12 de ago. de 2016

A Alusão ao Trabalhador Portuario

Reter essa dupla e indissociável dimensão da análise 
das condições de trabalho e a forma social pela qual se realizam  .
Obscurecer as relações sociais nos portos , expressas em componentes, autonomizando-os e criando  armadilhas da mistificação, o que se refrata hoje em muitas análises sobre o trabalho Portuário e seu ambiente insalubre e periculoso . Aliás, esse foi o embaraço dos especialistas portuários que  aprisionam sua análise na ótica do valor de uso  incapaz de compreender a forma social da riqueza, isto é, a natureza do valor de troca e os fetichismos que a acompanham.
Como se o valor de troca fosse mero cerimonial , sem valor de uso desaparece inteiramente, como o faz o dinheiro, enquanto meio de circulação.
A alusão a essa problemática é fundamental, porque, ao desconsiderá-la, desfigura-se o debate sobre o trabalho portuário  nas relações sociais na sociedade. Esse procedimento , discute o trabalho enquanto valor de, independente de sua determinação formal, isto é, da historicidade das relações sociais e de suas formas.

 Relações inseparáveis da forma-valor, cujas implicações são silenciadas nessas análises, o que conduz, por vias não previstas, às armadilhas da retificação: privilegiar os atributos teóricos  em detrimento das relações sociais  do dia a dia que as qualificam. Em outros termos, reforça-se a materialização das relações sociais e a personificação das coisas, um modo de ficção sem fantasia, uma religião do vulgar, cujas idéias são cativas do ideal empresarial e só refletem sua aparência superficial. A argumentação tende a ser presidida pela lógica formal e evolutiva na abordagem da história, a qual não se impregna na construção da análise. No desencontro entre realidade  e teoria,  confundem-se os leitores desavisados ou não especialistas.
 Pelo trabalho, o homem afirma-se como um ser dotado de capacidade teleológica na formulação de respostas prático-sociais aos seus conhecimentos, capaz de antecipar , formular e direcionar a razão e vontade na condução de seus objetivos, como sujeito da história. Entretanto, sendo de indiscutível importância no debate, é também insuficiente para dar conta das particularidades históricas do trabalho portuário, sob o risco de cair nas armadilhas da produção em geral.
 O próprio trabalhador aparece como um mero vendedor de mercadorias: trabalhador “livre” que vende a sua força de trabalho e seu trabalho assume a determinação social. Assim, os agentes principais da sociedade  Portuária ,operador portuário e o trabalhador portuário, aparecem como personificações do capital e do trabalho, isto é, portadores de determinados caracteres sociais que o processo social de produção imprime aos indivíduos destas relações, no âmbito das quais afirmam seu protagonismo.
A forma específica e  estranha na  relação propagandista de circulação, quanto o trabalhador  têm  seu lugar  e importância reduzida e tercerizada  como agentes de produção. Ela inverte e subverte o sentido das relações sociais em um amplo processo de retificação, submetendo as relações entre os homens.
Tornando as empresas mesmo que passageiras maiores que o porto e mais importantes que os portuários.
Com finalidade direta e determinante em  reduzir ao mínimo o preço de custo converte-se na alavanca, que aparece mistificada na insignificância da mão de obra.
 Esta não é uma coisa material, mas uma relação de produção social, pertencente a uma determinada formação sócio-histórica da sociedade que se representa num caráter especificamente  anti coletivo. O Porto e um elo na corrente logística  , mas esse elo é a soma dos meios de produção que vão do gate  ao armazém ao navio  e ao inverso . Embora a forma de trabalho  avulso ou tradicional nos portos seja decisiva para a configuração de todo o processo e para o modo específico do procedimento operacional no cais  onde o  trabalho assalariado não é determinante.Estamos atravesando um momento onde se prega uma postura de foco contrário a política social , mesmo  que as medalhas nas olimpíadas ate o momento sejam frutos de políticas de bolsa , tão combatidas nos movimentos dominicais .
Ao inverso mas que contrario do espírito internacional que se tornou  obrigatório nos portos a aplicação da Convenção 137 da OIt .

Na determinação de valor  transmitida pelos meios de comunicação trata o tempo de trabalho portuário para a sociedade em geral  como um território automatizado  que dispõe  de tecnologia de ultima geração  cuja  sua absorção relativa  em condução não pertence mais ao trabalhador portuário avulso  ,mas há um novo trabalhador  com novo perfil distinto e selecionado pelo operador portuário, até certo ponto qual o peso social  do empresário portuário  .Pesquisas realizadas na mídia local das cidades portuárias demonstram um grande investimento dos operadores em busca da aceitação de suas políticas empresariais . Monopolizadas para parte da sociedade, as facilidades e ganhos aos consumidores finais  em relação  à perda financeira  da força de trabalho da comunidade portuária   que são personificados num bem maior para o Pais.
.Sobressai a tendência majoritária  de acumulação  de ganho a quilômetros das cidades portuárias e trata as particularidades que
assumem a profissão portuária  com meros contratempos
Verifica-se, ainda, na análise do exercício profissional enquanto trabalho,o trato mecânico  predominante na operação portuário de container ,determinado como convencional,contrariando as propagandas  .
O porto é a autoridade portuária , operador portuário e o trabalhador portuário , cada qual em seu quadrado buscando um único objetivo o crescimento do Porto. 
O trabalho é, assim,dotado de um caráter trans-histórico, como se este fosse suficiente para enfrentar os dilemas relativos à forma social que assume o trabalho na ordem do capital. O resultado é uma “positivização” das categorias , deformadas em sua significação original.
*Alusão substantivo feminino
1.ato ou efeito de aludir, de fazer rápida menção a alguém ou algo.

2.referência vaga, de maneira indireta.
Fonte  SERVIÇO SOCIAL EM TEMPO DE CAPITAL FETICHE
Capital financeiro,trabalho e questão social
 Marilda Villela Iamamoto

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