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3 de dez. de 2023

Twistlock automática atinge estivador

 O risco portuário do estivador.

A realidade e dura na beira do cais e quando ela se tornou uma rotina automatizada. Foi a partir da visão de mundo dos colabores do mercado que convencem o estado que a modernização e somente devido a ela é os riscos relativos à insalubridade, periculosidade e outros riscos porventura existentes. Estes são demostrados como coisas do passado. Agora, na prática, sem teoria ou na realidade da atividade portuária, o que de fato ocorre na vida de lingada dos estivadores nos porões e conveses dos navios atracados nos portos. Como o primeiro mundo demostra sua realidade portuária.

Na semana passada, o estivador – Lee White da Patricks Port Botany – foi atingido no capacete por uma twist-lock(castanha) enquanto era realizada um embarque numa cela cega, há cinco de alto no navio Kota Laris.

Lee pediu a categoria profissional que compartilhasse a sua história com os membros para chamar a atenção para os riscos e perigos significativos que são um fardo da realidade profissional dos estivadores na vida de lingada em todos os cais do planeta terra.

O estilo de encaixe no Kota Laris (auto-auto) é um design defeituoso, pois, quando esbarrados eles têm uma tendência a desencaixar.

Assim como a postura dos companheiros de terno de Lee, a gestão (Patrick) tem de ser elogiada pelo seu apoio inicial e contínuo ao estivador acidentado Lee.

O sindicato dos estivadores e o empregador deram exemplo, todos concordam que estes acessórios de encaixe devem ser retirados dos navios internacionais que visitam os nossos portos.

O MUA, sindicato que representa aos estivadores reuniu-se com o Conselho Internacional de Dockers (IDC) para discutir o assunto e obter um alerta internacional e buscar junto a outros sindicatos nos 5 continentes acidentes em navios que transportam contêineres. Para se preparar um grande dossiê. De como ocorreu e quais foram as providências tomadas após o ocorrido.

O duro capacete do Lee definitivamente salvou-lhe a vida, demostrando como todos os membros, incluindo os contra mestres gerais e mestres de terno, devem sempre usar todo o seu EPI a bordo das operações.

Controle a sua área de trabalho, siga todos os procedimentos, use todos os EPI e mantenha todas as pessoas – incluindo a tripulação – longe de zonas de risco potencial.

Os membros devem relatar quaisquer e /todos os incidentes e acidentes, para que possamos adaptar a profissão preparando seus membros para a ciência dos riscos eminentes na gestão do trabalho.

Além disso, a documentação. Imagem e relatos de áudio são o primeiro passo para se obter medidas de controlo e intervenção na redução do risco real a qual está exposto o estivador na operação com containers a bordo dos navios conteineiros.


O Oficial de Segurança Nacional da MUA Justin Timmins visitou Lee esta manhã e informa que, apesar dos seus ferimentos significativos, ele está bem-disposto.

"Ele é um sacana duro que já fez duas cirurgias até agora e a maior ocorrera nesta tarde aonde vão inserir uma placa de metal na testa", disse Timmins.

Trabalhar no convés de um navio é um trabalho extremamente perigoso e não é lugar para complacência. Sempre "nivel 5" e avalie a sua área.

Se os acessórios estiverem a deslocar-se no topo dos contêineres, entre na sua gaiola de trabalho para recuperá-los. Não tente tirá-las com as varas ou usar a sua chave de peação, o risco para a sua vida, ou para a vida de um companheiro de terno na lingada não vale o tempo que você pode poupar fazendo-o de forma insegura.


Numa simples pesquisa nas redes sociais se encontra mais de 100 vídeos do risco portuário. 

No Brasil, sendo mais específico no porto de Santos tivemos um acidente idêntico a este, mas infelizmente devido ao procedimento padrão do gestor portuário. Os dados deste acidente não temos o devido acesso, pois, não se tornam públicos para conhecimento da profissão e para pesquisas cientificas. Será está há grande diferença, entre um, pais de primeiro mundo para um de terceiro mundo. 

A falta de informação da realidade da atividade profissional portuária de estiva nos terminais de contêiner no Brasil?

https://www.mua.org.au/news/falling-dislodged-auto-twistlock-struck-deckforeman-team-leader

4 de out. de 2023

A luta por segurança nos portos Chilenos.

 União Portuária do Chile paralisará atividades para solicitar o reconhecimento de doenças ocupacionais.

O Sindicato Portuário do Chile informa que seus associados cruzaram os braços em um movimento social por dignidade, saúde e segurança na beira do cais numa paralisarão a ver navio na quarta-feira, 4 de outubro, de seus três turnos. O procedimento e um grande alerta ao Governo. Isto procura dar resposta a uma exigência histórica que se refere ao reconhecimento no Seguro social das doenças específicas do setor portuário que afligem os estivadores.

Neste contexto, a organização sindical informou que nos últimos meses o Sindicato Portuário do Chile realizou diversas reuniões com o Governo, mas não se chegou a um acordo que dessem respostas aos problemas de saúde e segurança. Hoje é imperativo ter um sistema de reforma antecipada por lei, uma vez que a modernidade dos portos fez florescer patologias e doenças profissionais que não discriminam idade ou sexo.

 “Os Ministérios do Trabalho e dos Transportes têm feito ouvidos de mercador às solicitações dos Trabalhadores Portuários em matéria de investimento e segurança social. Precisamos que as sociedades mútuas reconheçam as doenças que nos afligem hoje e não amanhã. Como trabalhadores portuários, também somos cidadãos infelizmente abandonados por uma deficiente rede do Serviço de Saúde Valparaíso-San Antonio (Ssvsa) que nos entusiasmou com a promessa de um hospital de primeira linha, que ainda não pode ser inaugurado por falta de profissionais e a saída dos diretores da capital da Região de Valparaíso”, acrescentou.

Por fim, a carta solicita esforços de se pôr fim às mortes de estivadores nas zonas portuárias do país, bem como a materialização de uma Lei Portuária.


