educação e a formação profissional dos
trabalhadores teve que rever algumas de suas pautas perante as transformações
ocorridas no âmbito do trabalho.
Tal circunstância motivou as Centrais
Sindicais com o Programa Nacional de Qualificação PLANFOR e como membros do
CODEFAT, participarem e questionarem
sobre a qualidade e eficiência dos cursos.
A qualificação profissional, discutida com base na
sociologia do trabalho, especialmente sob a forma da experiência nas relações diárias para o trabalho/educação.
O conhecimento do dever de ofício, perspectiva estreita
da adequação/readequação ou nas mudanças
no conteúdo , no processo derivados da
mecanização que resulta nas relações
sociais entre classes codificadas .
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