Com a instituição da União Europeia,
pelo Tratado de
Maastricht ou Tratado da União Europeia,
no art. 3º, letra “f”, e art. 75, 1, “a”, de um sistema uníco de exploração de portos, ao qual os países
devem se adequar legislativamente.
Mais da metade do
seu comércio interno passa por meio dos mais de 1.000 portos que existem nos seus 20 Estados-membros com
acesso ao mar da União Europeia , 3,5 bilhões de toneladas de carga
e 350 milhões de passageiros por ano.
Desse modo, o porto
figura como um organismo econômico complexo, no qual se realizam numerosas
atividades empresariais, destinadas a fornecer serviços que são fundamentais
dentro de um complexo sistema de transporte que interessa a todos os países da
União Europeia. Vários instrumentos do Direito Comunitário europeu tiveram por
objetivo regular os portos marítimos, mesmo antes da assinatura do Tratado de Maastricht.
Dentre os principais: a Resolução do Parlamento Europeu sobre a aplicação
da Convenção MARPOL, com o fim não somente de evitar disposições diversas nos
diferentes portos da Comunidade, mas também de proceder a uma drástica redução
da presença pública na gestão da atividade portuária; e o “Livro
Verde”, publicado pela Comissão, em junho de 2006, COM final, que define a
política marítima comunitária, tendo como principais diretrizes inovação,
competitividade e respeito ao meio ambiente.
Nos itens 18 a 22, foi proposto o
modo de governança marítima, passando de um governo de setores ou regiões para
uma abordagem transversal, com repercussões não somente regionais, mas também
comunitárias e internacionais.
Por essa proposta, seriam
geridos regionalmente, enquanto a União Europeia trataria da defesa do
interesse comum.
Essa disposição teve grande impacto nos países ao norte, como Bélgica, Holanda e Inglaterra, que possuem um sistema
diferente aos países , como a Itália, Espanha e Portugal.
Nos
países do norte europeu, a administração dos portos é integrada à administração
regional.
Os portos desses países são geridos pelos Municípios, como Rotterdam e Amsterdam com centros de treinamento , na Holanda.
Na
Bélgica, a exceção e o porto de
Zeebrugge, que é gerido por uma empresa incorporada à cidade de Bruges , tendo em Antuerpia seu centro de treinamento.
Além do “Livro
Verde”, Parlamento e o Conselho Europeu têm regulado de forma significativa o
setor com diretivas e decisões.
A Decisão nº 1.346/2001/CE, de 20 de maio de
2001, define as características dos portos, classificando-os em: portos
marítimos de importância internacional; portos marítimos de importância
comunitária; e portos de acesso nacional.
Por meio da Diretiva nº
2.005/65/CE, que estabelece um sistema de proteção abarcando toda zona
portuária, foram definidos,
pelo art. 3º,: porto, interface portuária, instalação portuária, ponto de contato para proteção portuária e
autoridade de proteção portuária.
Os portos foram regulados por meio da COM
(2007) 575, “Livro Azul”, que apresenta o Plano de Ação para
uma política integrada entre os países integrantes da Comunidade Europeia, com a previsão de uma infraestrutura portuária dotada de maior transparência nas transferências de recursos públicos e menor ajuda estatal aos portos. O
“Livro Azul” estabelece, no item 4.1, uma preparação de estratégia global para
o transporte marítimo para 2008-2018, devendo a Comissão propor uma nova
política portuária, que leve em consideração os múltiplos papéis dos portos no
contexto mais vasto da logística europeia.
Na Espanha, a gestão dos portos sempre enfrentou, uma
disputa entre duas opções: ou a direção política do Estado, com a gestão dele
dependente; ou a sua configuração como ente corporativo, com a forte presença
de interesses locais públicos e privados. Com a lei portuária espanhola, Lei nº
27, de 25 de novembro de 1992, foi implementada uma significativa reforma no
sistema, organizacional e de gestão, e um funcionamento mais ágil.
A definição
apresentada pela Lei nº 27/1992 para domínio público portuário estabelece.
Conjunto de espaços terrestres, águas e instalações situadas à beira
do mar ou rios, que reúnem determinadas condições físicas de organização art.
14.1; Teleológico: tráfego portuário art. 2.3; Formal: autorizado pela
administração. A zona de serviços aparece, na legislação portuária de 1992,
como conceito chave para delimitar o domínio portuário, fixando a superfície
das águas pertencentes ao porto bem como a sua extensão terrestre.
Determina
que todos os bens de afetados aos serviços portuários fazem parte do domínio
público portuário.
Os princípios vetores eficiência no serviço, rentabilidade de sua exploração e capacidade de gestão da
Autoridade Portuária, dentro do planejamento a que estão sujeitos os portos.
Em
2003, foi estruturado um novo modelo para o setor portuário, a Lei nº 48/2003,
onde as Autoridades Portuárias deixaram totalmente de lado a atividade de
prestação de serviços para passarem a exercer a função tanto de gestoras como
de reguladoras da atividade comercial. Surgindo como decorrência direta da
Diretiva Comunitária e sendo voltada à liberalização da prestação do serviço
portuário.
A lei portuária espanhola,estabelece livre concorrência
interportuária e intraportuária, liberaliza a prestação dos serviços na linha da
União Europeia . Mão de obra portuária qualificada e sua gestão segue os preceitos da Convenção 137 da OIT.
Na Itália, após a assinatura do Tratado da União Europeia, se
separou
a atividade econômica da função administrativa de controle sobre as
operações portuárias.
Lei nº 84 de 1994,79 , no art. 6º a Autoridade Portuária
não pode desenvolver, direta ou indiretamente, atividade empresarial, ficando
os portos menores submetidos à Administração publica.
As nove autoridades
portuárias são pessoas jurídicas de Direito Público com funções de planejamento
de acesso , infraestrutura dos portos, e coordenação, promoção e controle das
operações portuárias.
Os artigos 16.7, 20.2 e 21.1 à Autoridade Portuária
regula a concorrência entre operadores portuários. A autorização para realizar operações portuárias pode estar acompanhada do
direito de dispor, do espaço de área portuária no terminal portuário, por meio de uma
concessão de domínio, sendo a empresa
que possui autorização e concessão definida como operador terminalista.
Em
Portugal, a reformulação portuária foi preconizada pelo Livro Branco de
Política Portuária, aprovado pelo governo português através do Conselho de
Ministros.O Decreto-lei nº 298/1993, que definiu como de interesse público a
atividade de movimentação de cargas. Autoridade Portuária é identificável pela
Administração do Porto e a Junta Autônoma do Porto, a função dessa pessoa
jurídica e a de zelar pelo bom funcionamento do porto. O Decreto-Lei nº
298/1993, o papel da gestão das atividades portuárias e transferido para o
concessionário. Os serviços públicos portuários são transferidos às empresas de
estiva. O prazo máximo de concessão é de 30 anos.O Decreto-Lei nº 324/1994, retirou
as Administrações Portuárias do envolvimento com atividades operacionais e
gestão comercial.
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