Reter essa dupla e indissociável
dimensão da análise
das
condições de trabalho e a forma social pela qual se realizam .
Obscurecer as relações sociais nos
portos , expressas em componentes, autonomizando-os e criando armadilhas da mistificação, o que se refrata
hoje em muitas análises sobre o trabalho Portuário e seu ambiente insalubre e
periculoso . Aliás, esse foi o embaraço dos especialistas portuários que aprisionam sua análise na ótica do valor de
uso incapaz de compreender a forma social da riqueza, isto é, a
natureza do valor de troca e os fetichismos que a acompanham.
Como se o valor de troca fosse mero cerimonial
, sem valor de uso desaparece
inteiramente, como o faz o dinheiro, enquanto meio de circulação.
A alusão a essa problemática é
fundamental, porque, ao desconsiderá-la, desfigura-se o debate sobre o trabalho
portuário nas relações sociais na
sociedade. Esse procedimento , discute o trabalho enquanto valor
de, independente de sua determinação formal, isto é, da historicidade das
relações sociais e de suas formas.
Relações inseparáveis da
forma-valor, cujas implicações são silenciadas nessas análises, o que conduz,
por vias não previstas, às armadilhas da retificação: privilegiar os atributos teóricos
em detrimento das relações sociais do dia a dia que as qualificam. Em outros termos,
reforça-se a materialização das relações sociais e a personificação das
coisas, um modo de ficção sem fantasia, uma religião do vulgar, cujas idéias
são cativas do ideal empresarial e só refletem sua aparência superficial. A
argumentação tende a ser presidida pela lógica formal e evolutiva na abordagem
da história, a qual não se impregna na construção da análise. No desencontro
entre realidade e teoria, confundem-se os leitores desavisados ou não
especialistas.
Pelo trabalho, o homem afirma-se como um ser
dotado de capacidade teleológica na formulação de respostas prático-sociais aos
seus conhecimentos, capaz de antecipar , formular e direcionar a razão e
vontade na condução de seus objetivos, como sujeito da história. Entretanto,
sendo de indiscutível importância no debate, é também insuficiente para dar conta
das particularidades históricas do trabalho portuário, sob o risco de cair nas armadilhas
da produção em geral.
O próprio trabalhador aparece como um mero
vendedor de mercadorias: trabalhador “livre” que vende a sua força de trabalho
e seu trabalho assume a determinação social. Assim, os agentes principais da
sociedade Portuária ,operador portuário e
o trabalhador portuário, aparecem como personificações do capital e do trabalho, isto é,
portadores de determinados caracteres sociais que o processo social de produção
imprime aos indivíduos destas relações, no âmbito das quais afirmam seu protagonismo.
A forma específica e estranha na relação propagandista de circulação, quanto o
trabalhador têm seu lugar e importância reduzida e tercerizada como agentes de produção. Ela inverte e
subverte o sentido das relações sociais em um amplo processo de retificação,
submetendo as relações entre os homens.
Tornando as empresas mesmo que
passageiras maiores que o porto e mais importantes que os portuários.
Com finalidade direta e determinante
em reduzir ao mínimo o preço de custo
converte-se na alavanca, que
aparece mistificada na insignificância da mão de obra.
Esta não é uma coisa material, mas uma relação
de produção social, pertencente a uma determinada formação sócio-histórica da
sociedade que se representa num caráter especificamente anti coletivo. O Porto e um elo na corrente
logística , mas esse elo é a soma dos
meios de produção que vão do gate ao armazém ao navio e ao inverso . Embora a forma de trabalho avulso ou tradicional nos portos seja decisiva
para a configuração de todo o processo e para o modo específico do procedimento
operacional no cais onde o trabalho assalariado não é determinante.Estamos atravesando um momento onde se prega uma postura de foco contrário a política social , mesmo que as medalhas nas olimpíadas ate o momento
sejam frutos de políticas de bolsa , tão combatidas nos movimentos dominicais .
Ao inverso mas que contrario do espírito internacional que se tornou obrigatório
nos portos a aplicação da Convenção 137 da OIt .
Na determinação de valor transmitida pelos meios de comunicação trata o
tempo de trabalho portuário para a sociedade em geral como um território automatizado que dispõe de tecnologia de ultima geração cuja sua absorção relativa em condução não pertence mais ao trabalhador
portuário avulso ,mas há um novo
trabalhador com novo perfil distinto e
selecionado pelo operador portuário, até certo ponto qual o peso social do empresário portuário .Pesquisas realizadas na mídia local das
cidades portuárias demonstram um grande investimento dos operadores em busca da
aceitação de suas políticas empresariais . Monopolizadas para parte da
sociedade, as facilidades e ganhos aos
consumidores finais em relação à perda financeira da força de trabalho da comunidade
portuária que são personificados num
bem maior para o Pais.
.Sobressai a tendência majoritária de acumulação
de ganho a quilômetros das cidades portuárias e trata as
particularidades que
assumem a profissão portuária com meros contratempos
Verifica-se, ainda, na análise do
exercício profissional enquanto trabalho,o trato mecânico predominante na operação portuário de
container ,determinado como convencional,contrariando as propagandas .
O
porto é a autoridade portuária , operador portuário e o trabalhador portuário ,
cada qual em seu quadrado buscando um único objetivo o crescimento do Porto.
O
trabalho é, assim,dotado de um caráter trans-histórico, como se este fosse
suficiente para enfrentar os dilemas relativos à forma social que assume o
trabalho na ordem do capital. O resultado é uma “positivização” das categorias ,
deformadas em sua significação original.
*Alusão substantivo
feminino
1.ato
ou efeito de aludir, de fazer rápida menção a alguém ou algo.
2.referência
vaga, de maneira indireta.
Fonte SERVIÇO SOCIAL EM TEMPO DE CAPITAL FETICHE
Capital financeiro,trabalho e questão
social
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