4 de nov. de 2019

Ha vinte sete anos

Ha vinte e sete anos da minha vida
Estou tentando subir a escada de portolo
Procurando por um caminho
Eu percebi logo quando entrei na porão
Que  esse era o meu mundo
O cais da estiva
Seja lá o nome que você  e chamado trabalhador 
 Docker,s estibador, longshoreman ,portuário ou estivador
Na década de 90 senti o sabor amargo do tucano e sua paixão neoliberalista 
Ao  favelizar o porto e  por modificar a poligonal para presentear seus patrocinadores 
Em 2013 com os ditos de esquerda vi o quanto e prejudicial a palavra e num artigo de lei . 
Esta intromissão exterior a profissão em nome da defesa da imagem portuária do Brasil .
Somente trouxe precaridade camuflada de modernidade a cidade portuária .
Apesar deste tempero  despejado  ano a ano 
Não tem outro local que gostaria de estar 

Vento sutil que corta o convés e sopra de leve o porão

E eu sinto como sinto,a cada lingada ser estivada no fora de boca 
A cada grabada retirada do fundo do porão 
A cada equipamento deslizando pela  rampa do navio 
O prazer de fazer o que gosto 
Num momento de parada 
Me pego  olhando para fora da boca do agulheiro
Observando uma nuvem sendo acompanhada por uma solitária gaivota

E inesperadamente, fica difícil de se respirar 

E o grabe retornando ao espaço confinado
O tico chama o teco e a corrente elétrica arma a carapaça da  concentração 
Um olho no grabe outro no agulheiro e a pela conectada nos deslocamentos de ar   
No caso da dança das barreiras .

O trabalho do estivador não tem  somente força como acredita os especialistas

Muita energia e gasta pensando em prever o futuro
para superar aos imprevistos cotidianos
Com toda a dor e mau cheiro  eu me sinto orgulhoso

Ha vinte e sete anos da minha vida

Estou tentando subir a escada de portolo
Enfrentando palavras ,caras e bocas em todos os sentidos
Consumindo o destino deste cais
Partes se foram, deixando um quebra-cabeça a fazer 

O cais da estiva

Seja lá o nome que você  trabalhador e chamado 
 Docker,s estibador, longshoreman ,portuário ou estivador
Sua profissão não e ensinada na sala de aula 
E aprendido no calejar do corpo apaixonando a alma .
Sem isso , sera somete mais um 
Que um  dia ,trabalho na beira do cais 
Por um destino e necessidade momentânea  do   mercado neoliberal  
Em  seu enduro de precarização da mão de obra na beira do cais  .

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