4 de mai. de 2017

Strike Estiva de Sines cruza os Braços na PSA

Após a Direção do Sindicato XXI ter se reunido com a   PSA/Laborsines informamos a todos os estivadores que até ao momento não chegamos a um entendimento ou acordo.  Contudo, mantemos a mesma posição de abertura para concretizarmos uma solução de modo a ultrapassarmos o este diferendo. Temos sentido um enorme apoio e união de todos os trabalhadores, sendo que é esse o espírito que deve ser mantido.
Os dois pré-avisos de greve irão cobrar por um lado, as antecipações e prolongamentos, e por outro as duas últimas horas de cada turno, sendo que os trabalhadores deverão cessar as suas funções, sendo que poderão permanecer no refeitório ou sair normalmente do Terminal. Ainda esperamos soluções/propostas por parte da empresa para não termos de concretizar ,recordamos ainda que o Direito à Greve está na Constituição da República Portuguesa no seu artigo 59, sendo que abrange todos os trabalhadores, independentemente de serem efetivos ou não e serem ou não sindicalizados.
Taxa de Adesão:
. Turno D – Turno da Noite (100%)
. Turno B – Turno da Manhã (100%)
. Turno C – Turno da Tarde (99%)
Neste primeiro dia, enviamos um sinal para todos nós, de união e força. Para a empresa foi enviado um sinal de que não estaremos dispostos a abdicar do que é justo. Esta é a nossa Força. Esta é a nossa Vontade.
No dia 1 de Julho de 2016, entrou em vigor a Lei Nº18/2016, que restabeleceu o horário da função pública para as 35 horas semanais.  O horário proposto pelo Sindicato XXI irá incidir nas 36 horas semanais, sendo que em momento algum o terminal irá parar o seu trabalho, pois o horário proposto funciona sem falhas, ao contrário do que a empresa vergonhosamente sugeriu, sem se dar ao trabalho de testar o horário e sem dar a escala completa dos 5 turnos. A empresa esqueceu-se que foi ela mesma quem meteu a mudança do trabalho de horário e a formação de um 5 turno em cima da mesa, mas quando viu que o seu real objetivo, que foi desmascarado pelo Sindicato XXI, de fazer essa alteração à custa dos salários de todos, deixou cair o processo.  Um horário que nos desgasta completamente. Não nos reconhecemos nos alegados custos de um novo turno. Não saberia a empresa de antemão, quando propôs o 5 turno, que iria ter custos adicionais? Esquecerá a empresa dos lucros provenientes dos recordes ano após ano, que estes trabalhadores proporcionam? Nos inúmeros benefícios fiscais que recebe do Estado Português? A própria OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico deu dados que apontam que os países com maiores níveis de competitividade, são aqueles onde a média de horas de trabalho são menores!
Será que a empresa e até o próprio governo saberão que:
– Menos horas de trabalho + Motivação dos funcionários = Maior produtividade = Maior rentabilidade para empresa
– Menos horas de trabalho + Horas de lazer + Horas para gastar dinheiro = Economia cresce + Impostos para o Estado
– Menos horas de trabalho + Necessidade de contratar = Diminuição de taxa de desemprego = Economia a crescer + Mais pessoas a gastar dinheiro + Impostos para o Estado
– Menos horas de trabalho + Tempo para os filhos = Aumento da taxa de natalidade + Aumento de Impostos = Resolução do défice da Segurança Social
Exigimos acima de tudo, é que a empresa tenha mais organização e uma ainda mais apertada gestão, porque os eventuais custos que poderão existir com a redução do horário de trabalho, podem ser compensado  com os resultados positivos de uma maior racionalização, com a redução do absentismo.

