30 de set. de 2016

Nau Portuaria


 Desde a antiguidade os portos são considerados como entrada e saída de mercadorias, costumes , valores e vêm desempenhando, ao longo dos tempos,  importante papel  no desenvolvimento do mundo,  principal elo de uma rede de fluxos de informação. Ao longo dos anos, os portos foram se integrando na dimensão territorial e em suas extensões continentais.  Existem barreiras entre  as cidades e suas áreas portuárias ,com a conteinerização os fluxos de transportes duplicaram  o que obriga  a infraestrutura portuária na inter-relação com a sua hinterlândia  ,preparar a relação porto-hinterlândia .Uma das principais funções de um porto é atuar como uma interface entre o mar e o transporte terrestre, fornecendo serviços complementares de carregamento e expedição de operações,  processamento, armazenamento e distribuição. Com o aumento da movimentação de contêiner  fez-se necessário uma nova dinâmica na movimentação portuária
Para atender tal expansão tecnológica,  em 1955 desenvolveu-se um equipamento: o Portêiner. 
Para conferir mais competitividade nas  operações portuárias: Função de trânsito: tem como objetivo a compatibilização do trânsito ferroviário , rodoviário e  de navios. Gestão otimizada do fluxo viário: a ser executada juntamente com a implantação dos estacionamentos rotativos, análise da circulação de veículos estranhos à operação portuária nas vias internas do porto; acesso inteligente dos caminhões aos respectivos terminais,  estacionamentos rotativos e   tempo de liberação de carga. No que tange aos Indicadores Operacionais dos Navios, a prancha de produtividade, frequência ,quantidades movimentadas,  tráfego,consignação média dos navios, tempo de espera para atendimento, taxa de ocupação de berços , entrada e saída dos navios e movimentação das cargas.

  Contudo, a eficiência portuária é avaliada pela produtividade do atendimento, dada pelas pranchas de embarque ou de desembarque dos navios ou de carregamento e descarregamento de veículos, além dos tempos de espera e de operação. 
No Brasil, o isolamento administrativo-gerencial dos portos em relação à cidade é histórico, visto que, na maioria das cidades portuárias brasileiras, as arrendatárias   do porto são empresas privadas,  com forte ligação  ao Governo Federal. Em 15 /3/1990, no mesmo dia da posse do presidente Fernando Collor de Mello, a Medida Provisória n. 151 extinguiu a Portobras depois de vários anos atuando no gerenciamento dos portos brasileiros  e  do Ministério dos transportes. Isso iniciou uma confusão administrativa e uma rápida deterioração das estruturas. Em 1993, com a volta do Ministério dos Transportes, os portos passaram a ser coordenados pelo Departamento Nacional de Transportes Aquaviários. Com a malha  ferroviária e rodoviária estrangulada, falta de investimentos na estrutura portuária, plantando isto se colheu, um “apagão logístico” . Em 5/7/2001 e criada pela Lei 10.233 o órgão responsável pelos portos a ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários, autarquia federal subordinada ao Ministério dos Transportes, cujas áreas de atuação são a navegação fluvial e lacustre, os portos organizados, os terminais portuários privativos e o transporte aquaviário de cargas especiais e perigosas.
 No que tange a atual administração portuária   o que se vê são os apadrinhados de partidos políticos que continuam assumindo cargos mesmo não sabendo nada de porto , mais neste tipo de indicação o que vale e a confiança do indicador . Na contra mão da necessidade de que o Porto precisa  estruturar e organizar todas as atividades .
Capacitar os trabalhadores portuários para outras funções no porto, racionalizando a mão-de-obra e programas de dragagem contínuos. 
Em se tratando de organização de trabalho, a nova legislação portuária mudou de forma expressiva as relações de trabalho portuário no Brasil. 
Da  Lei 8630 de 1993 a Lei 12815 de 2013  a lei dos Portos  , ainda não se atingiu o patamar esperado nos termos do que dispõe a Convenção nº 137 e Recomendação nº 145  e 152 da OIT, que nos apresenta um aspecto internacional para os  trabalhadores dos portos de todo o mundo. É óbvio que a multiqualificação da mão-de-obra, assim como a  maciça mecanização  não foram antecedidas pela formação e requalificação dos trabalhadores portuários  ,verificou-se o surgimento de novos atores nas relações portuárias, ou seja, uma mão de obra  própria que não se encontrava no levantamento do Gempo ,esta iniciativa privada dos  operadores portuários,  que criaram centros internos de formação e parceria com empresas  de treinamento cadastradas e certificadas pela marinha do Brasil .Gerando uma perda de oportunidades de crescimento profissional aos trabalhadores portuários que saíram dos sindicatos e foram alojados nos Ogmos, entidade responsável em administrar o fornecimento da mão de-obra do trabalhador portuário avulso, quebrando o monopólio dos sindicatos. Com a bandeira da  necessidade de mão-de-obra especializada e pessoal qualificado para as diversas operações portuárias automatizadas. Jogando inverdades a sociedade,  no papel do conflito social nos processos de decisão e na repartição de custos e benefícios sociais.Ao redesenhar os portos o estado peca  cegamente em dar o poder da autoridade portauria aos politicos e aos empresarios a vida dos trabalhadores portuarios , pois o desenvolvimento humano  parte do pressuposto  de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão economica , mas tambem  outras caracteristicas sociais ,culturais e politicas que influenciam a qualidade de vida humana na cidade portuaria .


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