17 de abr. de 2011

Fiscais do porto vão receber medidores de radiação

Fiscais do Porto Vão receber medidores de radiação A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, fornecerá equipamentos portáteis para medição de radiação aos fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os dois órgãos são responsáveis por analisar as cargas que entram no Brasil via portos e aeroportos. Agentes do Porto de Santos estão entre os que receberão os medidores.

Os aparelhos ajudarão a impedir a entrada de produtos contamina dos vindos do Japão em solo brasileiro.

A medida é tomada porcontada preocupação do Governo Federal com a importação de artigos nipônicos, após o vazamento de material radioativo da usina nuclear de Fukushima. O acidente foi causado pelo terremoto de 9 graus na escala Richter que atingiu o país oriental no último dia 11 de março e, juntamente com um tsunami, matou mais de 12 mil pessoas.

Nas últimas semanas,autoridades sanitárias do Brasil e de outros países mostraram preocupação e adotaram ações restritivas para recepção de cargas.

O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Laércio Vinhas, reforçou que considera"praticamente inexistente" o risco de um contêiner, ou até de um navio, chegar ao Brasil com nível de radiação que ponha em risco a saúde de trabalhadores portuários e fiscais do Governo. "Mas se houver necessidade, temos equipes de plantão para atender a qualquer necessidade", disse. Portáteis, os aparelhos que serão fornecidos foram utilizados, por exemplo, durante os Jogos Panamericanos de 2007, no Rio de Janeiro. Eles são simples de usar e servem para medir radiação externa.

Ou seja: se o indicador mostrar que não há contaminação em um certo produto, este pode ser manuseado sem risco para a saúde. Esses equipamentos, contudo, não servem para analisar alimentos, pois, nestes casos, mesmo níveis de radiação imperceptíveis podem contaminar seres humanos. "Para medir radiação em alimentos, é preciso retirar uma amostra de três a cinco quilos e enviá-la aos institutos designados no Rio de Janeiro e em São Paulo", disse Vinhas. A explicação é que produtos com até determinado nível de radiação podem ser manuseados, mas não ingeridos. Por isso, no caso dos alimentos, as amostras coletadas em São Paulo, seja no Porto de Santos ou nos aeroportos autorizados a receber alimentos do Japão, deverão ser enviadas ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) para análise. No Rio, o órgão autorizado é o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). Ambos são ligados à CNEN. Vinhas não precisou quantos equipamentos serão fornecidos aos fiscais.

TREINAMENTO

O diretor da CNEN informou que os treinamentos aos fiscais da Anvisa e do Mapa, que inicialmente estavam previstos para semana que vem, serão realizados a partir de hoje, com uma equipe do Rio de Janeiro,e vão até segunda-feira. Os agentes receberão instruções básicas sobre radiação e radioproteção e aprenderão a utilizar os medidores. "Serão palestras com conteúdo básico, aplicadas para que os coletores de amostras trabalhem mais tranquilos", explicou Laércio Vinhas.

Fonte A Tribuna -

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