A operação, ouvidos de mercador fez com que os estivadores fossem a sociedade demostrar a precarização que a modernização traz a saúde e segurança dos estivadores. E quem paga a conta disto e toda a sociedade, quanto o estado liberal e os empresários fazem operação, ouvidos mocós.

Barricadas, cruzadas de braços e manifestações em todos os portos chilenos.


Com barricadas armadas chamas e nuvens de fumaças vistas ao longe e de perto o movimento social por saúde e segurança na rotatória de acesso aos terminais STI e DP World, este e um dos episódios no porto de San Antonio.

Em Puerto Panul, o graneleiro Josco Guangzhou, está a ver navio, pois, seus trabalhadores se submeteram cruzaram os berços.

Estivadores da Região Bio Bio caminharam de mãos dadas pelas ruas do centro de Concepción. Nesta mobilização, a comunidade portuária percorreu as ruas Carrera, Castellón e O'Higgins com o slogan “Não + mortes nos portos”, exigindo segurança, saúde ocupacional e nova legislação portuária.

 


Os membros dos sindicatos ligados ao Sindicato Portuário da Grande Concepción completam esta marcha pacífica nos escritórios da Delegação Presidencial e do Governo Regional para deixar às autoridades uma cópia da carta endereçada pela unidade sindical ao presidente Gabriel Boric.

Ao nível nacional, a medida de cobrança por respeito a saúde e segurança estende-se por 22 terminais desde a Região de Tarapacá até à Região de Magalhães, somando um total de 6 500 trabalhadores portuários que mantêm as suas funções suspensas.

 O Sindicato Portuário do Chile empreendeu esta ação para fazer o procedimento de reflexão nos portos onde está presente devido à falta de avanços nas negociações com o Governo na exigência da modernização do setor, algo que a unidade sindical vem solicitando desde o movimento social por dignidade profissional de 2013/2014 que deu origem à Lei dos Portos Curtos que estabeleceu o horário do lanche de meia hora.

Desde então, os trabalhadores portuários – através de diferentes Governos – têm participado numa série de mesas redondas que, até à data, não tiveram resultados concretos. Vale lembrar que os dirigentes do Sindicato Portuário Chileno se reuniram no La Moneda com o presidente Gabriel Boric no final de julho do ano passado. O Presidente, neste quadro, transferiu para o chefe dos Transportes, Juan Carlos Muñoz, a responsabilidade de avançar nas diversas questões alegadas pelos portuários, mas não houve avanços, inclusive – da UPCH – apontam que as instâncias estavam “congelados”.

Junto a isso, os trabalhadores portuários solicitam o estabelecimento de uma série de direitos básicos aos quais hoje não têm acesso e uma modificação na Lei do Sistema Previdenciário que permita o saque antecipado de seus fundos de pensão.


Por fim, o Sindicato dos Portos enfatizou que os riscos da atividade portuária e a falta de preocupação do Estado com o assunto levou à morte de sete trabalhadores nos últimos 12 meses.

Com a palavra os maiores interessados.

 PORQUE NOS MOBILIZAMOS

A indústria de navegação mudou radicalmente nos últimos 25 anos. Isso obrigou a mudar as formas de operar nos portos, mas no Chile isso foi muito lento porque a legislação não foi modernizada e ficou em 99. Isso fez com que novas doenças surjam no trabalho portuário, principalmente causadas pela fadiga generalizada, que teve um papel importante nos acidentes fatais que ocorreram no último ano nos portos do país.

É por isso que pedimos a todos os governos e parlamentos que sejam feitas as mudanças legais para lidar com isso e até só vemos que as promessas feitas são travadas por poderes factivos que não querem mudanças, mesmo que sejam os trabalhadores a pagar os custos com sua saúde e suas vidas.

As exigências legais são:

• Lei do Porto que permita dar segurança aos trabalhadores, estabilidade a eles e permitir que a indústria cresça sustentável e, assim, permita o desenvolvimento do trabalho.

Exemplo: Autoridade Nacional Portuária, Lei de

Extraportos, Novo Acordo Público Privado de Investimento, Desenvolvimento

Portos estaduais do Sul Austral.

• Direitos básicos garantidos independentemente de forma contratual (Férias, Estabilidade, Indemnizações, Segurança e Saúde).

• Lei do Sistema Previdenciário que permite a retirada antecipada real antes que as condições físicas tornem perigoso trabalhar nos terminais,

mas cuja aposentadoria não significa cair na pobreza.

São muitos anos pedindo isso e os 7 companheiros que morreram trabalhando este ano são um aviso incontestável de que não pode mais adiar essas exigências.

https://www.piensaprensa.com/2023/10/03/trabajadores-portuarios-anuncian-paro-a-contar-de-manana-miercoles/

14 de set. de 2023

Dois estivadores morreram

 O acidente fatal foi confirmado pela empresa Puerto Coronel através de um comunicado, onde foi informado que o incidente ocorreu a bordo do navio Sakizaya Miracle atracado no cais enquanto era realizada a operação de descarga de carvão por volta das 19h.

Os estivadores morreram após sofrer um acidente dentro do porão de um navio que transportava carvão na comuna de Coronel, região de Biobío, na tarde desta segunda-feira.

Às duas vítimas desmaiaram no local, perdendo a consciência. Apesar da chegada das equipes de emergência pessoal do SAMU, os dois trabalhadores faleceram.

O 1º Tenente-Tel Alex Jeldres Curilemo, da Capitania dos Portos de Coronel, informou que as vítimas foram resgatadas de um porão até o convés principal do navio.

“Dois estivadores que estavam dentro do porão de um navio que descarregava carvão em Puerto Coronel, desmaiaram, perderam a consciência”, explicou.

“Foram resgatados do porão para o convés principal do navio, onde o pessoal do SAMU realizou os primeiros passos para a realização das manobras de reanimação, sem resultados positivos, pelo que ambas as pessoas infelizmente faleceram”, explicou.

Os corpos dos dois trabalhadores, foram resgatados do porão do navio através de um cesto que foi içado por um guindaste de terra.



Preliminarmente, presume-se que as causas da morte dos estivadores se deveram à inalação de gases acumulados no porão do navio carvoeiro, espaço onde desempenhavam as suas funções.

