8 de set. de 2014

Condições e saúde do trabalho BS

Condições de trabalho adequadas 
e saúde dos trabalhadores
 foram temas de palestra


A Baixada Santista recebeu  o 
médico do trabalho da Fundacentro/SP, 
Ricardo Daltrini,
 que palestrou sobre condições e saúde do trabalho

O antipenúltimo evento correspondente ao
 I Ciclo de Palestras Técnicas do Escritório de Representação da Baixada Santista (ERBS - Fundacentro), 
ocorreu no dia 27 de agosto. Nesta edição o médico do trabalho, Antônio Ricardo Daltrini, discorreu sobre as atividades desenvolvidas pela Coordenação de Saúde do Trabalho e a norma regulamentadora nº 32.
Daltrini destacou quais são os profissionais que exercem atividades na área de medicina da Fundacentro, 
realizando pesquisas e atendimentos oferecidos aos trabalhadores que foram expostos às toxinas ambientais e compostos químicos que podem se espalhar no ar sob a forma de poeira, fibras, névoa ou fumaça.

 “As doenças pulmonares ocupacionais foram detectadas nas investigações médicas, por radiografias 
e espirometria, a instituição conta com a parceria do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/SP)”, salienta o médico.
 “A instituição começou a discutir saúde e segurança no trabalho em todas as classes trabalhadoras 
que estejam ou não inseridas nas normas regulamentadoras”, salienta Daltrini.
Ao tratar a NRº32 o médico comentou que esta NR fortalece as normas regulamentadoras nºs 7 e 9.
Disse ainda, que todas as empresas começaram a respeitar a norma, no entanto, isso não ocorre nos hospitais.
Ainda sobre o setor de saúde, Antonio Ricardo enfatiza que o corpo de funcionários de um hospital 
que vai do médico ao faxineiro – precisam saber quais são as vacinas que devem tomar
 e que estão descritas na própria norma regulamentadora.

Os riscos de acidentes ocupacionais e as medidas de prevenção também são pontos fortes a serem obedecidos.
 “A saúde do trabalhador que está envolvido com o setor de saúde ainda é precária. 
Em um estudo recente realizado por uma pesquisadora da Fundacentro, em um hospital na cidade de São Paulo, concluiu que depois de tantos anos, em torno de 50% dos profissionais continuam sem a vacina da hepatite”, 
enfatiza Ricardo.
O médico frisa que no setor de saúde existe um nexo causal muito grande, 
porque é difícil fazer exame médico nesses profissionais que deveriam privar pela saúde. 
A higiene também é apontada por Daltrini com sendo uma falha. 
“É inadmissível que profissionais que cuidam diretamente da saúde dos pacientes, 
não adotem medidas de higiene, como lavar as mãos ao sair do banheiro.
 Existem médicos que cumprimentam os pacientes sem lavar as mãos de um paciente para outro”, 
salienta o palestrante. 
Os acidentes com perfurocortantes é outra realidade apontada pelo médico e que ocorrem nos hospitais,
 sobretudo, com os profissionais de limpeza.

Em 2005, o médico fez um curso na Organização Internacional do Trabalho (OIT) da Itália,
 nesse evento Ricardo conheceu um pesquisador da Espanha, o qual aprendeu toda a área de prevenção e mecanismo de prevenção no Brasil. “A área da Previdência Social funciona bem, de acordo com o pesquisador, porém, eram necessárias algumas melhorias”, relata Daltrini.
Para o médico, a prevenção séria começa dentro de casa, principalmente quando tem criança. 
Os casos de acidentes domésticos são os responsáveis por mortes e internações de crianças em estado grave. “Alguns cuidados são necessários, como por exemplo, produtos de limpeza não podem ficar no chão,
porque a criança pode ingerir e isso causará danos estomacais graves”, salienta Ricardo. 
Além da intoxicação relatada pelo médico, 
outros acidentes que ocorrem são quedas, queimaduras e afogamentos.
Daltrini ainda discorre sobre acidentes que ocorriam há 25 anos na região do nordeste,
 o qual os trabalhadores do setor agrícola utilizavam a máquina “pica pau” e perdiam as mãos durante a atividade. 

