A audiência contou com a presença de diversos trabalhadores, onde se ouviu pedidos de solução de antigos problemas e mais diálogo social com a comunidade.
A audiência
foi proposta pelo vereador Francisco Nogueira (PT) e foi demostrada a dramática
situação dos acessos terrestres ao Porto e a falta de respeito empresarial com
a cultura portuária santista.
A partir
disso, não é a desestatização da autoridade portuária o grande eldorado para
atender as demandas e expectativas da comunidade portuária, onde seus
trabalhadores necessitam que o Estado lhe proporcione uma infraestrutura para
as várias facetas da logística, com o objetivo precípuo de melhorar a massa
salarial.
A poligonal de um porto é um desenho geométrico, que indica o limite geográfico da área do porto organizado. Esta área compreende os acessos terrestres e aquáticos, as instalações portuárias, infraestrutura de proteção à atividade portuária e a sociabilidade da profissão do trabalho portuário no Brasil.
Toda vez que
o Porto Organizado tem uma nova Poligonal, definida sem nenhuma surpresa, os
prejuízos financeiros são sentidos primeiramente pelos trabalhadores portuários
avulsos e em segundo plano, pelo comércio do entorno dos terminais agraciados
pelos mandos e desmandos de Brasília.
Mas,
aparentemente, os funcionários públicos no processo e no projeto não consideram
a magnitude das modificações sociais e econômicas na complexa comunidade
portuária.
Por isso que
ao grupo de transição solicitamos que sejam inseridos nos projetos estudos,
obrigatórios sobre as questões sociais, profissionais e econômicas que geram
impactos nas comunidades dos entornos dos portos. Pois, no mérito, a mudança
demonstrou uma significativa e expressiva precarização social para o entorno do
maior complexo portuário da nação.
O principal
foco na área portuária concentra-se na relação capital trabalho e para o
bem-estar social e econômico das cidades portuárias o respeito a cultura do
trabalho portuário, tem que ser uma bandeira do novo governo.
Para
regularizar a situação de precariedade na gestão da mão de obra nas áreas
operacionais portuárias. Se torna de suma importância o detalhamento das razões
que culminaram na não realização de processo de seleção ou concurso público de
mão de obra, ou de multifuncionalidade no OGMO. Modelo este que foi introduzido
a pedido dos empresários e dos funcionários públicos ocupantes de cargos que
fiscalizavam a atividade portuária, demonstrando que este modelo, não faz o
compadrio como força de manobra. Contrariando o que se tinha antes da lei
8630/1993 e após a referida lei, a manobra do jeitinho brasileiro foi
transferida do trabalho para o capital. E esta mão de obra tem que ser
regularizada para o bem da profissão e este procedimento colocado em prática
pelos operadores portuários deve ser banido.
Por isso
deve-se promover uma análise crítica sobre os aspectos decorrentes da gestão
dos OGMOs, e dos operadores portuários seus reais responsáveis, e dos órgãos
públicos que os fiscalizam.
O que
esperamos e que o novo governo seja positivo para a sociedade portuária, pois,
já sentimos na pele as elencadas bandeiras liberais do livre mercado, pois,
suas consequências são desastrosas para a massa salarial dos moradores das
cidades portuárias. O sinal dado nas urnas ao eleger Luiz Inácio. “O povo que
votou em lula deseja mudanças que respeitem a responsabilidade social,
econômica e cultural dos brasileiros”.
Após Lula
assumir, em 1º de janeiro de 2023, solicitamos que o respeito social atraque no
porto de Santos e a embarcação da precarização da gestão da mão de obra
desatraque e leve com ela seus defensores.
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