16 de jun. de 2014

Esqueceram de mim na beira do cais I

Trabalhador portuário, “peça” esquecida no sistema

Investimento
"Em outros setores, qualidade de vida no trabalho é um investimento que as empresas fazem, porque sabem que há retorno. No porto, é diferente. Cabe ao Ogmo cuidar disso, e ele não faz. Os Ogmo’s estão se tornando verdadeiras caixas-pretas, no sentido de não sabermos para onde vão. 
Por isso, estamos analisando a responsabilização jurídica dos Ogmo’s"declarou em sua palestra o representante da  FNP, Eduardo Lino Guterra.
No artigo 32 da lei 8.630, pela qual os CAPs devem cumprir normas de proteção ao meio-ambiente e desenvolver estruturas de Centro de Treinamento Profissional CTPa "avançada" Norma Reguladora NR29, que "precisa ser respeitada e cumprida pelos Ogmo’s, que não fazem isso. E a lei abrange não só o cais, mas também todo o retroporto".Segundo ele, há no país, hoje, 16 mil trabalhadores no porto e retroárea afastados por invalidez. 
"Os Ogmo’s estão sendo usados como um braço do capital, e na lei eles são ditos como sendo de responsabilidade públicaPor isso, hoje os Ogmo’s têm maior passivo trabalhista do que tinham as companhias docas".

"Todo mundo quer implantar nos portos brasileiros os modelos europeusmas quando se chega às condições de trabalho, puxam o freio de mão. Queremos uma discussão ampla de toda essa remodelação dos portos. Inclusive, a Convenção 137 da Organização Internacional do Trabalho, promulgada no Brasil pelo decreto 1.574, de 31 de julho de 1975 (e portanto, em vigor no país) considera as mudanças nos portos e que os trabalhadores também devem ser beneficiados com os novos métodos de processamento das cargas".

Exemplo do estresse dos trabalhadores:
 "Em Santos, o cara saía do morro para trabalhar, a mulher via pela janela os navios no portopela quantidade de navios sabia que teria ou não trabalho para o marido. Hoje, há muitos navios, mas nem sempre tem trabalho. Como ele vai explicar à mulher que não tem trabalho para ele? Enfim, não existe boa vontade em investir em qualidade de vida no trabalho portuário".

Os Ogmo’’s têm exposto na mídia o salário dos trabalhadoressendo que isso deveria ser resguardado da mesma forma que se faz com o sigilo bancário. As entidades trabalhistas estão por isso preparando ação jurídica contra os OGMOs.

Ulisses Oliveira Júnior, da Codeba, arrancou aplausos ao criticar que as companhias docas não assumem seu papel de autoridades portuárias e os trabalhadores são tratados como peças descartáveis.
Em caso recente, no terminal de contêineres de Salvador, um trabalhador não especializado ficou paraplégico. O terminal, segundo Ulisses, forçou um acordo com a família,que não cobria sequer seis meses do tratamento.
"A Codeba não fiscaliza, e o acidente ocorreu porque foram escolhidos trabalhadores inadequados pelo Ogmo.Quando o trabalhador escalado não faz o que o terminal precisa, o terminal prefere pagar para que ele fique de lado e coloca um trabalhador não especializado no lugar, e o que se acidentou estava trabalhando direto já no terceiro turno de serviço.Ao se acidentar, não tem qualquer cobertura previdenciária".

"Um carteiro, ao sair do Correio para as entregas de correspondência, tem à disposição botijões de protetores solares, só não usa se não quiser. No porto, trabalhando ao sol o tempo todo, a pessoa não tem nada disso. Poeira: pegue um pouco de poeira de qualquer lugar do Brasil,
 e compare com a encontrada no porto, para ter uma ideia do que nós respiramos no cais".
  Fonte http://portogente.com.br/noticias/transporte-logistica/radar-portuario/trabalhador-portuario-peca-esquecida-no-sistema-10617
Anos após o debate do painel ,quais foram as mudanças para o crescimento do tpa na comunidade portuária .O estivador se prepara ,o guindasteiro volta a ser avulso para poder cursar uma faculdade, mas todos com um so pensamento o crescimento tando profissional quanto social .
Nada e facil todo obstaculo a ser superado torna mais gostoso o sabor da superação.Enquanto isso se procura o caminho a ser seguido com destino a EDUCAÇÂO.
Pena que a meta do Estado esta mais voltada a austeridade para desaguar no acumulo de ganho da Industria Portuaria em detrimento ao desenvolvimento social e economico da comunidade portuaria .
Exemplo dessa politica esta na formação do porto desorganizado .


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