13 de jun. de 2011

Um porto sem Alma

Um porto dominado pelas máquinas :
Terminal movimenta 2,6 milhões de contêineres ao ano sem a circulação de pessoas no pátio de operações.O cenário é de um porto abandonado, mas as atividades seguem ritmo intenso.


O terminal automatizado do Porto de Hamburgo, na Alemanha, funciona sob o domínio das máquinas, num ambiente limpo e organizado regido pela eficiência.


O funcionamento Conteiner Terminal Altenwerner CTA foi conferido pela Expedição Safra Gazeta do Povo, em viagem de 2,8 mil quilômetros pela União Europeia.O empreendimento pertence à Hamburger Hafen und Logistic HHLA 74,9% e à Hapag-LLoyd 25,1%. São 980 mil metros quadrados de área para operações, ao longo de 1,4 km do Rio Elbe, o que permite que até quatro navios atraquem ao mesmo tempo.Na chegada, não há filas para os caminhões. Das quatro pistas de estacionamento, eles são encaminhados para carga e descarga quase que imediatamente. Os motoristas recebem instruções sobre onde se posicionar por rádio, sem sair do volante. 


No vaivém do pátio, ao invés de veículos carregadores e motoristas, existem 65 guias de carga controlados por computadores e softwares. Cada guia, chamado de AGV Automated Guide Vehicle, encontra seu próprio caminho, por sinais de rádio e informações de satélite, via GPS Global Positioning System.O pátio de contêineres ocupa a maior parte da área do CTA e conta com 22 pares de guindastes.


O terminal tem 500 funcionários e, segundo a HHLA, seriam necessários 1,2 mil pessoas se o sistema não fosse praticamente todo robotizado.Com capacidade para movimentar 3 milhões de contêineres ao ano, o CTA opera atualmente com 80% de sua capacidade. O pátio recebe até 30 mil contêiners e, pela disposição orquestrada dos compartimentos, pouco lembra um porto com alto fluxo. É necessário operar com a maior carga possível para garantir a rentabilidade, afirma um dos diretores do empreendimento, Klaus Schmöcker.O sistema fica parado apenas cinco dias ao ano, para manutenção. 



"As máquinas têm sempre a mesma motivação, todos os dias", frisa Dennis Kögeböhn, da HPC Hamburg Port Consulting, subsidiária da HHLA. As operações são controladas de cabines onde ficam 120 dos 500 funcionários.As máquinas fazem o transporte também de navio para navio. A automatização exigiu 500 milhões de euros, investimento realizado num momento de ampliação da movimentação no Porto de Hamburgo. A previsão inicial era de que seria necessário uma década para a recuperação do aporte inicial, o que ocorreu surpreendentemente em apenas três anos, a partir de 2001, conta Schmöcker.


 A estratégia foi tornar-se logo a primeira opção para o embarque e desembarque de contêineres na Alemanha, contam os investidores.


A automatização chegou ao ponto de as máquinas com defeito seguirem sozinhas para as oficinas. 



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