“Será realizada uma investigação para desenvolver as primeiras investigações sobre as circunstâncias que levaram à ocorrência destes acontecimentos”, disse.

No que lhe concerne, o Sindicato do Porto Comunal de Coronel, após lamentar a morte de ambos os trabalhadores, identificados como Fabián Garay e Alejandro Caamaño, de 23 e 27 anos respectivamente, anunciou a cessação do trabalho para o terceiro turno desta noite e para a primeira terça-feira de manhã.

Além disso, a entidade informou que realizará reuniões no início da manhã entre dirigentes e diretores da empresa Puerto Coronel.

“Puerto Coronel lamenta profundamente o acidente e solidariza-se com sua família e colegas de trabalho”.

https://www.t13.cl/noticia/nacional/coronel-dos-trabajadores-portuarios-fallecen-al-interior-del-buque-transportaba-8-8-2023?utm_source=Facebook&utm_medium=Stack&utm_campaign=Share13&utm_id=share13

https://www.biobiochile.cl/noticias/nacional/region-del-bio-bio/2023/08/07/dos-trabajadores-portuarios-mueren-al-interior-de-buque-que-transportaba-carbon-en-coronel.shtml

https://www.latribuna.cl/policial/2023/08/08/dos-trabajadores-murieron-al-interior-de-un-buque-en-coronel.html

https://www.cnnchile.com/pais/dos-trabajadores-murieron-buque-carbon-coronel_20230807/

11 de set. de 2023

O Risco portuário apesar da NR29

 Com auxílio do BNDES e do reporto os terminais arrendados conseguiram maiores investimentos em equipamentos, bem como em procedimentos de segurança capazes de mitigar os acidentes no trabalho portuário, mas na realidade sem automação, que ainda não atracou nas operações portuárias brasileiras. Ainda se observa, vários trabalhadores expostos a universo de trabalho insalubre e inseguro, que diariamente coloca a saúde e a vida dos homens e mulheres da beira do cais em risco.

Os riscos mais recorrentes no trabalho portuário na beira do cais, estão as quedas de cargas suspensas, os ruídos excessivos e as condições climáticas. Por isso existe o adicional de riscos portuário, que é previsto no artigo 14 da Lei 4.860/65 (lei não revogada pela Lei 12.815/13) e tem por finalidade remunerar os riscos relativos à insalubridade, periculosidade e outros riscos existentes na atividade portuária.

E a questão de segurança, em 1990, e ratificado no Brasil a Convenção nº 152 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata dos parâmetros mínimos para a segurança e saúde dos trabalhadores portuários.

Seguindo este intendimento em 1993, a Fundacentro/ES promoveu, em Vitória/ES, o Seminário Tripartite de Normas de Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário, onde as sugestões existentes foram consolidadas em um único texto, enviada à então Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho (SSST). Em 1995, através da portaria SSST nº 12 foi criado Grupo de Trabalho Tripartite (GTT), com objetivo de criar uma norma que fosse de consenso entre as partes sendo concluído em junho de 1996. Após Consultoria Jurídica do Ministério do Trabalho em dezembro de 1997, foi assinada a Portaria SSST nº 53, que aprovou o texto da norma, NR-29, Segurança e Saúde do Trabalho Portuário.

O que fortaleceu a figura do OGMO, órgão criado e gerido pelo operador portuário. No tocante a zelar pela saúde, higiene e segurança no trabalho avulso, o órgão se tornou uma ferramenta para aplicar a NR nº 29.

Mas como regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários.

A premissa da criação do OGMO foi de contribuir para garantir, mão de  obra  especializada  aos operadores portuários e zelando pela melhoria da qualidade do treinamento e  de  vida  do  trabalhador.  Importante destacar que,  a  adoção  pelo ordenamento jurídico brasileiro de um sistema de gestão unificada de mão de  obra  portuária  avulsa —OGMO —facilita  a  observância  das  normas estabelecidas  na  Convenção  nº  137  da  OIT  (Mendes  Vianna,  2013)


E responsabilidade legal dos Operadores Portuários e do OGMO, proporcionar aos trabalhadores, formação sobre procedimentos operacionais, segurança, saúde e higiene ocupacional no trabalho portuário. Pois, a qualificação é um dos caminhos para a prevenção de acidentes. E inegável que o ambiente portuário e uma área imprescindível devido à variedade de cargas, sistemas utilizados, embarcações variadas e constante evolução dos equipamentos. A não utilização da qualificação e requalificação demostra que os gestores se apresentam despreparados, desatualizados. A mudança deste quadro exige uma postura coercitiva dos OGMOs, que devem utilizar seu poder disciplinar para exigir do operador portuário os procedimentos da manutenção dos equipamentos. As mudanças na NR29 patrocinadas pelos operadores portuários, o novo texto da Norma afirma que cabe aos operadores portuários, tomadores de serviço, empregadores, Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) e administração portuária o dever de colaborar com o cumprimento da NR-29, cada um com sua responsabilidade específica.

 

Entre as novidades, presente na Norma, que entrou em vigor em 1º de setembro, Fuziy destaca, a elaboração e implementação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), documento que materializa o processo de gestão dos riscos ocupacionais da empresa através de ações sistêmicas e multidisciplinares.

“A exposição dos trabalhadores aos perigos existentes nas operações e instalações portuárias e retroportuárias, sem uma devida gestão de riscos ocupacionais, que leve em consideração os diferentes tipos de perigos, embarcações e cargas, trouxe a necessidade de atualização, regulamentações, desburocratização e simplificação”, afirma Fuziy.


  Os riscos para o trabalhador portuário são iminentes e qualquer descuido poderá acarretar um acidente grave e/ou fatal. Os equipamentos manipulados nas atividades portuárias, por vezes são de elevado  peso,  requerendo  do  trabalhador  cuidados significativos  contra  uma  gama  diversa  de  riscos,  sejam  estes  físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de administração do ambiente.

