Chefes
preferem funcionários
que escolhem entrar mais cedo no trabalho
Em um novo estudo sobre políticas de trabalho flexível, pesquisadores da Foster School of Business, da Universidade de Washington, descobriram que as pessoas que escolhem trabalhar mais cedo são percebidas como melhores empregados por seus chefes do que aquelas que preferem entrar mais tarde.
Atualmente,
uma boa parte dos negócios
americanos oferece algum tipo de horário de trabalho
não tradicional, como
semanas reduzidas ou horários flexíveis, política que permite aos funcionários
começar e terminar o dia de trabalho em horários variados.
Esses modelos têm se mostrado populares
entre empregados e companhias.
Horários flexíveis facilitam o convívio com a
família e com os amigos e se adaptam melhor ao estilo de trabalho de cada um.
Pesquisas também mostram que práticas de flexibilidade em geral levam a aumento
de produtividade, maior satisfação no trabalho e diminuição nas intenções de
buscar outro emprego.
Ainda assim, uma questão paira sobre
essa tendência: os empregados que obtêm vantagens com políticas de trabalho
flexível também incorrem em desvantagens para a carreira?
Os autores do estudo, o doutorando
Kai Chi (Sam) Yam e os professores de gestão Ryan Fehr e Christopher Barnes, configuraram três experimentos para testar as percepções dos gestores em
relação ao uso de horário flexível.
O primeiro determinou que, em média,
as pessoas fazem uma associação natural implícita — ou seja, não consciente —
maior entre os conceitos de “manhã” e “dedicação” do que entre os conceitos de
“noite” e “dedicação”.
Um estudo de campo explorou o impacto
dessa inclinação em ambientes de trabalho e em avaliações produzidas por
supervisores reais.
Mesmo com o controle das horas trabalhadas, empregados que
começavam a trabalhar mais cedo foram avaliados
por seus supervisores como mais
meticulosos e dedicados, e consequentemente receberam avaliações de desempenho
melhores.
Um experimento final simulado
confirmou a tendência.
Participantes fazendo o papel de supervisor foram
chamados a avaliar empregados fictícios cujos desempenhos eram idênticos — a
única diferença era o horário de trabalho.
Os supostos gerentes consideraram os
empregados que trabalhavam das 7h às 15h mais dedicados e com melhores
resultados que os que tinham expediente das 11h às 19h.
Essas conclusões indicam que alguns
empregados têm experimentado redução em suas avaliações de desempenho que nada
tem a ver com a performance de fato.
Isso poderia culminar em menos aumentos e
promoções.
O coautor do estudo Kai Chi (Sam) Yam
sugere que líderes seniores deveriam educar os supervisores
para
conscientizá-los da tendência de estereotipar os “corujas noturnas”
como menos
produtivos que os “pássaros madrugadores”.
Ele adiciona ainda que as empresas
deveriam implementar práticas de avaliação baseadas em critérios objetivos que
não permitam preconceitos implícitos
— como o favorecimento da manhã — para
incrementar suas conclusões.
E quanto aos empregados devotos da
flexibilização de horário?
Yam reconhece que os trabalhadores se sairiam melhor se deslocassem sua rotina adaptável para as primeiras horas do dia.
Porém,
mais
que se submeter à percepção favorável sobre os madrugadores, ele propõe que os
empregados fomentem uma discussão dos horários de trabalho com seus
supervisores
com o intuito de deixar claro que a hora em que se começa a
trabalhar é algo secundário.
“De uma forma ou de outra, os líderes
das equipes devem aceitar que as pessoas
que usam a flexibilidade de horário
para começar seu dia mais tarde não necessariamente são mais preguiçosas que os
colegas madrugadores”, diz Yam.
“Do contrário,
as políticas de horário flexível
que satisfazem tanto empregados como empregadores serão vistas como becos
sem saída nas carreiras e evitadas.”
Fonte: Valor Econômico
Em base acabava se ligando e entendo a falta de trabalhadores portuários com inscrição no Ogmo nos cargos de chefia nos terminais portuários .Fonte: Valor Econômico

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