O percalço no caminho do cais
La estava eu seguindo para o meu navio
Com vento no rosto
Der repente Pó eu flutuando, um branco
Dor e cansaço
Eu queria me levantar, mas as pessoas me seguravam
E dizia calma, respira devagar, quer que avise alguém da família
Eu conheço e da minha turma e estivador, vou bater um radio,
Tu ta legal parceiro, tenha Fe, to contigo
Sirene luz um branco
Minha família meus dependentes
No começo eu tive medo e tremia
Ficava pensando que não poderia conviver sem a estiva
A parede, o cheiro, o vento do cais o porão
Quanto me faz falta essa convivência
Estou enlouquecendo, mas compreendo
Eu não queria que esse momento começa-se
Onde tudo e nada
Eu esperaria aqui parado uma vida
Só para ter de volta esses momentos
Sei que nada voltara a ser igual
Eu tropeço me despedaço
Mas eu digo
Com toda força dos meus pulmões
Não vou deixar isso acabar assim
Vou subir degrau por degrau
Em fortes pensamentos e nas recordações da memória me seguro
Querendo transformar, não posso deixar escapar essa mão de deus
O que me faz erguer minha carne
Eu sei que num mês, num dia vou deixar pra trás a tristeza
Com vitoria
E a importância de ter vivido uma grande lição
De que não somos nada sem ninguém
Sem paixão,nem sonhos.
E luto seção a seção
Para poder sentir a brisa do cais
O calor da parede
A solidariedade dos companheiros
Com vento no rosto
Pois onde quer que eu vá
Serei sempre um estivador
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