28 de fev. de 2019

O Alcmeón Portuário

Em tempos da “Escola do Mercado”, é muito importante discutir a realidade do trabalho portuário para dar embasamento ao  conhecimento jurídico, pois há a ideia de que os terminais de conteiner do porto organizado de Santos são automatizados  ou na mais humilde interpretação possuem nível  minimo de automação e como se as teorias ou matérias na imprensa somente fossem feitas por pessoas com interesses empresariais.
Parto da ideia de que  uma imagem vale mais que mil palavras e o sistema jurídico jamais será neutro. Então, por evidente, todo ideia jurídica já é uma ideia contida num programa de ensino ideologicamente formulado por quem tem o dinheiro para  bancar  pesquisas e influenciar, segundo seus interesses, a informação de um setor especifico dentro de uma  nação.
O que se buscou oportunizar  neste espaço aos estudantes e pesquisadores  e aos homens e mulheres que tiveram em suas mãos ,o destino das vidas de varias famílias de brasileiros  nas varias esferas jurídicas  ,a realidade da beira do cais com objetividade, autonomia e neutralidade  .

Mas o que e  mais importante neste sistema  fechado  e a vigorosidade econômica do operador portuário  ou a sobrevivência cultural ,econômica e social do trabalho portuário nas cidades que possuem portos em seu território  .Para o empresario e um projeto que busca reduzir custo e aumentar seus ganhos   enquanto que para o estivador e “tudo ou nada” . Que  princípios foram a base   da interpretação do operador do Direito, olhando da  janela  de seu escritório a operação portuária .

O princípio é mais geral ,qual a regra e porque ela  comporta uma série indeterminada de aplicações ,não de fatos, apenas interpretações , logo a aplicação desta regra  solicitada pelos empresários portuários obriga  os estivadores a abandonar totalmente sua cultura e perfil . Sem nenhuma remuneração financeira por abrir mão de sua historia e padrão de vida . Porque existe infinitas razões da quebra de paradigmas e regras profissionais na determinação alcançada nos tribunais  pelos terminais de conteiner.

A teoria proposta e ganhadora não leva em conta a perda de carga e de linha por empresas que em sua maioria são atravessadoras   do movimento logístico .
Dos Cinco terminais de contêineres que bateram na porta da justiça querendo  modificar a beira do cais santista , uma já desapareceu e outras historias . 
A exemplo do que ocorreu em  novembro de 2016 que devido a queda no volume de movimentação de cargas um Terminal de conteiner localizado no final do canal 6   contribuiu para as demissões de centenas de trabalhadores portuários incluindo estivadores  decorreu da perda de clientes  e de linhas de navegação .Voltando  8 meses o mesmo operador portuário , já havia demitido trabalhadores, mas uma liminar na Justiça assegurava que novas demissões não poderiam ocorrer até o julgamento do mérito. A liminar foi derrubada em agosto e assim o processo de demissão em massa dos demais funcionários foi retomado.
Ou do  terminal de conteiner   localizada no Valongo que  encerrou suas atividades  empresarias  decorrência da desaceleração da economia nacional e da redução da demanda de serviços de transporte. E desligou todos os seus trabalhadores  vinculados a essa estrutura. Tornando seus porteiners em  belos castiçais.
A estiva é complexa e sua complexidade só pode ser entendida por um sistema de pensamento aberto, abrangente e flexível   o que infelizmente os membros do judiciário não  puderam  dar conta de interpretar. Esta configuração que sai da batida do martelo da justiça  trás  mudanças constantes de multiplicidade,  aleatoriedade e de incerteza aos homens do cais santista .Traduzindo redução de ganho e precarização transvestida de vinculação branca .

Estivadores preparam uma  cruzada de braço no dia 1º de março em Santos, o movimento social tem o apoio dos demais sindicatos portuários da orla santista .


Desrespeitados pela imposição  à vinculação total  na movimentação de conteineres , acompanhamento e  peação  nos terminais especializados em contêiner que operam no Porto organizado de Santos  os estivadores não encontraram outra forma de mobilização .Sobretudo diante do procedimento empresarial.
A paralisação é uma resposta ao Tribunal Superior do Trabalho (TST)  e para comprovar  a sociedade que sem os trabalhadores portuários  operando os esquipamentos, acompanhando ,destravando as twist lock, apeando e desapeando  os conteineres nos navios atracados nos terminais especializados de conteiner do porto organizado de Santos , não funcionam .De  automatizado só o nome   .


Embora  uma paralisação por tempo indeterminado aprovada em Assembleia seja uma resposta as atitudes da Câmara de Conteiners  , inclusive  pelo procedimento que  vem ocorrendo. 
Como o acima  e abaixo mostrado e que em nenhum momento foi reprovado ou penalizado pelo mesmo órgão publico que deu o que queria o operador portuário .

Essa situação vem se arrastando já alguns anos, onde nenhuma fiscalização contestou as informações questionadas .
Qual serão os  custo reais  para as cidades portuárias na imposição desse direcionamento .

* O Alcmeón
O mito de Alcmeon está relacionado à traição da confiança.  
O grau de confiança entre duas partes é determinado pela capacidade que elas têm de prever o comportamento uma da outra e tem como base experiências passadas que comprovam um padrão esperado e valores compartilhados percebidos como compatíveis  de um comportamento estável, honesto e cooperativo n um relacionamento de perde/ganha. 
A confiança é o fundamento de qualquer relacionamento e a integridade é a sua base.
 A confiança não pode ser adquirida, deve ser conquistada.  

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