25 de set. de 2016

A indelével Doce Mecanização Portuária

 As demandas para uma produtividade mais elevada nos terminais portuários partem dos melhoramentos dos equipamentos utilizados ,estes melhoramentos abrangem a substituição de sistemas de controle e de movimentações  da instalação de sistemas de sensores para controlar o fluxo de produto, de integração dos guindastes para movimentação e o sistema completo de segurança.  A logística de controlar as operações dos terminais pode ser significativamente ampliada pela implementação de tecnologia e de métodos e procedimentos que visam facilitar a integração e a conectividade entre as várias tarefas existentes.
 ALei dos Portos Brasileiros – Lei 8630/93 ,após um período de amadurecimento, algumas ações deram início a reformulação do setor portuário brasileiro.
 1. Aumento da capacidade instalada quer através da ampliação da infra-estrutura , pela mecanização das operações nas instalações existentes; 
2. Crescimento exponencial da eficiência operacional, navio, berço, terno, equipamento, etc.;
3. Aumento expressivo da movimentação anual, em todos os tipos de carga. Mas há efeitos colaterais que não podem ser esquecidos, mesmo porque, ainda aguardam tratamento adequado, como por exemplo:  O balanço entre postos de trabalho gerados e postos de trabalho eliminados tem saldo quantitativo negativo, fazendo com que milhares de trabalhadores, que não se aposentaram, engrossassem a legião de desempregados do País;  Muitas regiões portuárias, apesar do aumento físico das cargas movimentadas, experimentaram redução das rendas geradas nas atividades portuárias. Assim, seja pelos resultados alcançados, sejam pelos efeitos colaterais produzidos, estes a essa altura já fazem parte da história com mais de 10 anos, são indeléveis. 
Terminal Açucareiro Copersucar
Terminal de exportação de açúcar ensacado e a granel, com alta capacidade de embarque, visando aumentar a produtividade das operações portuárias ,concebido com  tecnologia de recepção, armazenagem, movimentação e embarque de açúcar, com operação e controle mecanizado, o Terminal Açucareiro Copersucar TAC iniciou as operações na safra 1998/99. 
O desenvolvimento do projeto para a implantação do terminal foi realizado a partir de pesquisas realizadas in loco nos principais terminais da Europa especializados nesse tipo de carga Holanda, França, Bélgica e Alemanha. Com investimentos de 40 milhões de dólares, obras estruturais no berço de atracação (estaqueamento) e nos armazéns reformas, além de investimentos para a climatização ideal do ambiente, segurança , higienização e interligados através das esteiras transportadoras, compostas de quatro linhas, podendo realizar embarques simultâneos de sacaria ou granel , implantados os equipamentos de carregamento de navios shiploaderes , descarregadores semi-automáticos de vagões e caminhões DVC’s; Sistemas de correias transportadores para recepção; Paletizadoras automáticas de sacos; Despaletizadoras semiautomáticas de sacos; Balanças-contadoras para pesagem dos sacos em movimento; Sistemas paralelos de transportadores para expedição, do lado externo do armazém; Carregadores de navios telescópicos do tipo travelling mistos sacos e a granel. 