Perante o comunicado emitido pela empresa, iremos apresentar os fatos verdadeiros.
Horário de Trabalho OPS/ENG: A criação de um comité para solucionar o diferendo do horário. Será que a empresa se lembra do comité que os Recursos Humanos criou para o mesmo efeito, envolvendo elementos de diversos departamentos, do Sindicato e da Comissão de Trabalhadores? Será que se lembra que existiu somente 1 reunião desse comité em 1 ano? Será que se recorda das reuniões entre Dezembro e Março para resolver esta situação que concluiu com um horário que não funcionava , com uma tabela de condições vergonhosa? E agora iríamos deixar formar outro comité com o intuito de apresentarem um horário que não satisfaça os trabalhadores e de empurrar o problema novamente para a frente novamente?
Eliminação do Horário de Trabalho atual para os novos formandos: A mesma empresa que não consegue arranjar um horário de trabalho decente para os trabalhadores, é a mesma que consegue arranjar múltiplos horários de “escravatura” para estes novos elementos. Criatividade para arranjar um horário não há, mas para desgastar e massacrar os novos elementos já existe em várias opções.
Progressão de carreira Administrativos: Após várias versões da mesma proposta, a empresa até decidiu arranjar um evento para a apresentação dessa progressão. E deixa ao cuidado da Direção do Sindicato a visualização do mesmo. Nunca se chegou a ver tal documento. Será que existe? E será que o Sindicato ia aceitar tal como está ? Como se pode assinar um acordo dando um cheque em branco sobre uma matéria tão sensível ? E sem negociação? Não faz sentido.
Formação para novas Skills: Quais formações? As que deveriam ter iniciado em Janeiro, depois de concordância de ambas as partes? Serão essas ? Será que existe sequer um plano de formação sequer devidamente planejado?
E o pagamento de bonus por performance seria algo à parte e agora já será adoptado depois de eliminada as diuturnidades?
Nível de entrada no esquema de progressão OPS/ENG: Em momento algum “concordamos” que a entrada seria o valor de 557€. Foi sempre mencionado que face ao aumento do salário mínimo nacional faria sentido que os trabalhadores no escalão referente aos 559€ de salário base, deveria ter um aumento de 53€ com retroativos ao mês de Janeiro. Retificar uma situação não é concordar com outra, e se a empresa tivesse minimamente alguma sensibilidade perante os trabalhadores, nem deveria sequer por os termos nesse sentido.
Aumento salarial para os trabalhadores fora dos acordos/topo de carreira: Sendo que a empresa só tem decidido pagar a partir de Maio, o aumento a esses trabalhadores, fazendo subir de escalão e perder a diferença devido a essa retroatividade, e sob um método de avaliação ainda desconhecido, é de justiça elementar proteger quem não está abrangido. Já agora quantos trabalhadores estão nesta situação? A empresa sabe sequer?
Onde está a lista anexa que foi omitida?
Mapa de Férias anual: Mais uma em que a empresa tem falhado redondamente. Afinal quem quer marcar férias nos primeiros três meses do ano tem de pedinchar porque?
De que serve meter uma lista preferencial, se depois não é respeitada essa ordem? Deveria ser a empresa a primeira a querer que as situações mencionadas fossem de fácil solução, ao invés de deixar que o processo de marcação de férias se torne penoso e desgastante.
As respostas apresentadas por cada um dos pontos, não foi nada satisfatória, estão longe de corresponder às expectativas de cada um, e a empresa deveria para além destes pontos, ter-se focado ainda mais no primeiro ponto mencionado, que foi aquele que levou os trabalhadores à convocação dos pré-avisos de greve.
São estes trabalhadores que fizeram esta empresa crescer, sendo que muitas das vezes nem um “obrigado” recebeu. Os recordes batidos são do trabalho conjunto de todos, que fazem muitas vezes o impossível, e que mostram a fibra, força e resiliência que todos tem tido, com os custos associados, nomeadamente no desgaste e nos tempos livres.
. A triste repetição de 2015 na dispensa de trabalhadores fala a empresa.
A empresa já iniciou essa triste repetição ao dispensar 3 trabalhadores. 
Será que a empresa terá noção que iremos lutar pela reintegração desses trabalhadores até aos limites das nossas forças? Mais uma vez a insensibilidade e falta de respeito com cheiro de chantagem.
Um horário de trabalho justo para os seus trabalhadores irá impedir a fase de ampliação do Terminal ? Irá impedir um investimento de milhões?  Será que se lembra ainda da tirania, perseguição, a quebra de leis essenciais deste país, desse período tenebroso que deveria envergonhar a própria empresa? E quando apregoa “informações incorretas” no seu comunicado, será que se recorda que não tem um currículo limpo nessa matéria?

O Operador Portuário do terminal em si deixa a desejar na relação social  com seus estivadores , sua única obrigação e pagar um salario descente e respeitar e cumprir as leis do pais aonde esta aportada e a aplicação da convenção 137 da OIT .



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