19 de mai. de 2018

O Ataque anti social ao Estivador de Lisboa

Todo ano noticiamos este fato , mas o que passa na cabeça  dos homens e mulheres que olham o rio  Tejo de seus escritórios , uma coisa e certa os jornalistas e os apresentadores de programas de tv serão com certeza uma festa a parte , como não podemos deixar de lembrar dos outros episódios de anos atras  .

Com a  palavra  os maiores prejudicados por esta postura anti social .

Estivadores de Lisboa avançam para greve ao trabalho suplementar em conflito com o congelamento salarial, violações ao contrato colectivo de trabalho e práticas anti-sindicais .
Os estivadores do porto de Lisboa iniciam na próxima segunda-feira, dia 21 de Maio, duas semanas de greve à prestação de todo e qualquer trabalho suplementar, ou seja, a todo e qualquer trabalho que ultrapasse o período normal de trabalho, em dias úteis.

Embora o respectivo pré-aviso já tivesse sido emitido no passado dia 06 de Maio, optamos por não fazer logo a divulgação pública do mesmo porque conhecemos bem, do passado, a imagem negativa e deturpada que muitos “especialistas”, ao serviço de outros interesses, tentam transmitir da atividade do porto comercial, desde os lobbies da especulação imobiliária até aos adeptos do crescimento descontrolado e avassalador do turismo de massas, em prejuízo de atividades econômicas e sociais tão importantes como são, incontestavelmente, os diversos terminais que constituem o milenar porto comercial, fundador da capital, desvalorizando esta atividade estratégica e a sua importância para a cidade de Lisboa, a região que a envolve e mesmo para todo o País.

Embora as matérias em discussão entre os parceiros sociais de Lisboa fossem críticas para o funcionamento harmonioso deste porto, restava-nos algum optimismo moderado para que fosse possível atingir um entendimento global na reunião realizada ontem, a última que seria possível realizar antes de a anunciada greve se tornar efectiva.

Para nosso espanto, chegou ao nosso conhecimento que, na véspera da reunião, o grupo Yilport tinha subido mais um degrau nas suas práticas anti-sindicais determinando que seria averbada falta injustificada e, adicionalmente, seria impedido de retomar o trabalho nas 24 horas seguintes, qualquer trabalhador, dos seus quadros ou da pool, que não comparecesse na empresa em virtude da realização de qualquer reunião de trabalhadores que as mesmas, unilateral e discricionariamente considerassem “ilegal”.

Estas práticas anti-sindicais que, com contornos diferentes, se verificam também noutros portos nacionais, as quais estão sob investigação do Ministério Público, já constam aliás do ponto iv da alínea d) do pré-aviso porque, como consequência das reuniões de trabalhadores realizadas nos últimos meses, as empresas desse grupo já tinham averbado faltas injustificadas a alguns dos seus trabalhadores – bem como a trabalhadores da pool de estivadores que as servem – alguns dos quais nunca na sua carreira de décadas tinham tido esse tipo de faltas, porque a realização das reuniões de trabalhadores promovidas pelo Sindicato sempre foi prática normal e respeitada pelas empresas, desde que avisadas nos prazos legais como, naturalmente, sempre foram.

Considerando este Sindicato que a determinação destes procedimentos em véspera da realização da reunião agendada para ontem configurava, para além de uma reiterada prática anti-sindical, uma clara provocação a este Sindicato e aos trabalhadores que representa, exigimos que este ponto fosse clarificado e corrigido previamente.

A discussão deste ponto prévio, durante horas, não permitiu a entrada nos restantes pontos do pré-aviso porque o representante da empresa do grupo Yilport se dividiu entre as ordens que alegadamente teria que receber de Istambul e a sua argumentação jurídica tão radical e incompreensível que nem os seus próprios pares a corroboram.

Os estivadores não são caixas de supermercado – profissionais que respeitamos e a quem queremos transmitir a nossa solidariedade por conseguirem trabalhar num ambiente laboral adverso onde até já o descanso no 1º de Maio, dia dos trabalhadores, lhes é negado – mas não aceitam qualquer limitação aos seus direitos de reunirem com os trabalhadores seus associados, uma das nossas imagens de marca, mas aspecto essencial para discutir, deliberar e organizar a defesa colectiva de quem trabalha.

Muitos outros aspectos gravosos nos dividem, mas pensamos que existe vontade colectiva das restantes empresas do porto, bem como das entidades oficiais – porque tal sentimento nos transmitiram – para ultrapassar este diferendo complexo, mas com posturas rígidas, prepotentes e simultaneamente infantis e desconhecedoras da realidade, como aquelas com que ontem todos nos deparamos, não será certamente possível alcançar qualquer entendimento.

Lisboa, 18 de Maio de 2018

A Direção do SEAL


https://oestivador.wordpress.com/2018/05/18/estivadores-de-lisboa-avancam-para-greve-ao-trabalho-suplementar-em-conflito-com-o-congelamento-salarial-violacoes-ao-contrato-colectivo-de-trabalho-e-praticas-anti-sindicais/

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