Formação de mão de obra preocupa Papa
A Associação Brasileira de Municípios Portuários ABMP ,
presidida pelo prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, enumerou as
reivindicações dos 43 municípios que hoje compõem a entidade, com objetivo de
superar dificuldades enfrentadas pelos portos brasileiros. Em sintese, as
reinvidicações são: desenvolvimento tecnológico, requalificação profissional e
participação das cidades na gestão, administração e arrecadação. Segundo o
presidente da Associação, todas as reivindicações e recomendações dos
municípios já foram encaminhadas. “Temos urgência na necessidade de formação de
mão de obra qualificada para atuar nos portos brasileiros”, diz, destacando a
principal reivindicação.
Papa conta que a cidade de Santos se destaca hoje como a
primeira do País a contar com o Centro de Excelência Portuária Cenep, que vem
promovendo cursos para capacitar mão de obra. Sobre o crescimento, Papa lembra
que, neste ano, as áreas do Porto de Santos que mais cresceram em movimentação
foram a de contêineres e a de açúcar.
No quesito estrutura física, o principal
projeto de expansão é o Barnabé Bagres, a ser implantado no continente, que
atualmente está sob a análise da Câmara, prevendo a expansão do Porto de forma
sustentável. O projeto Barnabé Bagres prevê a expansão do cais santista em
direção à margem esquerda, com a construção de um complexo de terminais nas
ilhas de Barnabé e Bagres, na Área Continental de Santos. Este empreendimento
portuário deve ocupar uma área de seis quilômetros quadrados, onde poderão ser
construídos 11 mil metros de cais, com 45 berços para atracação de navios. Recomendações
aos municípios portuários.
Os municípios devem com urgência ter setores em suas
estruturas internas e externas para que assim possam interagir nas atividades
portuárias para acompanhar a evolução nos sistemas logísticos e processos
produtivos; . Incentivar a implantação de centros de excelência educacional
para preparar mão de obra apta às novas demandas relacionadas com a logística
portuária;
. Enfatizar esforços no sentido de compatibilizar seus planos
diretores de desenvolvimento integrado PDDI com os planos de desenvolvimento
e zoneamento dos portos PDZ, bem como atuar nos CAPs, garantindo que este
último respeite os regramentos municipais; .
Desenvolver programas pedagógicos
na rede de ensino, a partir dos seis anos de idade, para difundir conhecimentos
sobre o porto e a cultura portuária; .
Buscar o apoio e a integração com as respectivas comunidades, a melhor representar os seus anseios e
fortalecer suas reivindicações, propiciando a geração de uma cultura portuária.
Sindicatos lutam por capacitação e discutem o papel das
entidades e as expectativas para o crescimento do Porto de Santos
A modernização do Porto de Santos mudou o perfil do
trabalhador portuário. Isso ocorreu em razão do avanço tecnológico, que
permitiu a inserção de um novo maquinário. Este exige muito mais conhecimento
do que força física, principal característica dos portuários durante anos.
Neste contexto, o papel dos sindicatos ganhou uma nova vertente: pressionar as
entidades responsáveis para a qualificação profissional da categoria. Segundo o
presidente do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários Sintraport,
Robson Apolinário, a tarefa de capacitar os trabalhadores é do Orgão Gestor de
Mão de Obra Ogmo e do novo Centro de Excelência Portuária Cenep.
A culpa
pela falta de mão de obra especializada é dessas instituições. Elas deveriam
dar esse suporte aos trabalhadores. Afinal, foram criadas com este propósito, é necessário investir em mais unidades
como do Cenep.
A Lei de Modernização dos Portos 8.630/93 prevê o
treinamento e a habilitação profissional dos trabalhadores, mas isso nunca foi
respeitado. O sindicato tem a responsabilidade de fortalecer e pressionar a
administração portuária para que o trabalhador ganhe a formação devida e
aperfeiçoamento, para as novas atividades que serão geradas com o crescimento
do Porto. É preciso priorizar a qualificação profissional, e não somente as
questões de infraestrutura, como os acessos e terminais.
Apolinário diz que as
conquistas dos últimos anos ainda são pequenas, isso porque o poder político
econômico das empresas não pode ser comparado ao dos trabalhadores portuários,
em especial dos avulsos:
Nosso sucesso está em manter os atuais postos de
trabalho e na manutenção quantitativa de homens nas equipes de trabalho.
Quanto aos novos desafios, Apolinário ressalta que a questão dos trabalhadores
avulsos é umas das principais preocupações do sindicato. A entidade defende que
esse tipo de prestação de serviço, ou seja, sem vínculo empregatício, é o
melhor para a atividade portuária. Mesmo a vinculação por tempo indeterminado,
embora seja prevista por lei, não expõe regras claras sobre, por exemplo, a
implantação de salários. Estes que podem ser mais baixos que os dos
trabalhadores avulsos. Só no Sintraport dos mais de 3,5 mil associados ativos,
aproximadamente 2 mil são operários avulsos, explica o presidente da
categoria.
Fonte JORNAL-LABORATÓRIO DO QUARTO ANO DE JORNALISMO DA
FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO DA UNISANTA ANO XVI - N° 122 - ABRIL 2011 - DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA - SANTOS (SP) Edição e diagramação: Gabriel Martins PRIMEIRA IMPRESSÃO
• Abril de 2011 5 Juliana Carrasco
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