A descrição do trabalho portuário apresentado pelos
relatores do Tema Oficial
No 2 “A prevenção dos Riscos Profissionais no Trabalho”,
do
XVII Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho –
CONPAT,
realizado em São Paulo, no período de 01 a 04 de Outubro de
1979,
reflete a situação real das atividades executadas por esta categoria
de trabalhadores.
“Em terra firme, esses trabalhadores realizam sua tarefa sob
sol escaldante ou debaixo de chuva;
no interior de armazéns com
ventilação e iluminação nem sempre satisfatórias
ou no interior de
câmaras frigoríficas, em que a temperatura vai abaixo de zero;
manipulam os mais
variados equipamentos de movimentação de carga,
como empilhadeira,
tratores,locomotivas, guindastes, etc.
Aqueles que operam no convés
ou no porão dos navios
têm de trabalhar sob condições que se diferenciam de
navio para navio.
Aqui, é uma embarcação com equipamento moderno e uma
tripulação que se interessa
pela boa estiva ou desestiva da carga
transportada; ali, é um navio de idade avançada,
com seu equipamento corroído pelo ar
salitrado e com uma equipagem que pouco ou nada
se interessa pela boa
distribuição de carga nos porões e, finalmente, acolá, uma nave que,
a despeito de
suas precárias condições de navegabilidade, continua a dedicar-se
ao
comércio marítimo por mercê da flexibilidade das normas internacionais pertinentes
à matéria.
Este trabalho executado no porto é reconhecidamente um dos
mais perigosos e danosos para o homem,
o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em um discurso, em 2004, no estado do Acre,
na inauguração do
Porto de Cruzeiro do Sul, disse:
“Sei que o trabalho de estivador não é para
qualquer um. É trabalho para "cabra" mais do que muito macho.
Porque, quando chega o fim da noite, o companheiro está com a carcunda doendo de tanto
peso que carregou e ainda tem outras tarefas para cumprir. Eu espero que as
cumpra perfeitamente
bem. Sobretudo cuidar das crianças para ajudar sua
companheira mulher que
fica trabalhando em casa".
Mostra na fala do presidente que além da exigência máxima
das condições físicas do trabalhador existem as doenças, como no
caso a lombalgia, que acometem estes trabalhadores.
Além de doenças de longo prazo como a lombalgia, a perda auditiva, o desgaste psicológico dos trabalhos em turnos, e
outros, existe ainda o risco de morte devido a acidentes com equipamentos, mesmos
os modernos,como por exemplo,
os dois acidentes ocorridos no Porto de
Santos e de Paranaguá respectivamente:
“O estivador Virgilio Pedro Rodrigues, 66, morreu na
terça-feira no
porto de Santos após ser atingido
pelo cabo de umguindaste que levantava um contêiner.
Ele prestava serviço
para a empresa Transchem.
Rodrigues, que era supervisor de carga e
descarga, estava dentro do navio Felicitas Rickmers,
de bandeira da Ilhas Marshall ,quando foi atingido pelo cabo, que rompeu. Ele morreu na
hora.”
“Um acidente no Terminal de Cargas do Porto de Paranaguá (TCP),
causou a morte de um estivador ,Orlandino dos Santos, 53 anos,
participava da operação de embarque de um contêiner, por volta das 8h30,
quando uma das
travas que mantém a carga estável durante o içamento arrebentou e,
com
o balanço, o contêiner acabou atingindo o estivador, que morreu na hora.
De acordo com Orlei Correia, diretor do Sindicato dos
Estivadores,
não houve qualquer falha de segurança.
“Foi uma fatalidade,
não é comum uma trava dessas arrebentar, mas acabou acontecendo.
Sorte que
outros trabalhadores que estavam próximos do local correram, senão
também
poderiam ter se machucado”, comentou Correia”.
Os riscos ambientais existentes no local de trabalho do
trabalhador portuário variam conforme:
O tipo do navio: se o navio apresenta
boas condições de segurança para a operação de estivagem
ou desestivagem,
conforme o caso,iluminação, limpeza, tipo de porão, e outros.
A carga do navio: se a carga é granel,
contêineres, caixas,peças soltas, engradados, amarrados,
lingados, sacarias, e
outras
As operações que serão realizadas: se é
estivagem com equipamentos de bordo ou de terra,
estivagem manual,
desembarque mecânico ou através de lingas, e outras,
Tipos de equipamentos: se o guindaste é
novo ou antigo, se é empilhadeira elétrica ou a gás,
lingas novas ou
reutilizadas, e outras.
Iluminação: tipo de operações no Cais
do Porto em torno da que está ocorrendo no navio.
Condições Atmosféricas: ventos, chuvas,
nevoeiros, frio, e outras
Estas variações tornam necessárias para que exista um acompanhamento
por parte da segurança do trabalho e um
programa de treinamento que prepare o
trabalhador portuário para o
serviço o qual será escalado.
Para tanto foi desenvolvida uma abordagem nova,
com a participação do governo,
trabalhadores e empresários, para a promoção da
saúde e segurança do trabalhador portuário,
sendo este documento
chamado de Norma Regulamentadora número 29 –
Segurança e Saúde no Trabalho
Portuário, ou simplesmente NR-29.
Segundo o CNAE “Classificação Nacional de atividades econômicas” ficou assim definido
os trabalhos
portuários.
Código Atividades
5231-1/02 SERVIÇOS DE CARGA E DESCARGA DE EMBARCAÇÕES;
5231-1/02 SERVIÇOS DE GESTÃO DE TERMINAIS DE PASSAGEIROS;
5231-1/01 ADMINISTRAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA PORTUÁRIA;
5231-1/01 SERVIÇOS DE OPERAÇÃO DE PORTOS, TERMINAIS
PORTUÁRIOS E CAIS;
5231-1/02 SERVIÇOS DE OPERAÇÃO PORTUÁRIA;
5231-1/02 SERVIÇOS DE OPERAÇÕES DE TERMINAIS;
5231-1/02 SERVIÇOS DE OPERADORA PORTUÁRIA;
5231-1/02 SERVIÇOS DE OPERADORES PORTUÁRIOS;
5231-1/02 EXPLORAÇÃO DE PORTOS, TERMINAIS MARÍTIMOS,
ATRACADOUROS;
Fonte A IMPORTÂNCIA DO
TREINAMENTO EM SEGURANÇA E
SAÚDE DO TRABALHO PARA O TRABALHADOR
PORTUÁRIO
Silvio Eduardo Dias
da Silva
O que foi feito para segurança dos trabalhadores a bordo? Pq esse gindaste estava com uma Liminar da justiça, que nem era para estar ali. Meu pai morreu e não vi mudança nenhuma. É tipo salve quem puder? Triste isso há leis mas não tem fiscalização.
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