2 de dez. de 2017

Os 87 anos do Sindicato dos Estivadores de Santos

Em meio ao clima de tempestade que navega nas águas turbulentas do seguimento portuário  santista em razão da imposição da vinculação sem crescimento profissional  .No dia 1 de dezembro de 2017 o Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão comemorou 87 anos na sexta .

A história de luta dos estivadores de Santos começou no ano de 1897, quando uma das escotilhas do vapor Salinas cedeu fazendo despencar um fardo  de uma tonelada juntamente com 14 estivadores. Como resultado da tragédia, um trabalhador morto e outros 13 gravemente feridos,dando início ao movimento operário no porto, já administrado pela Companhia Docas de Santos comandada por Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle, o acidente foi o estopim para a fundação daquele que, anos mais tarde, se transformaria no maior e mais importante sindicato dos estivadores do país.
Depois de muitas greves que marcaram o período e o nascimento do movimento de classes, em 1 de dezembro de 1910 foi fundado o Sindicato dos Estivadores de Santos por um grupo de trabalhadores do Porto. Politizada, a categoria logo mostrou força ao eleger deputado federal constituinte em 1946  Oswaldo Pacheco, . Mas  outros nomes de peso no cenário do cais santista fizeram parte da categoria a comandando  como  Percy de Souza Pato, Jadié Nunes, Joaquim da Silva ,Vanderlei José da Silva e atualmente por Rodnei Oliveira da Silva, o Nei, a entidade laboral conta com aproximadamente 5 mil 350 homens, entre ativa e aposentados.

 Prática comum da estiva, não só em Santo, como também em outros portos do mundo, vincula-se à adoção do sistema ocasional de trabalho que historicamente aparece como resposta dada pelos empregadores às constantes flutuações da carga e descarga de mercadorias nos portos. Este sistema de contratação ficou conhecido como “free call” – Inglaterra -, “shape up” – Estados Unidos -,parede em Santos .O ofício tem seus segredos, mas são segredos que não se aprende na escola: cada navio uma historia, as cargas  diferentes e  variada . O saber fazer era algo assimilado e apreendido através da transmissão de conhecimentos dos mais antigos, adquiridos pela experiência ao longo dos anos, sendo uma tradição no porto, onde os segredos da profissão, que não eram poucos, têm que ser transmitidos pelas instruções práticas e pelo exemplo dado no convívio com os mais velhos, num aprendizado cotidiano. Claro não poderia deixar de lembrar de Carlos Benedito, Dario Cabeção ,Edmilson,Toninho Bozo,Edu Besterinha  e Luiz Tata todos  instrutores da marinha do Brasil para a formação e qualificação dos estivadores no Porto de Santos . A questão do estigma de ser estivador.E foi estudado, como foi o Estivador santista O porto vermelho de ingrid Sarti,“Navios Iluminados", de Ranulpho Prata,“Agonia na Noite”, de Jorge Amado,Barcelona Brasileira, de Adelto Gonçalves.  "Representações de trabalho:um estudo dos estivadores de Santos", integrante do PROPOMAR- Programa Nacional de Pesquisa sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores Portuários e Marítimos.Projeto da Fundacentro de 6/1997 a11/1999.
Cultura PORTUÁRIA e Reestruturação Produtiva: o caso dos estivadores do porto de   SANTOS : João Carlos Gomesv, Luciano Prates Junqueira
Os Sindicatos dos ESTIVADORES de SANTOS e SÃO SEBASTIÃO: Uma Discussão sobre Sindicalismo e Modernização dos PORTOSThiago Pereira de Barros
Trabalho a deriva :privatização e cultura do trabalho no porto de Santos Carla Diéguez
O trabalho de estiva. Modernização x Tradição: os desafios da tecnologia e da gestão do cais. Tânia Zotto
Transformação do Trabalho  e a Cultura dos ESTIVADORES de   SANTOS João Carlos Gomes  
Ethos masculino, trabalho e cuidado à saúde entre portuários de Santos/SP  Rosana Machin , Márcia Thereza Couto,
“Processo de Modernização Portuária em Santos: implicações na saúde e no adoecimento dos trabalhadores Fatima Queiroz
 Porto de Santos saúde e trabalho em tempos de modernização "de Maria de Fátima Ferreira Queiróz, Rosana Machin e  Marcia Thereza Couto.

Que passou pelos embates públicos de Gerdau-Cosipa e sua força ao mudar  a poligonal do porto organizado ocupando seu campo de trabalho , movimento que se repetiu com a odebrecht  e seu terminal  Embraport .  Da difamação do Jornal da cidade com a matéria de capa " Um quarto dos trabalhadores avulsos usa crack ou cocaína " ja que somente foram entrevistados 780 tpas. Isso não e novidade a revista veja ja tinha feito isto com a categoria em  maio de 1992 , nos rotulando de mafiosos . 
  O que não foi diferente neste ultimo ano, balas de borracha,cassetetes na praça Mauá palco da democracia , mas também do carinho da policia do estado de São paulo com os estivadores do Porto de santos  . Ao longo destes 26 anos na beira de cais , a cada insulto do empregador e violência do poder publico mais agradeço por ser estivador .
Hoje o grande obstaculo e a falacia da automação no cais santista .
Os estivadores sabem que a união faz a força .

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