21 de nov. de 2015

O Retorno Medieval aos portos Portugueses


Operadores portuários  provocam um "engarrafamento de navios" no porto de Lisboa por não escalarem o número de trabalhadores necessários à operação.
As associações de operadores rejeitou as informações, dizendo que "infelizmente não há navios à espera no porto de Lisboa".
"E quando houver será responsabilidade exclusiva do Sindicato dos Estivadores".
Os operadores alegam que lei do trabalho portuário limita a um máximo de 250 horas extraordinárias anuais, o que impede as empresas de chamar os estivadores que já atingiram.
O Sindicato dos Estivadores iniciou no sábado uma greve de 20 dias, que só se aplica quando "as entidades empregadoras contratarem trabalhadores estranhos à profissão".
"Sabemos que neste momento estão a decorrer processos de recrutamento e formação de trabalhadores para nos substituírem. Desde a  data em que caducou o acordo coletivo de trabalho, vão sentir-se à vontade para por trabalhadores estranhos à profissão a fazer o trabalho dos estivadores.

“Se isso acontecer, sera greve em todas as operações realizadas em qualquer terminal”, o que já ocorreu  por 6 meses em 2013 .
Nos três primeiros dias de greve, os estivadores trabalharam normalmente por não terem surgido novos trabalhadores nos postos de trabalho, explicou.
A greve estende-se aos portos de Setúbal e da Figueira da Foz para abranger cargas ou navios que possam vir a ser desviados do porto de Lisboa, devido ao contexto de greve.
O Sindicato entregou dois pré-avisos de greve à prestação de trabalho no porto de Lisboa, com incidência nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, a partir das 08:00 de 14 de novembro até às 08:00 de 04 de dezembro.
Os operadores do porto de Lisboa consideraram "irracional" a greve dos estivadores, realçando os  prejuízos, como o protesto convocado pelo Sindicado dos Estivadores , por querer salvaguardar no acordo coletivo de trabalho, cláusulas que vão contra o regime jurídico do trabalho portuário.
Essa lei foi aprovada na Assembléia da República pelo PS, PSD e CDS-PP e está "pacificamente em vigor no resto do país".


Os Sindicatos de Estivadores filiados ao IDC ,estão de olho nos acontecimentos em Portugal e observam a sequência de ataques aos direitos através da aprovação de legislação que claramente pretende precarizar os portos e criar condições objetivas para o demissão massiva dos seus estivadores .
No início de 2014, o IDC tomou a iniciativa de organizar e participar num processo negocial que foi capaz de alcançar um acordo para a reintegração de dezenas de Estivadores que tinham sido despedidos em Lisboa e criou as condições necessárias para a negociação de um novo contrato coletivo de trabalho.
E inaceitavel que  patrões anunciem o termino do contrato coletivo de trabalho em vigor e  poucos dias depois a venda da maior parte dos terminais portuários portugueses ao grupo multinacional turco Yildirim, conhecido pelas suas práticas anti-sindicais, e medievais no tratamento para com os estivadores como na recusa em negociar contratos coletivos de trabalho com seus sindicatos, fato esse notório  no porto de Oslo.
Perante este cenário, as organizações de Estivadores por toda a Europa declaram o seu total apoio e solidariedade aos Estivadores portugueses.
Assim, exigimos que:
  • As Associações Patronais de Lisboa respeitem integralmente o acordo de 14 de Fevereiro de 2014, igualmente subscrito pelo IDC, onde se comprometiam a – antes do final da negociação do CCT – negociar a integração dos trabalhadores da PORLIS na AETPL e melhorar o estatuto profissional dos 29 estivadores readmitidos.
  • As Associações Patronais de Lisboa declarem a extensão da vigência do atual contrato coletivos de trabalho e retomem as negociações bilaterais com vista à sua renovação.
  • O futuro Governo português revogue a Lei 3/2013, a qual potencia a demissão coletiva dos estivadores portugueses, como já ocorreu no porto de Aveiro, e condições similares estão surgindo noutros portos, particularmente em Lisboa.
Os Estivadores europeus através dos seus sindicatos filiados no IDC estão  em alerta nas disputas laborais nos portos portugueses e irão responder de forma solidária e proporcional aos ataques vergonhosos que os nossos irmãos portugueses continuam a sofrer.
IDC European General Assembly


Considerando que: A situação laboral no Porto de Lisboa  exigiu a  atenção da Câmara Municipal de Lisboa; 
As Associações Patronais do Porto de Lisboa acionaram no prazo de 60 dias para a caducar o Contrato Coletivo de Trabalho no Porto de Lisboa a 14 de Setembro.
 Esta posição não pode ser desligada da lei do trabalho portuário imposta pelo anterior Governo; 
As Casas do Conto, ou nas Empresas de Trabalho Temporário na sua nova versão, pertencem ao passado do trabalho portuário e no passado devem ser mantidos, por muito que o patronato deseje aumentar ainda mais os seus lucros à custa da exploração da força de trabalho;
A verdade e  que o Grupo Mota Engil e o Novo Banco venderam a multinacional turca - Yildrim as concessões do Porto de Lisboa;
 Este fato,  agrava a situação atrás reportada, na medida em que são bem conhecidas as práticas laborais desta multinacional noutros portos da Europa;
 Não temos dúvidas que o Grupo Mota-Engil terá realizado o negócio por milhões, graças à oferta de um Porto de Lisboa «liberto» de contrato coletivo e preparado para ver os atuais trabalhadores despedidos em massa e substituídos por trabalhadores precarizados e mais baratos;
A resposta dos trabalhadores portuários, responsabilizará a Lei do Trabalho imposta pelo  governo PSD/CDS, que permite às entidades patronais criar condições para uma acrescida exploração e precariedade, após a destruição do Contrato Coletivo  existente
 A Câmara Municipal de Lisboa apela às Associações Patronais do Porto de Lisboa que anulem a declaração de guerra aos trabalhadores portuários, decretada no dia 14 de Setembro. 
Apela às Associações Patronais e ao Sindicato dos Estivadores para a imediata retoma e conclusão do processo de negociação coletiva.
Expressar a sua solidariedade para com os trabalhadores portuários na luta que travam em defesa dos seus justos direitos.

imagens Fatima Queiroz 

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