13 de nov. de 2014

Não Importa o que seja

Venho ignorando   os dias 
não importando o que seja
Eu busco que meus sonhos se tornem reais
Olhando para trás lembrando mesmo  
que por um momento 
da primeira parede
De subir ao navio para descer ao porão
Tirar as madeiras para o tratorista
Subir ao convés e dos sapatos tirar tanto grãos
Ou mesmo da busca pela ponte 
Ou do camarão do suco
De chegar podre e debaixo do chuveiro relaxar
Para dali a pouco voltar
Mas sorrindo com as historias do conde do TV

E agora ainda que eu diga
Subir na parede e ter seu nome gritado 
por vários companheiros
 não tem preço
Ainda bem que eu não sabia
Os gritos eram pelo serviço não por min.

Como iria saber que isso iria acabar
Do jeito que tudo ocorreu
De ouvir que o porto vai desidratar  
Que as ondas levarão o cais para  fora do porto organizado
Mas a Estiva e um movimento coletivo
O capital retrabalha as palavras
Assaltam minha profissão
Mas não levam minha historia
Que tristemente não esta no vídeo dos 100 anos  
Do maior porto do Brasil
Não importando o que seja
Sempre estarei onde um navio atracar
Por isso ignoro o edital do capitão do mato
Deleitando pouco a pouco o que me resta

Vendo o bagre e sendo ele
O tubarão se misturo  com a desconfiança
Num porto que nutri a cidade
Em uma cidade que não se mistura com o porto  
Onde ter um canudo
Vale mais que 10 anos de experiência
Onde contar uma historia
Sem uma placa no peito
E como na picareta escrever uma carta pra mainha
Ou tocar os sinos na sarreta do rio Trombetas.
So quem viveu sabe

E agora ainda que eu diga
Não importa o que seja.

Eu busco que meus sonhos se tornem reais 

imagem itamar barbosa 

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