Os trabalhadores portuários avulsos do OGMO, por saberem da importância da CPATP. Estão preocupados pelos acidentes e incidentes ocorridos com tpas que prestam serviço de forma vinculada, nos terminais portuários . Não serem mais apresentados e discutidos no espaço, voltada para a comunidade a CPATP. Sendo está a grande falha na atualidade na segurança do trabalho portuário, pois, a questão em jogo, a saúde e segurança do profissional da beira do cais sendo ele avulso, empregado ou funcionário. Esta diferença ideologia ou será uma convicção de mercado não consta da convenção nem da resolução da OIT para a atividade portuária.

https://www.gov.br/fundacentro/pt-br/comunicacao/noticias/noticias/2022/outubro/live-da-fundacentro-explica-as-principais-alteracoes-da-nova-nr-29

 da Cunha, T. S., Lacerda, E. S., Matta, P. dos S., Gurova, T., & Macêdo, M. I. F. (2023). IMPORTÂNCIA E ABRANGÊNCIA DA VINCULAÇÃO NORMATIVA DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR PORTUÁRIO. Revista Contemporânea, 3(9), 13545–13584. https://doi.org/10.56083/RCV3N9-008

31 de ago. de 2023

O desiderato Portuário

 Quais são as atividades realizadas pelos trabalhadores na beira do cais e como são os acidentes portuários em um ambiente profissional de trabalho contínuo, sem interrupção, 24h por dia, 366 dias por ano. Trata-se de um tema bastante complexo, em particular pela diversidade de variáveis envolvidas no trabalho portuário e no ambiente da beira do cais.

São vários  equipamentos portuários, cargas movimentadas e meios de transportes em um  ambiente cheio de incertezas que tornam a beira do cais  vulnerável a riscos.

Os ternos de trabalhadores portuários avulsos TPAs formados para um turno de trabalho composto em sua maioria por trabalhadores experientes é um fator que estimula a produção e a redução da composição de homens nas fainas, leva estes profissionais a expor-se a riscos. Nos processos participativos da lingada os estivadores, componentes dos ternos seguem naturalmente as opiniões do contra mestre e dos portalós, devido  aptidões coletivas, do mútuo conhecimento passado no saber fazer e no maneirismo, dos mais velhos para os mais novos, na sinergia característica do pertencimento há classe profissional.

Hoeflich et Al (2014) esclarece “A principal fronteira para gestão dos riscos é a prática sustentada na responsabilização com a avaliação do desempenho e respectiva recompensa, promovendo desta forma a segurança e a efetividade operacional nos diversos níveis da organização e da cadeia de suprimentos em que está inserida”.

As atividades dos trabalhadores portuários apresentam características de multifuncionalidade operacional em diversas cargas e equipamentos. Além da rotatividade entre terminais que lhe dá adaptação positiva às diversas fainas em distintas embarcações e variados porões.

Russell (2013) de que, mesmo com modernos equipamentos, o trabalho nos portos permanece incrivelmente perigoso, e a gravidade dos acidentes aumentou. Quanto as ocorrências, continuam as lesões e as doenças situam-se num plano crônico.

Uma das características de ambiente do trabalho portuário é a insalubre por ter condição da existência de contaminantes ou agentes nocivos ao trabalhador, por isso a obrigatoriedade do uso de epis e epcs.

Partículas em suspensão e poeiras diversas de granéis sólidos e produtos movimentados são danosas, e ocorrem devido a condições limitadas de ventilação o que concentra essas partículas. (Figueiredo 2015 p, 90)

Mais quais são estas condições, será os riscos químicos, físicos e biológicos, itens danosos como partículas suspensas, sereno, névoas, ruído, frio, vibração, umidade, microrganismos como vírus, bactérias, protozoários, fumigação de cargas transgênicas e as radiações. Os riscos estão presentes nas condições de operações portuárias repetitivas, diuturnamente, exigindo permanente atenção e esforço dos trabalhadores.

As dimensões dos locais de circulação dos estivadores nos navios, onde correm as atividades de abertura e fechamento de porões, acondicionamento e movimentação de cargas são restritas, com o risco de queda de carga suspensa, e com limitadas rotas de fuga.

A cada turno de trabalho, mudam os locais onde realizar as atividades, as frentes e navios a serem operados, as mercadorias e procedimentos correspondentes, os colegas de trabalho, as condições climáticas, frio/calor, os períodos de dia/noite, luz natural ou artificial, ou até a menor iluminação em espaços entre filas de contêineres.(Figueiredo 2015 p, 91).

Em um espaço portuário algo comum, corriqueiro e o trabalho noturno que requer planejamento de controle da Iluminação, que também afeta dos trabalhadores.

Além das condições gerais de iluminação ambiente, considere-se, por exemplo, o choque produzido pela variação de iluminação na entrada/saída de veículos em navios de acesso e trânsito de veículos pelo sistema de auto embarque denominado RoRo, denominação reduzida para roll on roll off. (Figueiredo 2015 p,92)

Na labuta portuária, existem muitas situações desse tipo, determinadas como risco portuário que requerem orientação, das normas regulamentadoras, como a NR 33 e NR 35, treinamento e requalificação bianual. Apesar de a atividade portuária ter sua própria norma que impõe condições e penalidades, a NR-29 Norma regulamentadora 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário, é uma normatização de aplicação compulsória às atividades exercidas nas atividades dos portos brasileiros.

Foi concebida a partir de estudos e apelos dos trabalhadores portuários sobre a Convenção 137, mas principalmente da Convenção 152 Segurança e Higiene dos Trabalhos Portuários OIT de 1979, entrou em vigor no planeta em 5.12.81 e no Brasil em 17 de maio de 1991.

Assim, a NR29 prevê a instalação pelas empresas do SESSTP, equivalente ao SESMT, e da CPATP, irmã gêmea da CIPAs, esta incumbida de elaborar o Mapa de Risco e do procedimento operacional padrão.

A partir da Lei 8630 de 1993, legislação de modernização portuária, traz o OGMO – Órgão Gestor de Mão de Obra, onde seus colaboradores são nomeados pelos operadores portuários. Sendo o órgão responsável legal pela formação e requalificação profissional do TPA e pelo cumprimento das normas de saúde e segurança para os trabalhadores portuários avulsos.

