12 de mar. de 2012

Sai o decreto da linha 17-OURO

Decreto estadual autoriza a desapropriação de 81 mil m2 necessários à implantação da Linha 17-Ouro

Áreas que totalizam 81.111 m² nos bairros Jabaquara, Vila Andrade, Morumbi e Vila Sônia, necessários para a implantação da Linha 17-Ouro Jabaquara-Congonhas-SãoPaulo/Morumbi do Metrô, serão desapropriadas.

O decreto estadual nº 57.843 que declara os terrenos de utilidade pública, assinado pelo governador Geraldo Alckmin, foi publicado pelo Diário Oficial do Estado na quinta-feira 8.

Ao todo, serão desapropriados 51 imóveis, cujos proprietários e inquilinos começarão a ser notificados nas próximas semanas pelo Metrô. Durante o processo de desapropriação, equipes da Coordenadoria de Relacionamento com a Comunidade da Companhia realizarão visitas às casas dos moradores para orientação e esclarecimentos em caso de dúvidas.

Esse é o terceiro decreto de utilidade pública para a implantação da Linha 17-Ouro.

Nos dois anteriores 57.056, de 10/06/2011 e 57.287, de 29/08/2011, já haviam sido decretados 110 imóveis, somando uma área total de 41.579 metros quadrados nos trechos entre as estações Jabaquara - Morumbi CPTM e Estação Congonhas - Av. Jornalista Roberto Marinho.

O primeiro trecho a ser entregue à população, com 7,7 km de extensão, será entre o aeroporto de Congonhas e a Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da CPTM Osasco-Grajaú, com oito estações. Na sequência, a Linha 17-Ouro será integrada à Linha 5-Lilás, na futura Estação Água Espraiada, até meados de 2014. O restante da linha - da estação Morumbi Linha 9-Esmeralda até a estação São Paulo-Morumbi Linha 4-Amarela, passando por Paraisópolis, e do trecho Jabaquara a Brooklin Paulista - tem previsão de entrega a partir de 2015.

A Linha 17-Ouro completa terá cerca de 18 km de extensão e 18 estações, com demanda inicial estimada de 252 mil pessoas por dia. A nova Linha 17-Ouro será operada em sistema monotrilho, opção adotada pelo Metrô devido ao menor custo de implantação, por oferecer melhor inserção urbana e proporcionar atendimento pleno à demanda da região.

O monotrilho utiliza via elevada, sem necessidade de escavação e construção de túnel e sem causar interferência no viário. Suas estruturas, de concreto pré-moldado, fixadas em canteiros centrais de avenidas, eliminam sensivelmente o número de desapropriações que ocorreriam no caso de metrô pesado e geram pouca interferência em termos de impacto urbanístico.

Os trens utilizados pelo monotrilho funcionam com energia elétrica e se movimentam com pneus, o que torna sua operação silenciosa e menos poluente. Também oferecem conforto e eficiência similares a do metrô convencional. O monotrilho funcionará na mesma velocidade do metrô subterrâneo. As composições terão ar-condicionado e toda a tecnologia de última geração incorporada pelos novos trens que o Metrô está adquirindo. A operação obedecerá a índice de qualidade igual aos das demais linhas. Vale ressaltar que a implantação de linhas metroferroviárias por si só gera benefícios elevados, pois reduz a emissão de poluentes, garante ganho no tempo de viagem, melhora a qualidade de vida e diminui gastos com acidentes.

Para se ter ideia, o Metrô de São Paulo gera R$ 5 bilhões por ano em benefícios socioambientais.

Segundo o documento, terrenos situados em vias residenciais do Morumbi, como a Senador Otávio Mangabeira e a Doutor Flávio Américo Maurano , onde há terrenos e casas luxuosas, serão usados na obra do monotrilho. Também haverá desapropriações mais para o norte, na Avenida Jorge João Saad. Um dos possíveis afetados é Juliano Pupe, de 35 anos, dono de uma revendedora de veículos importados perto da esquina com a Avenida Francisco Morato.

Há sete anos trabalhando no mesmo endereço, ele provavelmente terá de sair dali, por causa da obra do Metrô. "Se eu soubesse de uma coisa dessas, já teria me programado para me mudar. Teria mudado a empresa de lugar", ressaltou. O descontentamento dele é maior porque, há cerca de um ano e meio, a empresa alugou a casa no terreno vizinho para expandir o negócio.

Ele diz ser contrário ao monotrilho, por ser elevado. No entendimento de outros comerciantes e moradores da região, isso também poderá trazer aspectos urbanísticos negativos ao bairro.

Na avaliação da pedagoga Rosa Richter, da Associação dos Moradores do Bairro Jardim Sul, o projeto não atenderá à maioria das pessoas que dependem de transporte coletivo na região.

"O traçado é absurdo. Tinha de estar em um corredor tipo a Avenida Giovanni Gronchi, onde a maioria das pessoas pega transporte coletivo." O monotrilho se beneficiará da nova Avenida Perimetral, no lado oposto de Paraisópolis - a Prefeitura ainda planeja obras na área.

O Metrô informou "que está convicto de que a obra é a melhor opção para a região", pois o sistema "tem um menor custo em sua adoção, oferece melhor inserção urbana e proporciona atendimento pleno da demanda da região". Segundo a estatal, por ser em uma via elevada não há necessidade de escavação de túnel nem interferências viárias. A empresa ainda alega que "organiza seminários com a comunidade para esclarecer o projeto".

Ao todo, serão desapropriados 81,1 mil metros quadrados de terrenos neste lote.

O custo previsto para as desapropriações é de R$ 150 milhões. Outros dois lotes de imóveis já haviam sido declarados de utilidade pública pelo governo do Estado no ano passado para a Linha 17-Ouro. O primeiro, ligando as estações Jabaquara do Metrô e Morumbi da CPTM, prevê a desapropriação de 63 imóveis, a um custo de R$ 37 milhões.

O segundo, entre o Aeroporto de Congonhas e a Avenida Jornalista Roberto Marinho desapropriará 47 imóveis por R$ 51 milhões.

Fonte Metro-SP e O Estado de S. Paulo

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