Morte no porto Coronel

Hoje sinto a dor da perda na beira do cais mais um companheiro e engolido pelo perigo do risco portuário. A vida passa no automático e se esvaem pelos seus dedos de forma fria e ríspida, abrindo um buraco enorme na profissão. Um grande muro de tristeza atrás de tristeza que geram lagrimas, que honram quem partiu.

Acidente ocorrido no Porto Coronel, Chile, quando um operador de empilhadeira foi esmagado pela lança, telescópio do equipamento, Patrício Octávio Martines Rodriguez, trabalhador que estava na fila de espera da aposentadoria, residente na comuna de Talcahuano, que faleceu de manhã num infeliz acidente enquanto trabalhava hoje na empresa portuária.

A fatalidade aconteceu durante a operação de armazenagem de fardos de celulose dentro de um armazém na região de Bio Bio. Participaram do socorro pessoal do SAMU, Corpo de Bombeiros e Autoridade Marítima.

As operações no porto, devido a este acidente, foram suspensas, retornando de forma parcial a partir das 15h30 de quinta-feira, 24, paralisação em sinal de luto pela morte de um de seus trabalhadores, após sofrer um acidente de trabalho com consequências fatais.

Os estivadores pedem agilidade na promulgação de novos regulamentos para o setor após a tragédia em Coronel.

Após a morte de Patricio Martínez, que perdeu a vida enquanto realizava tarefas dentro de um armazém em Puerto Coronel, sendo esmagado pela estrutura de içamento de uma prensa de garfo-grua, a União Portuária do Chile pediu para acelerar a promulgação do novo Regulamento Portuário.

“Sabemos que trabalhar com grandes tonelagens em movimento, em espaços confinados e a velocidades crescentes é o que caracteriza o trabalho portuário, por isso mesmo há anos que propomos que proteja a saúde física e mental, como a própria vida, de quem lá trabalhamos, é preciso gerar políticas de segurança exigentes e rígidas", disse a UPCH em nota.

“Propomos também que, para a execução do nosso trabalho, sejam estabelecidos programas de formação que conduzam à sua profissionalização, para que sejam entregues as competências e os conhecimentos necessários para trabalhar com maior segurança nas obras nos terminais marítimos. É por isso que nas diferentes instâncias com os órgãos do Estado entregamos essas propostas, mas eles têm encontrado um forte lobby de partes das empresas portuárias justamente nesses pontos, argumentando o aumento de custos que isso acarretaria, desvinculando-se daquelas palavras o conflito decisório entre o lucro monetário e a vida dos trabalhadores, onde aparentemente é a primeira coisa que leva a sua preferência”, acrescentou o bloco.

“Mas não podemos esperar mais, porque é que o governo não apressa a promulgação do novo Regulamento Portuário, que hoje está na mesa do Presidente da República, onde está consagrada uma nova política de saúde e segurança dos trabalhadores portuários e começa o processo de profissionalização de quem trabalha nos terminais? Participar de lobbies de organizações empresariais é mais importante do que ouvir os gritos de familiares ao ouvir a notícia da morte horrível de seu ente querido? A resposta pode ser sim, mas para a família do porto não é e é por isso que agora exigimos que o referido regulamento, que já passou por 2 governos por diferentes Ministérios e agora pela Casa de Governo, seja promulgado e deixem de se ouvir desculpas monetárias, porque a vida humana não tem preço ”, frisou o sindicato.

Os trabalhadores fizeram uma singela homenagem ao companheiro.

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