A
Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR) e
o Centro de
Treinamento do Porto de Antuérpia (APEC) realizaram em Fortaleza,
o III
Seminário de Capacitação dos Profissionais de Administração e Gestão dos Portos
Brasileiros, na sede da Companhia Docas do Ceará (CDC).
A
iniciativa faz parte das ações desenvolvidas pela SEP/PR com o objetivo de
capacitar os gestores do setor portuário brasileiro. Os temas, durante os cinco
dias, foram gestão portuária; serviços portuários; aspectos comerciais do
porto; aspectos financeiros do porto; infraestrutura, obras portuárias e
navegação interior.
As palestras foram ministradas pelos especialistas belgas
Walter Van Mulders, Jef Van Rossum e Alex Van Breedam.
Durante
o encerramento, o diretor-presidente da CDC, Mário Jorge, agradeceu a comitiva,
os participantes e ressaltou o conhecimento de alto nível adquirido durante a
semana, que deverá ser aplicado no cotidiano e na solução dos problemas.
“A
troca de experiências é o mais interessante nesse tipo de evento, foi uma honra
para Docas do Ceará fazer parte desse roteiro do seminário”, afirmou Mário.
“Nós da
Antuérpia trouxemos informações, mas também levaremos a troca de experiências.
As perguntas e os debates que tivemos aqui foram muito enriquecedores para
nós”, concluiu Mulders.
O seminário
já foi realizado nos portos de Santos e Vitória.
O projeto se estenderá, ainda,
aos portos de Paranaguá, Salvador e Belém, e estão programados para ocorrer no
Brasil até 2015.
Meio ambiente
O especialista em marketing do Porto da Antuérpia, Alex Van
Breedam, ministrou as palestras Desempenho da Autoridade Portuária no
modelo Land Lord Port e Monitoramento
Ambiental. “O porto é como um organismo vivo.
É necessário ter
contato com a comunidade local, com as empresas privadas e com os entes
públicos. O diálogo é peça essencial para o desenvolvimento eficiente em um
porto”, salientou.
Para debater a questão ambiental, Breedam ressaltou a
importância da utilização de energias naturais. “No porto da Antuérpia usamos a
energia solar e estamos testando a energia eólica. Temos um departamento eólico
no porto. O nosso objetivo é sempre buscar o menor consumo de energia”, frisou.
Breedam lembrou também da importância em se conhecer e utilizar
corretamente os indicadores de fenômenos naturais, como o entendimento correto
dos dados das marés para o processo de dragagem. “O estudo das marés nos deu
dados diários para adequar da maneira correta a velocidade na entrada do porto
para atracação, de acordo com o modelo do navio”, explicou.
Um grupo coordenado pela autoridade portuária na Antuérpia
mantém diálogo frequente com os investidores comerciais, empresas privadas,
trabalhadores e comunidade local. “Os indicadores que surgem dessas reuniões
são essenciais para uma avaliação correta do perfil do porto para o público e o
setor privado”, disse.
Resíduos Sólidos
Na Antuérpia há uma sequência diária de ações obrigatórias para
os navios com o objetivo de administrar corretamente a coleta e reciclagem dos
resíduos sólidos.
O navio informa por um sistema online que resíduo ele está
carregando, como óleo, sedimentos, lixo líquido etc. Ele é direcionando para a
estação coletora correta onde o resíduo é coletado e reciclado.
“Então, podemos
afirmar que temos um sistema bom.
Precisa de melhorias, mas é eficiente. Temos
contratos de crise, caso ocorra algum acidente com navio dentro do porto e
temos também um plano de contingência que faz parte do controle de inspeções
para ações imediatas”.
Área ecológica em torno do porto
Os
portos europeus são obrigados por lei a designar 5% de sua área para reserva
ambiental. “Esse limite de áreas ecológicas foi estabelecido há mais de 15
anos.
Mesmo assim enfrentamos algumas questões ambientais com empresas e com
outras organizações. Para responder aos questionamentos temos uma equipe que
realiza a contagem das espécies e produz um relatório que é enviado para a
União Europeia”, concluiu.
Operações portuárias
O Capitão Jef Van Rossum falou sobre sua experiência em
operações portuárias para diferentes tipos de carga e logística de
armazenamento.
Segundo Rossum, o governo da Bélgica tem como objetivo a redução
dos engarrafamentos.
Para isso há uma estratégia de investir em transporte
ferroviário, o que também reduz a emissão de gás carbônico.
Praticagem e rebocadores
Para Jef Van Rossum, o serviço de Praticagem é um grande desafio
para o porto.
O modelo belga possui práticos contratados pelo governo e por
empresas privadas.
“As informações disponibilizadas online para os práticos e
para autoridade portuária são atualizadas a cada cinco minutos.
Eles recebem em
telas de computador a disposição geográfica, informações meteorológicas e a
disposição dos navios no canal de acesso”, contou Rossum.
O
prático que trabalha para o porto da Antuérpia passa por um treinamento de doze
anos, no qual é treinado de acordo com o tamanho do navio.
“O tempo é essencial
para o alcance de todo o potencial de uso e para lidar com todos os tamanhos de
navios”, disse Rossum.
Na palestra Serviços de Rebocadores os alunos puderam conhecer os
diferentes modelos de equipamentos de rebocadores utilizados no porto da
Antuérpia.
O equipamento escolhido é adequado ao tipo de contrato, sempre
zelando pela proteção do meio ambiente. O porto belga tem acesso as informações
dos rebocadores.
O custo para o equipamento dentro e fora do porto também foi
assunto da palestra. “Temos sim uma diferença de custo para o rebocador usado
no rio e no porto.
Para o do rio é cobrado o dobro do que é cobrado pela
autoridade portuária.
O valor é baseado no tempo e na distância que o navio irá
percorrer”, afirmou Rossum.
Gestão e infraestrutura
Sobre gestão, manutenção do canal de acesso e infraestrutura, os
palestrantes fizeram um panorama sobre como funcionam os serviços básicos de
ancoragem, reboques e armazenamento.
Para o Porto da Antuérpia, a boa gestão do
que ocorre dentro e fora do porto é algo essencial.
“O canal de acesso é
importante, mas o que está em torno do porto também é.
Sempre estamos atentos
ao meio que cerca o porto”.
Terminal Marítimo de Passageiros
Os participantes do seminário tiveram a oportunidade de conhecer
o novo terminal de passageiros do Porto de Fortaleza. A obra é uma das ações no
âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento desenvolvidas para a Copa do
Mundo de 2014.
O investimento foi de R$ 202,6 milhões.
“O Terminal já está com 98% de sua execução.
“O Terminal já está com 98% de sua execução.
O cais de atracação e o pátio de
contêineres já estão prontos.
E depois de realizada a dragagem poderemos
receber tantos navios de passageiros como navios de contêineres”, concluiu
Mário Jorge.
As expectativas no aguardo dos demais seminários para 2015 são as melhores possíveis.
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