Na época, 
a Fundacentro junto com a Universidade de São Paulo (USP) fizeram um trabalho para reduzir os acidentes. 
Esse trabalho foi de implantar uma proteção na máquina para não ocorrer mais acidentes. 
“Avança muito e retrocede também, 
o que eu quero dizer é que o mesmo acidente de dois anos para cá voltaram a ocorrer naquela região”,
relata o médico. Disse ainda que muitos servidores se aposentaram na instituição e muitos outros estão para se aposentar “precisamos repor o quadro de pesquisadores que fomentam a área de SST e o concurso é muito importante para que possa assegurar que os trabalhos de pesquisas continuem”, finaliza.

Participaram também do evento, o coordenador técnico e a pesquisadora da Fundacentro/Santos,
 Josué Amador da Silva e Juliana Andrade de Oliveira.
Estiveram presentes e compuseram a mesa de abertura, o secretario geral Ademir Joaquim Irussa, 
do Sintrasaúde de Santos; Ricardo Saraiva Big, do Sindicato dos Bancários de Santos e Região; 
Edson Augusto Nascimento Santos, do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários (Sintraport) 
e Marcelo Mota da Nova Central.
O coordenador técnico Josué Amador comenta que a reativação da instituição em Santos 
será importante no sentido de contemplar as atividades desenvolvidas pela Fundacentro no que se refere às pesquisas em segurança e saúde dos trabalhadores. 
“Todos os temas que foram abordados desde o início do Ciclo foram escolhidos justamente
para abranger todos os trabalhadores da Baixada Santista”, discorre Josué.
O secretario Ademir enfatiza que a ausência da Fundacentro/Santos fez com que 
o Conselho Sindical enfrentasse grandes dificuldades. 
“Consideramos uma vitória em saber que teremos a instituição como a Fundacentro na Baixada Santista novamente, principalmente porque teremos uma equipe técnica que a região necessita”, salienta Irussa.

Ricardo Big relata que o ciclo de debates oferecido pela instituição tem sido importantes e continua a sua fala na questão do trabalho terceirizado, na sua visão esse trabalho é precário. 
“Quem perde são os trabalhadores, exemplo dos bancos que terão terceirizados e, com isso, 
ocorrerá a precarização do trabalho em nosso País”, explana Big.
O sindicalista disse ainda que a terceirização é uma forma de escravizar os trabalhadores 
e que vai contra aos vários artigos da Constituição.
 “Não existirá classe trabalhadora, por isso não podemos deixar que os serviços sejam terceirizados”,
finaliza Ricardo Saraiva.
Marcelo Mota parabeniza a iniciativa da Fundacentro e que os eventos e a reativação
 de um órgão em prol da saúde do trabalhador fortalecem as Cipas em Santos.
 Já Edson Santos, da Sintraport, fortalece as falas de todos sobre a reativação da instituição e
 a iniciativa de promover palestras com pesquisadores de alto nível da instituição. 
“Somos todos trabalhadores e precisamos discutir as condições de trabalho decente.
 É fundamental que um órgão de pesquisa, como a Fundacentro, seja reativado em nossa região, 
especialmente por fomentar questões de segurança e saúde no trabalho para a classe trabalhadora”, 
enaltece Marcelo.
A pesquisadora da Fundacentro/Santos, Juliana Oliveira, 
salienta que a terceirização promove o adoecimento dos trabalhadores e citou que na França
 reduziu para 35 horas de trabalho, no entanto, elevou o número de horas extras, 
ocasionando o adoecimento do trabalhador.
 “Eu não quero me tornar especialista em assédio moral, por isso é importante iniciativas que possibilitem uma discussão e implantação de ambientes saudáveis”, enfatiza Juliana.
Os trabalhadores do Sindiminérios de Santos,
 Rodrigo Fonseca, José Ricardo Félix Barros e Anderson Bispo de Souza
 disseram que assistiram às palestras oferecidas pela Fundacentro, além disso,
 estão ansiosos para a reativação da instituição em Santos.

 Fonte Fundacentro 

Nenhum comentário:

Postar um comentário