A permanente formação e requalificação do trabalhador é item indispensável para mantê-lo alerta e preparado para o bom desempenho nas funções e para conduzir os modernos equipamentos que surjam.

Apesar da formação e requalificação ser uma prática desde 1970 e 1972, demonstrasse uma resistência dos operadores portuários em capacitar o TPA t nos portos. Uma prova e os centros de treinamento dentro dos terminais arrendados e a contratação de prestadoras de serviço de educação para qualificação de seus funcionários.

A mecanização no trabalhado portuário, reduz a exposição do TPA aos riscos em que o trabalhador fica mais vulnerável e em condições desgastantes.

Por outro lado, traz consigo exigências de produção que gera estresses e doenças musculares decorrentes de serviços contínuos e repetitivos.

Mudaram as condições de trabalho portuário, mas os riscos apresentam-se sob outras formas, continuando os desafios na saúde e segurança do trabalhador portuário.

C152 - Segurança e Higiene dos Trabalhos Portuários . OIT Brasilia Convenções. https://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_236161/lang--pt/index.htm

 FIGUEIREDO, A. E. P. ,  Automação portuária e segurança no trabalho, 2015.  218 p.  Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas.

 HOEFLICH S.L., BLOS M.F., FIGUEIREDO A.E.P., DIAS E.M. “Proposta de Framework de Gerenciamento de Riscos Orgânicos aplicados à Logística”, http://pdf.blucher.com.br/marineengineeringproceedings/spolm2014/126503.pdf.

RUSSELL, S.E., “Port Safety and Workers”, Cp oito de Maritime Safety, Security and Piracy, Waine Talley, CRC Press, LAW, 2013

23 de ago. de 2023

A Modernização portuária eliminou o risco portuário

 Riscos ocupacionais são ameaças potenciais à vida ou à saúde dos trabalhadores, decorrentes de elementos e condições do ambiente de trabalho na organização, ritmo de execução, ambiente físico, equipamentos e ferramentas utilizadas para o procedimento operacional em diversas cargas. O ambiente de trabalho portuário sempre apresentou variados riscos à saúde e a vida dos trabalhadores, sobretudo dos estivadores (Queiróz, 2019 e 2020) e esses riscos se agravaram com a chamada modernização dos portos.

A operação portuária, tem exigências de produtividade e os avanços tecnológicos agilizaram as operações. Realizando uma metamorfose na organização do trabalho portuário, tornado o ambiente numa operação, sem parar afetando diretamente as condições dos trabalhadores nos portos.

Com a redução dos postos de trabalho, inclusão, extinção e acúmulo de funções e aumento do ritmo de trabalho. O governo federal com auxílio do Reporto e do BNDES ajudou os operadores portuários com elevados investimentos para aquisição de equipamentos portuários destinados à movimentação de cargas.

O processo de modernização acelerou a fadiga e os desgastes físicos, apesar desta aceleração os valores da tradição e o significado de pertencimento que fazem sentido entre os estivadores continuaram com o aposentado ensinando o bagrinho. O mais experiente passando seu Know how para o mais novo e somaram a este conhecimento a competências cientificas repassadas pelo aprendizado do ensino profissional marítimo da Marinha do Brasil. As relações foram modificadas por informações em tempo real da digitalização que da, uma certa insegurança no trabalho, pois, muitas vezes, não se conhece os integrantes da equipe com os quais se está escalado para trabalhar, o que pode comprometer um trabalho coletivo, ocasionando acidentes, mesmo tendo reduzido alguns riscos à saúde do trabalhador, devido às inovações tecnológicas, trouxe outros riscos ocupacionais e agravos à saúde e nesse entendimento já escreveram os pesquisadores, Aguiar, Cavalcante e Diéguez. Por estar demonstrando o ambiente profissional onde o trabalho e realizado com muito desgaste, pois, exige grande concentração e preocupação com a carga, a rota de fuga, o ambiente e, principalmente, com o parceiro do terno.

O avanço tecnológico da modernização portuária, trouxe ao ambiente, novos ritmos que coloca os trabalhadores a presença de ruídos e de vibrações de máquinas; exposição à intempérie, temperaturas extremas, substâncias químicas no ar, substâncias químicas líquidas; ferramentas de trabalho inadequadas; componentes das equipes de trabalho em número abaixo do ideal; ritmo de trabalho elevado; condições físicas inadequadas do terminal portuário; objetos suspensos; trabalho em altura; tráfego de máquinas e escadas de acesso às embarcações. Então não e uma ficção cientifica nem uma utopia alegar que o trabalho portuário é realizado em um contexto insalubre e perigoso, onde interagem velhos e novos riscos e que, para além dos riscos, os vários ambientes diferentes de trabalho geram incertezas e insegurança para o trabalhador.

No Brasil, a prevenção de doenças e acidentes do trabalho no ambiente portuário é regulamentada pela Norma Regulamentadora 29 (NR29 de 1997) que trata da saúde e a segurança dos trabalhadores portuários. No entanto, como indica Soares (2008), nem sempre a norma é cumprida em toda a sua extensão.

 Para Fabiano (2010), os avanços tecnológicos da modernização portuária, podem levar a melhorias na produtividade e nas questões de saúde e segurança, mas não necessariamente simultaneamente.

A partir da promulgação da Lei dos portos n° 12815, de 2013, várias mudanças foram promovidas nos portos brasileiros, competitividade, redução no número de estivadores e acúmulo de funções com a vinculação do trabalhador portuário avulso.

Apesar de estar em 2023 o estivador, continua sendo o sujeito vulnerável aos acidentes do trabalho e às doenças ocupacionais pela exposição aos fatores de risco à saúde, à higiene e à segurança. O chamado risco portuário que é uma realidade para a família do trabalhador, mas uma utopia para os funcionários públicos do judiciário brasileiro. Nesse contexto, os operadores portuários seguem a risca o cumprimento das normas de saúde e segurança no trabalho portuário? Ou as condições do meio ambiente do trabalho nos Portos geram o aparecimento de doenças ocupacionais nos estivadores apesar da modernização?

