7 de fev. de 2012

Vale e o treinamento Portuario

Vale desenvolve sistema inédito para treinamento de portuários

Simulador projetado por engenheiro do Terminal Portuário Ponta da Madeira, em São Luís (MA), utiliza sistema 3D para capacitar operadores de máquinas.

Cezar Scanssette Editor de Portos

Um sistema inédito no mundo foi desenvolvido pelo engenheiro José Pinheiro Moura para treinar operadores de máquinas do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM/Vale), em São Luís (MA). Trata-se de um simulador que utiliza tecnologia informatizada com imagens em três dimensões, possibilitando ao operador a experiência de enfrentar situações reais da atividade, mas sem riscos de acidente e atrasos no processo produtivo do porto.
Atualmente, as operações com máquinas no pátio de minério do TPPM são totalmente automatizadas, em que o operador trabalha numa central de comando, sem necessidade de estar na cabine dos equipamentos (empilhadeiras e recuperadoras) que pesam, em média, 200 mil toneladas.
Com o simulador virtual, cerca de 400 operadores deverão ser treinados este ano, de acordo com o engenheiro. Pinheiro Moura é funcionário da Vale desde 1985, quando começou como operador de máquinas e hoje é engenheiro do departamento de inovação e desenvolvimento do TPPM e cursa pós-graduação em Engenharia de Automação e Controle.

Ele desenvolveu o projeto para dinamizar a capacitação de mão de obra, reduzir custos operacionais e minimizar riscos de acidente durante o treinamento, outrora feito in loco, isto é, na cabine do maquinário.
"Quando comecei a minha carreira no porto enfrentei várias situações que, com esse novo sistema, não existem mais. O treinamento para operador era feito no pátio de minério, em situações reais, sob chuva e sol. A jornada de trabalho era de seis horas e era cansativo controlar alavancas e comandos o tempo todo, repetitivamente. Desde que o sistema automatizado entrou em operação, esse trabalho é feito com mais conforto e segurança, tanto para o operador como para a empresa. E, agora, o treinamento em simulador trouxe mais uma vantagem para o processo, pois as reais situações de risco foram eliminadas, isto é, só acontecem no ambiente simulado e servem para preparar o operador quanto a essas eventualidades", explicou o engenheiro.
O simulador de treinamento foi instalado num prédio localizado no TPPM, o Centro de Educação Valer, onde são feitos também os treinamentos para o pessoal que trabalha nas ferrovias.

O simulador foi projetado pelo engenheiro Pinheiro Moura e desenvolvido pela empresa Momento Automação Industrial, que entrou em atividade em 27 de dezembro do ano passado, com uma turma de três operadores.
Pinheiro Moura ressaltou que, além de garantir a segurança do operador em treinamento, o sistema permite que não haja atrasos nas operações portuárias, pois, no processo anterior, os eventuais erros ocorridos durante o ensino acarretavam atrasos na dinâmica de recebimento de minério, bem como no carregamento de navios.
"Formação de mão de obra é importante porque é escassa a capacitação na área de porto.

Há cursos para o setor ferroviário, mas para a área portuária é mais difícil. Já houve casos de trazermos operadores de outros estados", ressaltou Pinheiro Moura.
O engenheiro explicou que o simulador de treinamento só não abrange a área de carregamento de navios, isto é, se aplica ao processo de recebimento de minério pela ferrovia, no pátio de viradores de vagão, a estocagem do produto no pátio e o carregamento nas esteiras de transporte.
"O treinamento dura de 30 dias a 60 em campo [pátio de minério], para que o operador observe e conheça a atividade que vai exercer. A segunda parte é realizada no simulador, em 40 horas. Assim, após o treinamento, o operador está apto a trabalhar no centro de comando", disse Pinheiro Moura.
Automação - Atualmente, os operadores de máquina não precisam mais subir 200 degraus para chegar até a cabine de uma empilhadeira, que fica a uma altura de aproximadamente 20 metros do solo.

Em abril de 2010, a Vale divulgou o início do processo de automação das operações portuárias em São Luís, o que transformou o TPPM no primeiro do país a utilizar essa tecnologia, um investimento da ordem de R$ 9 milhões para modernizar as operações de pátio e implantar o Centro de Controle e Operações (CCO) no porto, o que representou um ganho de produtividade estimado em 10%, bastante significativo, considerando que, no ano passado, foram movimentadas cerca de 106 milhões de toneladas de carga no terminal, sendo 95,5 milhões de toneladas de minério de ferro (89,36% do resultado geral).
No CCO, cada operador dispõe de seu próprio terminal de computador.

Desta forma, eles não precisam se deslocar pela área de estocagem quando é necessário trocar de máquinas, basta acionarem um comando.
Segundo Pinheiro Moura, nesse sistema, a interferência do operador é mínima, já que o software foi desenvolvido e implementado para realizar todas as manobras.

O operador insere apenas os dados básicos como origem, destino, fluxo e horário. A partir daí, o sistema assume todo o controle da operação. Neste caso, ele tem como função principal o monitoramento do processo.
Números
9 Milhões de reais foram investidos no sistema de automação portuária
95,5 Milhões de toneladas de minério de ferro passaram pelo terminal da Vale em 2011
Fonte http://maranhaomaravilha.blogspot.com

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