Em Cancun no México, ocorreu a Conferência Regional para América Latina e Caribe da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte ITF. Participaram representantes de todos os sindicatos da região que compõem os setores da pesca, navegação interior, marítimo e portuário. Na região tem quase 900.000 trabalhadores. Com representantes do Brasil, Argentina, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Antígua, Barbuda, Dominica, Jamaica, Santa Lúcia.
Os trabalhadores, comprometidos em aproveitar a virada política de esquerda na região para buscar uma agenda progressista com dignidade social.Nos últimos anos, houve várias vitórias da esquerda na
região, incluindo a eleição de Lula da Silva como presidente do Brasil e
Gustavo Petro como presidente da Colômbia em 2022. Às seis maiores economias da
região atualmente têm governos progressistas.
“Essas vitórias representam uma rejeição às políticas
neoliberais que dominaram a região por décadas e um sinal de apoio crescente à
justiça social e à igualdade econômica”, Paddy Crumlin, presidente da ITF.
“Temos a oportunidade de consolidar as vitórias contra a direita e construir um
movimento trabalhista mais forte em toda a região que exija e fortaleça os
direitos dos trabalhadores.”
'A medida que os governos da região adotam ideologias
progressistas, a ITF reconhece a oportunidade única de colaborar com
formuladores de políticas e empregadores para promover mudanças positivas,
construir infraestrutura de transporte sustentável e fortalecer os direitos
trabalhistas, garantindo a liberdade de associação, negociação coletiva, o
direito a greve e proteção contra a exploração.
Sindicalistas representando 90 entidades de 26
países da América Latina e do Caribe debateram e endossaram planos para
construir maiores níveis de cooperação entre os sindicatos e estabelecer
estratégias regionais e sub-regionais para forjar parcerias estratégicas,
facilitar o diálogo e promover uma cooperação mais forte entre partes
interessadas em todo o setor de transporte.
O secretário-geral da ITF, Cotton, convidou os delegados a
trabalharem juntos para manter e alavancar o impulso político para melhorar a
vida dos trabalhadores do transporte e construir um sistema de transporte mais
sustentável e equitativo.
“Não podemos deixar passar esta oportunidade”, “Ao colaborar
com governos progressistas, aliados e empregadores responsáveis, podemos construir
um futuro onde os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e o setor de
transportes sirva como um pilar da responsabilidade ambiental e social”.
“A ITF está 100%, empenhada em desempenhar nosso papel, mas
devemos ser ousados, ambiciosos e focados no que queremos alcançar. Esta região
pode ser um exemplo positivo para regiões ao redor do mundo sobre como podem
ser os sistemas de transporte social, econômica e ambientalmente sustentáveis.”
Pablo Moyano, vice-presidente regional da ITF América Latina
e Caribe, "Esta semana vimos o compromisso dos sindicatos da América
Latina e do Caribe para trazer mudanças reais. Há uma luta no mundo contra a
ascensão dos extremistas de direita e como os trabalhadores devem ser
defendidos mais do que nunca. Há eleições na Argentina no domingo, e estamos em
campanha para garantir que a direita não vença porque eles disseram durante a
campanha que se vencerem a primeira coisa que farão é abolir os acordos
coletivos de trabalho.Os sindicatos da região devem empreender a luta contra a
direita que quer tirar os direitos dos trabalhadores, como fizeram com alguns
de nossos países irmãos”.
Edgar Diaz, secretário regional da ITF América Latina e
Caribe, “Devemos coordenar, colaborar e usar o ímpeto desta conferência histórica
para avançar ainda mais os direitos dos trabalhadores em toda a região. Em nome
da ITF, agradeço a todos os delegados por seu compromisso de enfrentar
coletivamente os desafios que enfrentamos, porque unidos barganhamos e
divididos imploramos.”
Os trabalhadores portuários se reuniram para discutir o
andamento das ações da ITF voltadas para o setor na América Latina e Caribe.
Os estivadores da América Latina estão enfrentando ataques a
seus direitos devido a grandes armadores internacionais, regulamentações
governamentais deficientes e o loby precarizante dos profissionais liberais do
judiciário.
Nossa solução? Treinar estivadores no poder de negociação
coletiva e organização para conquistar padrões decentes em todos os portos e
cobrara aos profissionais liberais o respeito a cada categoria profissional.
Discutindo o relatório da conferência regional para os
estivadores: Na Argentina, há uma forte concentração de multinacionais. Essa é
a nossa tarefa mais difícil e exigente. No Brasil e doutrinas empresariais
sendo defendidas pelo judiciário. Em El Salvador a ameaça de perda de empregos
devido às medidas tomadas pela Comissão Executiva Portuária Autônoma (CEPA),
com base nas manobras do Congresso, extinguindo a Autoridade Marítima Portuária
e transferindo o responsabilidade à Força Militar e pressionando os
trabalhadores portuários a capacitar os militares para o desempenho de funções de
estiva.
O encontro é parte do trabalho regular de preparação para a
conferência global das seções de Portuários e Marítimos que será realizada
entre os dias 4 e 8 de dezembro em Santiago, no Chile.
O evento e para alinhar estratégias em defesa da cabotagem
de seus países e combater as bandeiras de conveniência, bem como fazer frente à
atuação verticalizada e precarizante aos estivadores por parte de empresas
multinacionais do setor portuário.
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