Para NUNES( 2022) Neste ambiente de constante exposição a riscos, é fundamental a efetivação de planos de prevenção de acidentes e de educação dos trabalhadores. Nessa temática, apresenta-se na  literatura a evidência de problemas de saúde dos estivadores e TPAs surgidas devido a fatores determinantes de adoecimento contidos no trabalho, tais como os distúrbios musculoesqueléticos, a fadiga, os problemas articulares (hérnia de disco e desgastes na articulação do joelho) e metabólicos (diabetes e hipertensão arterial) (ALMEIDA; CEZARVAZ, 2016; QUEIRÓZ; POLETTO, 2015; MOTTER; SANTOS; GUIMARÃES, 2015; ALMEIDA et al., 2012; CAVALCANTE, 2005). 


Para Nunes “É muito comum, atualmente, o jogo do empurra-empurra no ambiente portuário. Se algo dá errado, apontam o dedo para o estivador. Na hora da glória, o recorde é do terminal e da autoridade portuária. E o estivador, que estivador, aqui tem somente é operador de bordo. No entanto, como resultado a qualquer custo, esta, proibido o porte de celular ou de qualquer meio de gravar imagens. De modo análogo, avarias e as quedas continuam e trabalhadores acidentados com nível moderado são levados aos hospitais. Nesta sociedade ao largo da comunidade portuária só aparece na cena pública o acidente, quando o trabalhador exerce o direito de reivindicação, nessa acepção, as formas de comunicação são contravenções, explícita às leis que regulam o perfil dos colaboradores do mercado”.

De fato, há única automatização e da velocidade da informação, por isso o guarda celular. Uma imagem vale mais que mil palavras. Num porto onde o seguro é para a carga e não para o ser humano. E parte da renda que circulava na mão do trabalhador há alguns anos hoje garante a existência de belos eventos que dizem que esta realidade “E COISA DO PASSADO, pois, a modernização chegou”. Aonde é a pergunta dos trabalhadores.


FABIANO, B., Curró, F., REVERBERi, A. P., & PASTORINO, R. (2010). Port safety and the container revolution: a statistical study on human factor and occupational acidentes over the long period. Safety Science, 48(8), 980-990. doi:10.1016/j.ssci.2009.08.007

Nunes, J, R, S; Formação dos estivadores do Porto de Santos no processo de modernização portuária /; Orientadora Maria de Fátima Ferreira de Queiroz. -- Santos, 2022. 222 p. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado Profissional - Pós-Graduação Ensino em Ciências da Saúde), Universidade Federal de São Paulo

QUEIRÓZ, M. F. F. (2019). O trabalho na movimentação de contentores: Implicações na saúde dos estivadores portugueses. In: R. Varella (Coord.), “Dont fuck my job”: As lutas dos estivadores: uma perspectiva global. Edições Húmus.

QUEIRÓZ, M.F.F., AREOSA, J., LARA, R., & GONÇALVES, F. (2020). Estivadores portugueses: Organização do trabalho e acidentes. Laborare, 3(5), 7-28.

SOARES, J. F. S., CEZAR-VAZ, M. R., MENDONZA-SASSI, R. A., ALMEIDA, T. L., MUCCILLOBAISCH, A.L., SOARES, M. C. F., & COSTA, V. Z. (2008). Percepção dos trabalhadores avulsos sobre os riscos ocupacionais no porto do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 24(6),1251-1259.

24 de jul. de 2023

Centenas de contêineres ao mar

 Angel navio contêinero ancorado ao largo do porto de Kaohsiung, em Taiwan, está listado e foi evacuado. A autoridade portuária fechou temporariamente o porto enquanto as equipes de salvamento trabalhavam para estabilizar a embarcação e recuperar os contêineres que caíram no oceano.


O Angel é um contêinero de 21 anos que chegou a Taiwan em 4 de julho vindo de Dalian, na China. Registrado em Palau, o navio tem 20.000 dwt e capacidade para 1.262 TEU. O navio está ancorado a 2,8 milhas náuticas do porto de Kaohsiung com relatos de que estava carregado com vasilhames e aguardando ordens.

Na manhã de 20 de julho, o comandante emitiu uma mensagem de socorro ao Kaohsiung Harbour Bureau informando que o navio havia assumido uma inclinação de 8 a 9 graus para o porto. Pelo menos seis contêineres foram ao mar com o mestre relatando a entrada de água no casco. Alguns relatórios sugerem que há uma rachadura no casco.

O comandante relatou que havia decidido abandonar o navio mandando os 19 tripulantes para os botes salva-vidas. A Guarda Costeira enviou dois barcos patrulha para auxiliar e transferir a tripulação para a costa, um dos quais ferido e levado para o hospital. No entanto, sua condição não é grave. Rebocadores foram despachados. As autoridades ordenaram que a entrada do porto perto da embarcação fosse fechada enquanto trabalhavam em um plano de salvamento.


O navio, que tem 564 pés de comprimento, está carregado com quase 500 toneladas de combustível com baixo teor de enxofre e diesel leve. As autoridades ordenaram que duas barreiras de contenção fossem amarradas ao redor do navio, temendo que ele pudesse começar a vazar óleo.

A equipe de salvamento trabalhou para restaurar a estabilidade da embarcação, enquanto os noticiários locais dizem que a embarcação começou a adernar no início da semana. Moradores disseram aos repórteres que estavam observando o navio enquanto a lista aumentava dia a dia. Adernou a bombordo. A Taiwan International Ports Corporation (TIPC), que gere as operações daquele porto, tentou salvar a embarcação, mas esta começou a encher-se de água e afundou-se pela popa.

 A propriedade do navio e a Navramar Shipping, que adquiriu o navio em maio de 2023. A administração está listada como localizada no Azerbaijão. Equasis mostra a classe da embarcação como desconhecida e relata que foi removida do registro indiano e pela DNV no início de junho. Além disso, o banco de dados não lista uma inspeção do estado do porto desde 2018.

