24 de out. de 2020

Gate travado para o Estivador

Após doze anos fazendo lingada, o ETT parou de ligar para os bagrinhos na semana passada e hoje, quando eles foram ao porto, o crachá de acesso foi desativado. Ficaram a ver a borboleta imóvel.


Neste procedimento cem bagrinhos de Bilbao vieram ao porto para verificar se o boato que lhes chegou ontem à noite era verdadeiro. Sim, foi: eles foram eliminados de fato. Por serem cadastros, se doze anos podem ser considerados uma eventualidade, eles não receberam notificação, indenização, PDV, incentivo a aposentadoria ou qualquer coisa. Simplesmente, foram jogados ao relento.
No dia 9 de outubro, teve início a greve dos estivadores em Bilbao para exigir o ingresso de cadastros para o registro, após uma década de aposentadorias e falecimentos - em 2010 eram 408 estivadores; agora 314.
 Os operadores portuários, CSP Espanha, Bergé, SLP e Toro y Betolaza, foi contundente: dispensar os avulsos e contratar empreiteiras para realizar tarefas de carregamento de armazém.
Para os estivadores os órgãos públicos estão do lado empresarial e que, em vez de proteger e também zelar pelos interesses dos trabalhadores, tem sido a Autoridade Portuária de Bilbao que esta manhã não só negou o acesso, mas que, em meio a ameaças, confiscou os crachás de alguns trabalhadores que vieram ao porto, nas guaritas.

O motivo da greve.
 Não devemos perpetuar o bagrinho, estamos sofrendo uma espécie de veto e já passamos uns treze anos, quando aqui há trabalho para todos. Os bagrinhos trabalharam em média 170 dias por ano nos últimos dois anos.

Os operadores portuários combatem o exercício da unidade, solidariedade e adesão ao movimento social manifestada por todos os trabalhadores, tanto os registros da Bilboestiba como sobretudo dos bagrinhos do histórico Banco de Emprego de Ranstad, que se deram a mão integralmente todas as paralisações sociais na beira do cais.

Nesse sentido, o vergonhoso comunicado à imprensa, que haviam pedido arbitragem para resolver o conflito e se dedicavam a acusar todo o grupo de estivadores fixos de insultos e desqualificações que vão além do mínimo necessário ou socialmente aceito, uma retaliação rasteira, essa trava nos gates. Ocorre enquanto os navios se acumulam no cais, não só devido à greve e paralisações dos estivadores, mas também por causa das decisões dos operadores portuários, mais de cinco navios que poderiam ter sido atendidos, tomando como refém toda a comunidade portuária.

Expondo a precariedade dos bagrinhos no porto, além do que em todo porto e a ela que cabe as tarefas mais árduas e perigosas e trabalham quando ultrapassa a capacidade do registro.

Logo traz bem o porta-voz do patrão berrando que os estivadores "colocam em risco a economia de Bizkaia"e vem com a mesma historia que ouvimos em Lisboa e recentemente em Antuérpia.


"Que colocam em risco a economia por sua falta de vontade para resolver o conflito e que suas demandas de monopólio na contratação, além de ilegais, são contrárias às regras da concorrência e da liberdade.Que causa "graves danos"  às empresas que utilizam o porto de Bilbao e à economia, em geral, num momento muito difícil devido à crise de Covid, o efeito será devastador. Pede ao Governo Basco que garanta a volta da normalidade e combata “os atos violentos que vêm ocorrendo na área portuária desde o início da greve e as ameaças a outros trabalhadores pelos piquetes”.

Seguindo a mesma linha, a Autoridade Portuária de Bilbo critica a greve e insta os estivadores a aceitarem arbitragem e que a convocação da mesma levada a cabo pela Coordinadora, UGT, LAB e Kaia "deve ser o último recurso, uma medida extrema e excepcional, sustentada em fundamentos razoáveis ​​e objetivos".

A Capitania dos Portos frisou que as consequências da greve "são sofridas por toda a comunidade logístico-portuária" e "sobretudo" pelas empresas que necessitam dos serviços do porto "para a sua internacionalização e para saírem desta crise", daí a greve será "muito negativo para todos, incluindo as empresas e trabalhadores da Bilboestiba".

Para a Autoridade Portuária, "uma conclusão inegável é que o atual modelo de gestão dos serviços de estiva simplesmente não funciona", embora não tenha questionado "nem o profissionalismo dos trabalhadores, nem a remuneração que recebem, nem o seu interesse lógico e inegociável para manter o emprego.



Criou-se um "limbo trabalhista" para os bagrinhos no porto, mas a empresa começou a "romantizar" a situação e a classificar este trabalho como um reduto de privilegiados e monopolista.

Ao colocar a lupa se demonstra a precarização do trabalho, a irresponsabilidade em não passar o bagrinho para o registro. Uma crise criada pelo próprio empresário com o auxílio da autoridade portuária. Segundo especialistas, essa tentativa empresarial defendida pelos gestores públicos busca eliminar a tradição da profissão de estiva, investindo e defendendo um empreendedorismo da formalização do trabalho portuário. Privilegiando o acumulo de capital dos patrões e reduzindo a massa salarial dos estivadores que circula na cidade portuária.

https://elmercantil.com/2020/10/20/el-comite-de-empresa-de-bilboestiba-denuncia-el-despido-de-facto-de-100-eventuales/

https://www.elsaltodiario.com/laboral/despiden-estibadores-eventuales-puerto-bilbao-durante-huelga-reclama-inclusion-plantilla

https://www.elcorreo.com/economia/patronal-cebek-acusa-20201022142431-nt.html?vca=dgtk-rrss-ecr&vso=tw&vmc=social&_tcode=cTZwc24y

https://www.naiz.eus/eu/actualidad/noticia/20201021/la-autoridad-portuaria-de-bilbo-critica-la-huelga-e-insta-a-los-estibadores-a-aceptar-el-arbitraje-en-la-estiba-solicitado-por-las-empresas

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