24 de jun. de 2015

A Qualificação Profissional ao Tempo.

A qualificação profissional, como categoria teórica, só passou a interessar quando se instalou o debate sobre os rumos que a educação viria a tomar em função das mudanças que ocorreram no campo do trabalho a partir de 1974, mas que se fizeram sentir apenas apartir de 1990. 
O “Sistema S”, já havia detectado as mudanças e as pressões para adequar-se nos anos  80, dada sua relação com o setor. 
Mostrando que as instituições ligadas à formação profissional se anteciparam aos educadores, que focavam os sistemas públicos de ensino, quanto aos estudos sobre a qualificação profissional.
 Aqueles dentre esses educadores que vinham argumentando em favor de uma educação que proporcionasse uma formação plena e não apenas técnico-profissional aos trabalhadores foram confrontados com a perspectiva,  na medida em que as mudanças que vinham ocorrendo no âmbito do trabalho estariam demandando, diferentemente da empresa fordista, operários não apenas mais bem preparados tecnicamente, mas também mais bem educados. 
A formação profissional e a formação geral teriam, finalmente, chegado a um ponto de articulação orgânica que seria não só desejável, mas possível. 
O termo utilizado para indicar esse novo estágio foi
 “requalificação profissional”, entendido não como o processo pelo qual o trabalhador seria qualificado em atividade profissional diferente da que vinha exercendo, mas como o desenvolvimento de uma qualificação de tipo mais elevado e complexo, que contemplaria inclusive os saberes já acumulados. Independentemente de outros desdobramentos, que serão objeto de considerações posteriores, tal conjuntura teve o condão de provocar nos educadores a necessidade de conhecer mais de perto os estudos sobre a qualificação profissional que vinham sendo realizados pela sociologia do trabalho e a de se defrontarem com o debate sobre tal categoria no âmbito dessa disciplina.
 Isso desencadeou uma vasta produção de estudos bibliográficos, bem como a realização de inúmeros encontros e seminários, a produção de uma literatura que se preocupou em examinar as novas formas assumidas pelo capital e as relações entre estas e os novos processos de trabalho e sua organização, bem como nos desdobramentos da sociabilidade do trabalhador e às suas qualificações.
A preocupação na formação do trabalhador, se deslocou das escolas para as empresas, para conhecer as situações de trabalho antes de acatar ou fazer proposições quanto à educação desse trabalhador. Esse triplo movimento resultou numa forte aproximação entre educadores, sociólogos do trabalho e profissionais de outras áreas afins e sindicalistas.
 Um exemplo disto esta na  Educação em Revista 2001, sob a forma de um 
“dossiê sobre o campo de estudos de trabalho e educação no Brasil”. As preocupações, indagações e os desdobramentos de caráter social e econômico mais amplos e aos de natureza especificamente educacional decorrentes, das transformações e do trabalho estruturado sob esse prisma e o envolvimento do país com as políticas de natureza econômica, social e educacional, relacionadas a tais transformações.
As formas de organização do trabalho na constituição do trabalhador, suposto que a automação e a informatização poriam em xeque o trabalho como organização social fabril e abstrato. 
Em contrapartida, a formação profissional foi profundamente afetada, dados o questionamento da capacitação para carreiras e ocupações específicas que vinha sendo desenvolvido e a perspectiva da formação polivalente que se desenhava como resposta a tal objeção. 
A qualificação profissional, realizada de forma distinta e separada, permanece,  mas com o surgimento da noção de competência na cena das transformações no campo do trabalho, seja para rever os enfoques de perspectiva técnica, seja para poder operar a crítica de caráter filosófico. 
O peso atribuído à formação escolar na constituição do trabalhador para desempenhar-se a contento, segundo os novos paradigmas produtivos preconizados na relação trabalho/educação.
O perigo nas  políticas educacionais atreladas aos interesses dos setores produtivos, seja pela desresponsabilização do Estado ou pelas crises econômicas .
Gerando transformações na sociedade e no trabalho por meio de políticas de emprego e renda, relações trabalhistas e seus desdobramentos.
 A ação sindical ante a educação e a formação profissional dos trabalhadores teve que rever algumas de suas pautas perante as transformações ocorridas no âmbito do trabalho. 
Tal circunstância motivou as Centrais Sindicais com o Programa Nacional de Qualificação PLANFOR e como membros do CODEFAT, participarem e questionarem sobre a qualidade e eficiência dos cursos.
A qualificação profissional, discutida com base na sociologia do trabalho, especialmente sob a forma da experiência nas relações  diárias para o trabalho/educação.


O conhecimento do dever de ofício, perspectiva estreita da adequação/readequação ou  nas mudanças no conteúdo , no processo  derivados da mecanização  que resulta nas relações sociais entre classes codificadas  .

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