Alegadamente, às 20h46 do dia 4 de julho, a embarcação pediu permissão à autoridade portuária para ancorar temporariamente no lado oeste do 2º ancoradouro do porto de Kaohsiung, a 2,8 milhas náuticas do quebra-mar sul da instalação.

 


No entanto, na quinta-feira, a embarcação, com uma arqueação bruta de 16.145 toneladas, começou a adernar significativamente, tendo o capitão emitido, ordem de abandono da embarcação.

A recuperação dos contêineres levará entre quatro e cinco dias, dependendo das condições do mar. O navio “Angel”, com bandeira de Palau, afundou em 21 de julho enquanto estava ancorado no porto de Kaohsiung. O governo da cidade de Kaohsiung, a administração da guarda costeira, o escritório portuário de Kaohsiung e a agência de pesca estão trabalhando para recuperar os quase 600 contêineres que o navio estava transportando do mar, de acordo com a Kaohsiung Taiwan International Ports Corp.

O porto enviou 17 embarcações para recuperar os contêineres, muitos dos quais foram encontrados flutuando em águas próximas ao distrito de Linyuan. Estima-se que o resgate dos contentores demore entre quatro e cinco dias dependendo das condições do mar, embora até sábado, 22 de julho, apenas 26 deles tenham sido recuperados e outros bloqueiem os barcos de pesca locais e danificam os seus equipamentos.


   O navio transportava  1049 contentores vazios.

 Outra equipe de resgate planeja fazer uma inspeção no navio afundado, vedar os canos conectados aos tanques de combustível e extraí-los para evitar um derramamento. Vale ressaltar que o navio contém quase 500 toneladas de combustível e 0,3 de óleo lubrificante.


https://www.marineinsight.com/shipping-news/container-ship-sinks-outside-kaohsiung-port-in-taiwan/

https://maritime-executive.com/article/video-containership-evacuated-after-listing-and-losing-boxes

https://www.mundomaritimo.cl/noticias/buque-con-600-contenedores-se-hundio-en-el-puerto-kaohsiung-de-taiwan

https://focustaiwan.tw/society/202307220011

30 de ago. de 2022

Mortes de trabalhadores provocam verificações de segurança nos portos

 Quando um peso de 65 kg de uma manilha de escavadeira caiu no seu pé esquerdo, a estivadora Annie teve sorte de não perder os dedos, mas o acidente acabou com sua carreira na estiva.

O golpe financeiro fez com que ela quase perdesse sua casa, danos no tendão a forçaram a vender a premiada bicicleta de estrada Ducati que ela não podia mais andar e, três anos depois, ela ainda usa adesivos analgésicos na lesão que a limita a usar tênis.

A mãe solteira, que usou um pseudônimo por causa de um acordo de confidencialidade decorrente de mediação com seu ex-empregador, sofreu dois outros quase acidentes terríveis e diz que as ações recentes sobre segurança estão muito atrasadas.

Em abril, Don Grant morreu carregando carvão no porto de Lyttelton no ANZAC Day, menos de uma semana depois Atiroa Tuaiti, de 26 anos, morreu ao cair de um contêiner no porto de Auckland, e às duas mortes em sequência levaram o ministro do WorkSafe, Michael Wood, a ordenar uma Investigação da Comissão de Investigação de Acidentes de Transporte sobre as fatalidades.

A agência responsável pela segurança e proteção ambiental das vias navegáveis costeiras e interiores da Nova Zelândia recebeu um investimento de US$ 4,3 milhões para aumentar seu trabalho de segurança.

Nos últimos meses, juntamente com o WorkSafe, fez 50 avaliações de 24 empresas que operam em 13 portos da Nova Zelândia – observando no cais, conversando com sindicatos, gerentes e trabalhadores da beira do cais e coletando feedback em reuniões onde os estivadores podiam falar livremente sem a presença da gerência.

Os dados sobre acidentes, incidentes e quase acidentes nos últimos anos estão sendo analisados para tentar identificar as causas das mortes e lesões graves.

Um grupo de saúde e segurança portuária, composto por dois funcionários públicos, sindicalistas e representantes de empresas portuárias e de estiva, tem até outubro para melhorar normas regulamentadoras de segurança, incluindo a possível introdução de procedimentos operacionais padrões para operação portuária.

Porque os portos são tão perigosos. A cada ano, o ACC recebe cerca de 300 novas reclamações relacionadas ao trabalho por lesões em portos e, nos últimos cinco anos, lesões que exigem mais de uma semana de afastamento do trabalho tiveram um custo estimado de US$ 21,6 milhões. Desde 2018, 6 trabalhadores morreram no trabalho portuário.

 A unidade de pesquisa de prevenção de lesões da Universidade de Otago apresentou alguns resultados preocupantes usando dados do Ministério da Saúde e arquivos de médicos legistas cobrindo um período de 20 anos de 1995 a 2014.

Seu estudo identificou 59 mortes de trabalhadores que ocorreram na operação portuária. A pesquisadora sênior Rebbecca Lilley diz que a definição de fatalidades portuárias tem sido historicamente “um campo minado” por causa das áreas cinzentas em torno do que é classificado como uma morte relacionada ao porto.

No entanto, quase metade das mortes que encontraram ocorreram em navios ou cais.Dezoito vítimas foram atingidas por um objeto em movimento, como empilhadeira ou carga e 14 morreram por escorregões, tropeções e quedas. O clima e a fumaça nos porões dos navios estavam entre os fatores ambientais implicados em 13 mortes.

Há planos para atualizar a pesquisa, mas o ritmo das audiências dos legistas significa que levará algum tempo.

Nos últimos anos, os portos de Auckland e Lyttelton realizaram grandes revisões sobre falhas de segurança que os levaram a serem processados várias vezes e multados em centenas de milhares de dólares. A segurança é uma questão importante para os três sindicatos que, entre eles, representam milhares de trabalhadores portuários, de estivadores a motoristas de guindastes, straddles e empilhadeiras.



