3 de set. de 2015

O Best Seller do Cais Santista

Numa bela quarta entre o fim da tarde e o início da noite na bucólica paulicéia desvairada, mas precisamente entre a Avenida paulista e a rua Padre da Nobrega . 
Se concretizou a labuta descrita a seis mãos  ,
iniciada em  2008 com uma pesquisa na UNIFESP desbravando o "Porto de Santos e seus homens trabalhadores",no lançamento mais esperada na beira do cais Santista .
Na livraria Martins Fontes se deu o beu prazer de degustar  com os olhos .
O Best seller " Porto de Santos saúde e trabalho em tempos de modernização "de Maria de Fátima Ferreira Queiróz, Rosana Machin e  Marcia Thereza Couto
Este livro procura investigar as singularidades do processo de modernização do Porto de Santos, sobretudo com as transformações socioeconômicas ocorridas no país nos anos 1990, e suas consequências para a saúde dos trabalhadores.
 Os autores questionam como uma categoria profissional associada à valorização de atributos morais como coragem, força, honra e virilidade – e cuja representação predominante no imaginário social ainda é vinculada a atividades essencialmente masculinas e baseadas na força muscular – tem lidado com a modernização e com a nova gestão do emprego portuário
O resultado é uma profícua análise de como tais mudanças ecoam nas formas de sociabilidade e, também, nas experiências fisiológicas, orgânicas e simbólicas de saúde e adoecimento. 
A redução da força de trabalho, a ampliação das inovações tecnológicas, a flexibilização e a desregulamentação dos direitos sociais e a introdução de novas formas de gestão são exemplos de medidas que vêm evidenciando uma intensa transformação, caracterizada por precarização, automação e heterogeneização do trabalho. 

Ancorada na articulação entre ciências da saúde e ciências sociais em saúde, esta obra oferece uma visão interdisciplinar que associa diferentes olhares sobre a modernização portuária
A investigação de pesquisadores com sólidas formações em suas áreas específicas é combinada com a narrativa dos próprios operários do portoque se colocam em face de uma realidade de perdas e desestruturações do seu trabalho, percebido como uma atividade complexa, gigantesca, por vezes penosa, mas da qual sobressai a ideia de gosto e satisfação.
Partindo do trabalho portuário ate 1970,contexto Internacional e nacional , passando pelo processo de modernização  os reflexos na organização do trabalho chegando na atualidade do trabalho avulso.
As condições do trabalho na abordagem ergonômica ,as transformações do processo de escalação  uma etnografia da roda grande  do picote ao top on line.
Claro não esquecendo da família nossa identidade, as influencias  na saúde , o sofrimento com os acidentes.

Vida dura mas não bandida com fadiga mas com o orgulho no rosto  agradecendo por poder degustar essa magnífica obra organizada a seis mãos .



 imagens Aina Cabral 

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