27 de ago. de 2016

O Tempo da Formação Portuaria santista

Formação de mão de obra preocupa Papa
A Associação Brasileira de Municípios Portuários ABMP , presidida pelo prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, enumerou as reivindicações dos 43 municípios que hoje compõem a entidade, com objetivo de superar dificuldades enfrentadas pelos portos brasileiros. Em sintese, as reinvidicações são: desenvolvimento tecnológico, requalificação profissional e participação das cidades na gestão, administração e arrecadação. Segundo o presidente da Associação, todas as reivindicações e recomendações dos municípios já foram encaminhadas. “Temos urgência na necessidade de formação de mão de obra qualificada para atuar nos portos brasileiros”, diz, destacando a principal reivindicação.

 Papa conta que a cidade de Santos se destaca hoje como a primeira do País a contar com o Centro de Excelência Portuária Cenep, que vem promovendo cursos para capacitar mão de obra. Sobre o crescimento, Papa lembra que, neste ano, as áreas do Porto de Santos que mais cresceram em movimentação foram a de contêineres e a de açúcar. 
No quesito estrutura física, o principal projeto de expansão é o Barnabé Bagres, a ser implantado no continente, que atualmente está sob a análise da Câmara, prevendo a expansão do Porto de forma sustentável. O projeto Barnabé Bagres prevê a expansão do cais santista em direção à margem esquerda, com a construção de um complexo de terminais nas ilhas de Barnabé e Bagres, na Área Continental de Santos. Este empreendimento portuário deve ocupar uma área de seis quilômetros quadrados, onde poderão ser construídos 11 mil metros de cais, com 45 berços para atracação de navios. Recomendações aos municípios portuários.

Os municípios devem com urgência ter setores em suas estruturas internas e externas para que assim possam interagir nas atividades portuárias para acompanhar a evolução nos sistemas logísticos e processos produtivos; . Incentivar a implantação de centros de excelência educacional para preparar mão de obra apta às novas demandas relacionadas com a logística portuária; 
. Enfatizar esforços no sentido de compatibilizar seus planos diretores de desenvolvimento integrado PDDI com os planos de desenvolvimento e zoneamento dos portos PDZ, bem como atuar nos CAPs, garantindo que este último respeite os regramentos municipais; .
 Desenvolver programas pedagógicos na rede de ensino, a partir dos seis anos de idade, para difundir conhecimentos sobre o porto e a cultura portuária;  .
 Buscar o apoio e a integração com as respectivas comunidades, a  melhor representar os seus anseios e fortalecer suas reivindicações, propiciando a geração de uma cultura portuária.


Sindicatos lutam por capacitação e discutem o papel das entidades e as expectativas para o crescimento do Porto de Santos
A modernização do Porto de Santos mudou o perfil do trabalhador portuário. Isso ocorreu em razão do avanço tecnológico, que permitiu a inserção de um novo maquinário. Este exige muito mais conhecimento do que força física, principal característica dos portuários durante anos. 
Neste contexto, o papel dos sindicatos ganhou uma nova vertente: pressionar as entidades responsáveis para a qualificação profissional da categoria. Segundo o presidente do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários Sintraport, Robson Apolinário, a tarefa de capacitar os trabalhadores é do Orgão Gestor de Mão de Obra Ogmo e do novo Centro de Excelência Portuária Cenep.
 A culpa pela falta de mão de obra especializada é dessas instituições. Elas deveriam dar esse suporte aos trabalhadores. Afinal, foram criadas com este propósito,  é necessário investir em mais unidades como do Cenep
A Lei de Modernização dos Portos  8.630/93  prevê o treinamento e a habilitação profissional dos trabalhadores, mas isso nunca foi respeitado. O sindicato tem a responsabilidade de fortalecer e pressionar a administração portuária para que o trabalhador ganhe a formação devida e aperfeiçoamento, para as novas atividades que serão geradas com o crescimento do Porto. É preciso priorizar a qualificação profissional, e não somente as questões de infraestrutura, como os acessos e terminais.
 Apolinário diz que as conquistas dos últimos anos ainda são pequenas, isso porque o poder político econômico das empresas não pode ser comparado ao dos trabalhadores portuários, em especial dos avulsos:
 Nosso sucesso está em manter os atuais postos de trabalho e na manutenção quantitativa de homens nas equipes de trabalho. Quanto aos novos desafios, Apolinário ressalta que a questão dos trabalhadores avulsos é umas das principais preocupações do sindicato. A entidade defende que esse tipo de prestação de serviço, ou seja, sem vínculo empregatício, é o melhor para a atividade portuária. Mesmo a vinculação por tempo indeterminado, embora seja prevista por lei, não expõe regras claras sobre, por exemplo, a implantação de salários. Estes que podem ser mais baixos que os dos trabalhadores avulsos. Só no Sintraport dos mais de 3,5 mil associados ativos, aproximadamente 2 mil são operários avulsos, explica o presidente da categoria.


Fonte JORNAL-LABORATÓRIO DO QUARTO ANO DE JORNALISMO DA FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO DA UNISANTA ANO XVI - N° 122 - ABRIL 2011 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - SANTOS (SP) Edição e diagramação: Gabriel Martins PRIMEIRA IMPRESSÃO • Abril de 2011 5 Juliana Carrasco 

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