Fase Dois, o terminal ficou capacitado para embarcar mais de 4 milhões de toneladas de açúcar a granel por ano. Para isso, construiu  um silo de 60 mil toneladas dotado de sistemas de checagem automática de peso na entrada e saída do açúcar e áreas para recepção de caminhões e vagões, plataformas tombadoras, dotadas de balanças e transportadores de correia/elevadores; Balança de fluxos e sistemas de captação de pó; Interligação do silo de armazenagem até os transportadores do cais para alimentação dos carregadores de navios.
Fase Três foi a entrada em operação de mais um armazém para o açúcar a granel. Essa modalidade de embarque , investimentos de mais 10 milhões de dólares. 
Otimização dos Processos 
Quanto as fases e atividades realizadas dentro do terminal, : 
A recepção do produto ensacado é feita no lado externo dos armazéns. Através dos chamados descarregadores semi-automáticos de vagões e caminhões (DVC’s), equipamentos que possuem um braço mecânico articulável composto de esteiras rolantes e que é colocado sobre a carga na carroçaria do caminhão e com o auxílio, de dois ou três trabalhadores portuarios, os sacos são colocados para a mesma onde são transportados pela linha de produção, cujo destino é a armazenagem que será efetuada após a paletização automática e posterior emblocamento com a utilização de empilhadeiras. Os sacos, antes de adentrarem o armazém, passam por uma balança automática de pesagem dinâmica, sem nenhum tipo de paralisação. No granel, o açúcar é recepcionado quando o veículo encosta junto ao silo de armazenagem dentro do terminal, no tombadilho e através de operação mecânica o mesmo é inclinado cerca de 45 graus e pela ação da gravidade o produto é escoado para a linha de produção esteiras que o transportarão para dentro do silo de armazenagem.
Armazenagem 
No tocante a sacaria,um armazém comporta cerca de 17.000 toneladas, ou 350.000 sacos,  um deles já atenderia um embarque em navio , cuja capacidade é em torno de 280.000 sacos. Assim, após a pesagem  os sacos, através da linha de produção chegam a fase de paletização. A paletizadora, via esteira rolante, recebe os sacos e vai formando camadas, oito ao todo, com quatro sacos cada uma, totalizando 32 sacos por pallet, que em seguida são levados para a área de destino praças onde são emblocados.
 Embarques
 Existem dois tipos de embarques: os diretos e os indiretos. 
Os indiretos são aqueles onde a armazenagem é exercida de forma plena. No embarque direto, consiste na descarga do produto direto do caminhão estacionado, na esteira transportadora vinda do lado externo do armazém, com destino ao porão do navio shiploader, onde será manuseado pelos estivadores.

 Em relação à força laboral empregada nas operações, nos embarques de forma manual convencional Capatazia 8 ,Encarregado de Capatazia 1  , Conferente Chefe 1 ,Conferente Ajudante 1 ,Conferente Lingada 1 , Consertador de Carga 2 ,Operador de Guincho/Guindaste 2 ,2 Portaló, Estivadores 8 ,Conexo (Forração) 4 ,Contra-Mestre do Porão 1 e Contra-Mestre Geral 1 e no embarque mecanizado shiploader, Operador de Shiploader 2, Estivadores 6, Contra-Mestre do Porão 1 ,Contra-Mestre Geral 1 ,1 Portaló ,Conferente Chefe 1 ,Consertador de Carga 1,Conexo (Forração )4 . 

No período, das safras de 1990 a 1997, a Copersucar, totalizou 4,83 milhões de toneladas em exportação. Após o terminal 15,51 milhões de toneladas, acréscimo de 321 %. Fazendo-se uma análise quantitativa foram observados expressivos resultados, tais como: 
1. Redução:  Na mão-de-obra, cerca de 50%, daquela empregada nos carregamentos dos navios;  No tempo de atracamento para carregamento dos navios, caindo de 15 dias para a média de quatro 4 dias, custos em relação a armazenagem nos embarques diretos, custos em relação a embarques que eram feitos por terceiros. 
2. Aumento:  Da produtividade na operação, com a otimização do tempo empregado, elevando a média por equipe de trabalho; . 
Um segundo ponto a focar, é em relação aos resultados qualitativos observados, tais como:
 1. Redução:  Da ociosidade que acontecia em demasia quando dos embarques convencionais (manuais), em cais públicos com emprego da mão-de-obraEm relação ao tempo que os estivadores de bordo esperavam entre a amarração de uma ´lingada´ e outra para depois ser levada até o fundo do porão do navio;  Do tempo de espera para o desembarque do produto dos caminhões vindos das usinas produtoras; 
Das avarias, minimizadas em virtude dos equipamentos utilizados.
 2. Aumento:  Na velocidade dos carregamentos, com menor tempo de espera pelos navios na barra;  Na higiene quanto ao manuseio do açúcar.


Fonte Ganhos de Produtividade em Terminais Portuários Através da Automação: O Caso do Terminal da Copersucar no Porto de Santos

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