Mortes no local de trabalho roubam as famílias de entes queridos, décadas de ganhos, com reparação insuficiente ordenada quando os casos vão ao tribunal. Testemunhas de acidentes também são profundamente afetadas, como o trauma sofrido por um jovem que estava ao lado quando o colega de trabalho, Pala'amo Kalati, foi esmagado por um contêiner em 2020.

“Ele nunca voltou para a beira do cais. Ele está traumatizado; mesmo quando vê contêineres em caminhões, fica nervoso.”

Como regra geral, os incidentes de trabalho em navios são investigados pela Maritime NZ, com WorkSafe cuidando daqueles em terra, mas Harrison diz que há um apoio crescente para a Maritime possa fazer tudo porque tem o conhecimento necessário.

No início deste ano, a empresa de estiva ISO foi criticada pela Maritime por sua falta de procedimentos de evacuação quando seis trabalhadores foram atingidos por gazes no porão de um navio em 2018, depois que um operador de escavadeira perdeu a consciência e os outros que tentaram resgatá-lo também sucumbiram.

Outro um acidente em Tauranga em abril (atualmente sob investigação das autoridades), onde o Corpo de Bombeiros levou várias horas para extrair um estivador que quebrou as pernas após cair de bobinas de papel no porão de um navio.



Esquivando-se do perigo.

Entrevistas com estivadores sobre a preparação de um recente workshop de saúde e segurança com a Maritime NZ produziram uma lista de 20 questões separadas, desde comunicações e gerenciamento de tráfego, deficientes até violações de zonas de exclusão sob cargas suspensas.

A diretora de saúde e segurança do sindicato, Karen Fletcher, diz que padrões de treinamento diferentes para motoristas de straddle e guindastes também são um problema. “Os membros sentem que as pessoas são consideradas competentes antes de realmente serem, por causa da pressão para fazê-las trabalhar.”

A fadiga está sendo exacerbada pela escassez de mão de obra.

Ao longo de um dia, os estivadores podem movimentar de 100 a 300 barras de amarração, cada uma pesando até 23 kg, e um trabalho que precisa de duas pessoas acaba sendo feito por uma, aumentando o risco de lesões e fadiga, diz Fletcher.

Seca trabalhista

A empresa de estiva C3 está anunciando em um site para candidatos a emprego com mais de 50 anos, oferecendo US $ 22,50 por hora carregando toras, descarregando carga geral e conduzindo carros de embarcações.

Um motorista de straddle da Nova Zelândia que ganha US $ 80.000 em Auckland pode receber US $ 140.000 mudando para Sydney e “todos estão começando a fazer as malas e ir embora”.

O presidente da Forest Owners Association, Grant Dodson, diz que, embora seja verdade que há um incentivo financeiro para carregar navios de toras com eficiência, isso não é feito à custa da segurança.

Cada vez mais máquinas de garra e guindastes de terra estão substituindo a necessidade de estivadores para amarrar cabos de aço em torno de toras levantadas por guindastes de navios, eliminando assim a necessidade de pessoas trabalharem perto de cargas suspensas.

Opa, deixamos cair um.

Mais de 70 incidentes envolvendo operações portuárias foram relatados há Maritime NZ no ano passado . A lista contém alguns contratempos de arrepiar os cabelos.

Uma carga de 25 toneladas que caiu até cinco metros após o mau funcionamento de um guindaste foi uma das mais de uma dúzia de caixas de carga e equipamentos lançadas no mar, porões de navios ou no cais. Três em cada quatro guindastes em um navio foram “condenados” e parafusos danificados em outro resultaram em uma seção do convés desmoronando no porão.

Nada disso surpreende Annie. “Você olhava para esses guindastes tremendo e estremecendo porque estavam sob muita pressão, você levanta a mão e diz: 'isso está errado', e eles dizem: 'tudo bem, continue porque o trabalho tem que ser feito.'

“Você pode ir em barcos onde a ferrugem está desmoronando sob seus pés, e eles pintam sobre isso, para que possam continuar funcionando.”

Padrões

De 250 navios Maritime NZ inspecionados no ano passado, 60% foram encontrados com deficiências, principalmente falhas de motor e problemas com escadas de portalo e equipamento de elevação, mas apenas dois navios foram realmente detidos até que os reparos fossem concluídos.

As inspeções marítimas caíram durante a Covid-19 porque as medidas sanitárias dificultaram o embarque nas embarcações, mas a agência está montando uma equipe de inspeção de 10 pessoas na verificação de embarcações de bandeira estrangeira e nacional.

O objetivo é evitar acidentes como o de 2017, onde um corrimão a bordo do transportador de toras Pakhoi em 2017 resultou em um trabalhador da ISO caindo 8m de uma pilha de toras, sofrendo ferimentos graves que exigiram 56 dias no hospital e várias cirurgias.

A ISO concordou com uma indenização de US$ 425.000 para evitar processos judiciais e se comprometeu a desenvolver um portal nacional online para estivadores relatarem problemas em navios.

O portal está funcionando, mas Harrison o descreve como uma “farsa” que é pouco compreendida e pouco utilizada pelos operadores portuários.

Esperança para o futuro

Em junho, o Porto de Auckland instituiu 15 regras de segurança que todos os usuários do porto devem cumprir, incluindo o compromisso de relatar imediatamente todos os perigos e incidentes.

Juntamente com sindicatos e empresas de estiva, a gestão portuária também está trabalhando em um código de conduta, semelhante ao já utilizado na Austrália, abrangendo todos os aspectos das operações portuárias, o que pode ser adotado nacionalmente.

Embora haja um longo caminho a percorrer, para se tornar a beira do cais em um espaço com forte segurança. O primeiro passo foi dado, dando voz a quem sente na pele a realidade da segurança e saúde no trabalho portuário.

“Todos os trabalhadores precisam saber que estão seguros e voltarão do trabalho para seus entes queridos.

“Você vai trabalhar para viver, não vai trabalhar para morrer.”

https://www.stuff.co.nz/business/129395576/worker-deaths-spark-50-safety-checks-at-port-businesses?fbclid=IwAR23B6tVCymwP3MADU7vWTgIHg5YYzaQI40KJ6uIU_B3DjQ5PmH4YJ59_iw