TCU atento:
O caso Libra é a prova de que as novas
áreas portuárias não serão reguladas
A LIBRA SANTOS bateu o recorde
sul-americano,
movimentando 167,2 containers por hora e a LIBRA RIO
bateu o
recorde mundial em aumento de tarifas,
chegando ao incrível percentual de 490%.
Quantas Libras surgirão com os novos terminais que
o governo pretende liberar?
De certo, muitas, pois a ANTAQ é uma porteira
escancarada
para as mais diversas condutas oportunistas que visam apenas
explorar e lesar os usuários. Infelizmente, o panorama atual indica que a
Agência não tem e nem nunca teve vocação regulatória, pelo menos que visem os
interesses dos usuários.
Atualmente, nota-se que o trabalho da ANTAQ está focado em atender demandas setoriais de outorgas e diversos assuntos ligados aos prestadores de serviços.
Basta olhar as pautas reunião da Agência e constatar que 90% delas estão
relacionadas às necessidades de empresas de navegação e apoio e aos terminais
portuários.
O absurdo que os usuários do porto do Rio de Janeiro estão passando com o
aumento extorsivo de até 490% praticado pela arrenadatária LIBRA, é a prova de
que, nas condições atuais, a ANTAQ não tem como regular e fiscalizar os
terminais que estão operantes e, muito menos, os novos que o governo pretende
liberar.
O TCU deve está atento a tudo isso. O caso da LIBRA serve para o TCU como exemplo do desprezo com o qual os
terminais tratam as leis vigentes, sociedade, empresas usuárias, poder
concedente e órgão regulador.
Existe sim a certeza da impunidade e de que
prevalecerá sempre aquilo que for politicamente viável.
Resta saber, se o
desfecho da nossa denúncia contra a LIBRA junto ao órgão regulador será nos
moldes habituais.
O fato é que, cada dia que a ANTAQ deixa de tomar uma decisão
sobre a extorsão da LIBRA, milhões e milhões são gastos pelos usuários, lembrando que amanhã completará 40 dias que os usuários vêm sendo extorquidos
pelo terminal.
O caso da LIBRA mostra que é necessário limpar e organizar a casa antes de
liberar novos terminais.
Sabemos que isso vai de encontro aos interesses de
muitos que estão esfomeados para explorar os usuários, mas, a verdade é que o
TCU não deveria permitir novos arrendamentos e autorizações de áreas
portuárias, sem antes:
a) fazer uma varredura em todos os contratos de arrendamentos vigentes, de forma que possam ser adequados a legislação e ao melhor interesse dos usuários, pois muitos contratos estão vergonhosos e desvirtuam totalmente o princípio de concessão pública com uma ajuda importante da ANTAQ que publicou resolução criando definições, legislando além do que poderia;
b) exigir que a ANTAQ coloque em dias toda regulação do setor, seja em relação às tarifas, seja em relação à qualidade dos serviços prestados aos usuários, ou seja, que arrume a casa para receber os novos moradores;
c) proibir expressamente que os armadores cobrem o THC dos usuários, evitando
que as concorrências entre terminais sejam capturadas por essa indústria de
rede;
d) exigir que o poder concedente apresente um projeto, com metas e prazos, para
o incentivo a formação de associações de usuários, conforme determina a lei;
e) Exigir que seja realizado concurso público para contratação de mais
servidores para o órgão regulador, pois está evidente que a ANTAQ não tem
pessoal para controlar o que já existe e, muito menos, os que virão pela
frente.
Além de exigir mais pessoal, deverá dar tempo para que todos sejam
devidamente qualificados;
f) Limitar o poder de legislar da ANTAQ, fazendo com que as suas normas
respeitem as leis do país, pois verifica-se, claramente, que algumas Resoluções
da ANTAQ são feitas na medida para favorecer setores.
Como exemplo, podemos
citar a Resolução 2.389/12 (também conhecida como Resolução da armação), que permitiu
aos armadores cobrar o THC, tornando a ANTAQ mera coadjuvante na regulação de
parte de serviços portuários que detém natureza de preço público.
Precisamos deixar os discursos políticos e hipócritas de lado. Não temos
Agência que regule o setor portuário e ele está entregue aos prestadores de
serviços que tem em Brasília cada vez mais força.
Hoje, são chamados de
investidores e, por isso, recebem tratamento VIP do governo de seus ministérios
e suas autarquias.
Os terminais portuários estão cada vez mais organizados em suas associações. Muitos diriam que os usuários também possuem suas federações e associações que
estas poderiam conter esse avanço dos terminais.
Todavia, é importante que se
saiba que existem federações e associações comerciais em que diretores e
conselheiros são os acionistas e diretores de terminais portuários.
Por isso, é
que não ouvimos falar de reclamações sobre aumentos abusivos e usurpação de
direitos dos usuários através delas.
Os usuários precisam se unir em associações com DNA 100% carga, retirando
qualquer chance de participação de armadores e terminais desse trabalho.
Basta
que se tenha um representante de terminal, como nos casos de federações e
associações comerciais, para que tudo escorra pelo ralo.
Fonte Por André de Seixas Editor do Site dos Usuários dos Portos do Rio de
Janeiro
Quando
se pergunta a um empresário do setor portuário
ele responde que há muitos fatores relacionados ao custo portuário,
cujos valores variam muito de porto para porto,
mas que são a falta de infraestrutura ,
o monopólio da contratação de mão de obra no porto público,
feito pela mais arcaica organização sindical trabalhista o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO)-,
é um cartel de privilegiados e os práticos que atracam os navios
formam uma casta de cerca de 400 milionários.
ele responde que há muitos fatores relacionados ao custo portuário,
cujos valores variam muito de porto para porto,
mas que são a falta de infraestrutura ,
o monopólio da contratação de mão de obra no porto público,
feito pela mais arcaica organização sindical trabalhista o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO)-,
é um cartel de privilegiados e os práticos que atracam os navios
formam uma casta de cerca de 400 milionários.
Entre os valores que recaem diretamente nos preços dos
custos marítimos estão as utilizações dos equipamentos e instalações portuárias
terrestres ou marítimas, embarque e desembarque de cargas, despachos
aduaneiros, taxas, impostos e demurrage”, os custos indiretos compreendem
aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, agências marítimas, atracação e desatracação, faróis, vigias, transporte de
tripulação”,
CUSTOS PORTUÁRIOS %
AGENCIAMENTO MARÍTIMO 0,94%
ALUGUEL DE LANCHA (TRANSPORTE DA
TRIPULAÇÃO) 0,58%
ATRACAÇÃO/DESATRACAÇÃO 0,63%
DEMURRAGE 18,57%
DESPACHO ADUANEIRO 17,84%
FARÓIS 0,39%
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE CARGA EM
TERMINAIS PORTUÁRIOS E RETROPORTUÁRIOS 54,44%
OUTROS** 0,84%
PRATICAGEM 2,48%
REBOCAGEM 2,97%
VIGIAS 0,32%
Ao pesquisar se vê
a busca frenética de empresários por garantias de ganhos
na tentativa de se
tornarem novos
Gaffree e Guinle dos portos brasileiros .
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