31 de mar. de 2014

Santos porto piloto do LTCAT e PPP


 A aposentadoria especial pode estar começando a se desenhar 


Nos dias 19 e 20 de março, em Santos (SP),em reunião dos
 representantes trabalhadores portuários avulsos 
e técnicos do Ministério da Previdência Social 
para tratar do tema.


Santos foi escolhido para ser o "porto piloto" 
para a criação dos parâmetros legais para a formatação de documento padrão 
de comprovação de Laudos Técnicos de Condições Ambientais (LTCAT) 
e o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
 cujo objetivo é solucionar a pendência com relação ao acordo, 
com o Governo Federal durante as discussões da Lei 12.815/2013, 
onde os trabalhadores portuários avulsos teriam 
o reconhecimento do direito a aposentadoria especial.


Tema: Documentos Comprobatórios de Exposição a Agentes Nocivos.

1- O representante do Ministério da Previdência deixou claro 
que o objetivo da reunião 
é a orientar sobre o preenchimento de forma correta do PPP e 
do laudo técnico.
 Isso não significa garantia, por parte do INSS, de que teremos direito
 a aposentadoria especial;
2- Reconhece a grande dificuldade para enquadramento do trabalho avulso,
 para concessão de aposentadoria especial, e, 
também que os técnicos e peritos do INSS, 
a nível nacional, 
não conhecem a fundo as características do trabalho portuário avulso;
3- O laudo tem que ser preenchido por médico do trabalho 
ou engenheiro de segurança certificados. 
É fundamental que conste nas elaborações do PPP e Laudo Técnico 
a cadeia de informações sobre a atividade exercida, 
pelo trabalhador ano a ano e muito bem descrita,
 com todos os campos preenchidos. 
A necessidade de uma simples retificação no documento 
fará com que o mesmo seja 
considerado suspeito e o processo passa a sofrer investigação.
 Segundo Josierton, 
a legislação é muito rigorosa e o MPU, AGU e CGU
 investigam indícios de fraudes.
4- Tem que constar o período de trabalho, 
as informações sobre os agentes nocivos e o tempo de exposição.
 Também tem que constar informações do ambiente de trabalho 
e sobre os dispositivos que atenuem ou não a exposição 
do trabalhador aos agentes nocivos,
 como exemplo o EPI e EPC, e máquinas e equipamentos;
5- A descrição dos agentes nocivos tem que ser relatada no PPP e
 comprovada por meio de perícia.
 Ex: na operação com produto químico tem que constar 
o nome do produto,
 o período de exposição e, ainda, será alvo de perícia técnica no local e, 
no caso de ruído,
 será feita a medição da quantidade de decibéis;
6- O laudo técnico, extemporâneo, será válido em situações em que não 
ocorreram mudanças tecnológicas no ambiente de trabalho 
ao longo dos anos 
e que se encontra nas mesmas condições dos anos anteriores;
7- O técnico do INSS concluiu dizendo que é preciso haver a integração
 entre os Ministérios da Previdência, Saúde e Ministério do Trabalho.
 Diz isto porque hoje 
a fiscalização do Ministério do Trabalho é insuficiente. 
O SUS não atende plenamente e o INSS apaga incêndios. 
Se não houver atuação integrada e preventiva, pelos Ministérios,
dificilmente obteremos êxito em nosso pleito.

 















Conclusões dos líderes sindicais presentes a reunião:

1- Os sindicatos de trabalhadores portuários avulsos garantiram,
 na Lei, 
o direito de preencher o laudo técnico e o PPP, 
mas isso não garante que será aceito pela Previdência Social;
2- Todos os participantes foram unânimes 
de que a solução é pelo processo político, 
ou seja, como foi uma conquista política,
 na mesa de negociação com o governo federal,
 é lá que temos que montar acampamento e exigir 
o cumprimento do acordo;
3- O objetivo é pressionar o governo para incluir, no Decreto 3048, 
o trabalho portuário avulso no regime de aposentadoria especial, 
com 25 anos de trabalho;
4- A visão é de que, somente, 
com laudo técnico e PPP não conseguiremos o direito 
a aposentadoria especial, 
pelas dificuldades de comprovação;
5- Ficou definido que, no próximo dia 10/04, 
será realizado em Maceió a reunião do Conselho da Federação 
para estabelecer o plano de luta e possível paralisação,
 caso o governo não se posicione favorável a aposentadoria especial.
Participaram desse evento representantes das seguinte bases:
 Belém, Paranaguá, Pernambuco, São Sebastião, Santos e Vitória.
Fonte : Andréa Margon fotos Elmir de Almeida 

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